S/n
Eu chego na empresa durante a manhã, após deixar Ayla na creche. Durante meu trajeto ate a sala de Finneas, sou parada por Billie
-- quero falar com você... -- ela diz de forma seria
-- aconteceu algo?-- pergunto e ela nega com a cabeça, me guiando para seu escritório
-- eu fiz alguns cálculos sobre o quanto um bebe gasta, e esta na casa dos 5 mil dólares. Existem bebês que vivem com muito menos, mas eu quero que Ayla tenha o melhor... Então preciso dos seus documentos e dos dela, vou abrir um convênio médico e eu vou pagar por isso. Um de meus carros vai ficar com você, e mensalmente farei o depósito de 10 mil na sua conta, para alimentação, caso precise de remédios, roupas, brinquedos e qualquer coisa que ela possa precisar... Eu tomei muito café, estou um pouco agitada, perdão -- ela fala tão rapido que quase não consigo raciocinar
-- Billie, não precisa...-- ela me interrompe
-- não, eu preciso sim, é minha obrigação. E eu vou fazer isso sim -- fala firme
A surpresa me atingiu como uma onda; as palavras de Billie circulavam em minha cabeça enquanto eu tentava processar o que ela estava propondo. Eu sabia que a vida tinha seu jeito de surpreender, mas isso era algo que eu jamais poderia ter imaginado.
-- Billie, isso... isso é muito. Eu... eu não sei o que dizer -- gaguejei, ainda tentando entender a magnitude do que ela estava oferecendo. -- Você não tem que fazer isso, nós... nós estamos nos virando bem.
-- Eu sei que estão, mas isso não é só sobre o que vocês precisam ou não. É sobre o que eu devo fazer, como mae -- ela disse, olhando diretamente nos meus olhos. -- Eu não estive presente, não dei o suporte que deveria desde o início. Isso é o mínimo que eu posso fazer para começar a reparar os danos. Por favor, não recuse.
Eu me senti dividida. Por um lado, a oferta de Billie tiraria uma pressão enorme de minhas costas, assegurando um futuro mais confortável e seguro para Ayla. Por outro lado, a ideia de aceitar algo tão significativo dela era assustadora. Apesar de tudo, uma parte de mim ainda temia depender de Billie, temia que essa ajuda viesse com condições ou que pudesse desaparecer tão repentinamente quanto surgiu.
-- Billie, eu... eu preciso pensar sobre isso -- eu finalmente disse, encontrando um meio-termo entre minhas emoções conflitantes. -- Eu aprecio muito o que você está oferecendo, de verdade. Mas eu preciso processar, entender o que isso significa para nós... para Ayla. -- Ela assentiu, compreendendo
-- Claro, eu entendo. Mas, por favor, pense com carinho. Não é só uma questão de dinheiro. É uma questão de fazer parte da vida dela, de verdade. De assumir minha responsabilidade.
-- Eu vou pensar -- prometi
-- é muito cedo para eu pedir para passar o fim de semana com ela?-- pergunta receosa -- queria que minha mãe conhecesse Ayla
A pergunta de Billie pegou-me de surpresa, fazendo com que meu coração desse um salto. A ideia de Ayla passar o fim de semana longe de mim causava um desconforto imediato, uma espécie de ansiedade que eu não estava preparada para enfrentar tão cedo. Por outro lado, eu sabia que, independente dos meus medos e hesitações, Ayla tinha o direito de conhecer a família da outra mãe dela, incluindo sua avó.
-- Eu... eu entendo que sua mãe queira conhecer Ayla, e eu não quero privá-la disso -- comecei, escolhendo minhas palavras com cuidado. -- Mas, sim, é muito cedo para mim. A ideia de ficar longe dela por um fim de semana inteiro é algo que eu preciso de tempo para me acostumar. E Ayla ainda não é totalmente acostumada com sua presença. Um tempinho em seu escritório é bem diferente de um fim de semana...-- Percebendo a expressão preocupada no rosto de Billie, apressei-me em adicionar, -- Mas isso não significa que eu não queira que Ayla conheça sua família. Talvez possamos começar com visitas curtas, durante o dia. Podemos ir juntas, para que ela se acostume com você e com sua mãe em um ambiente que ainda se sinta segura.-- Vi o alívio passar pelos olhos de Billie, e ele assentiu, compreendendo.
-- Isso parece justo. Eu realmente não quero pressionar vocês. Vamos fazer do jeito que você se sentir mais confortável. O importante é que minha mãe e minha família tenham a chance de conhecer Ayla, mesmo que seja aos poucos.
-- Eu agradeço por entender -- disse, sentindo um peso se aliviar em meu peito. A perspectiva de introduzir Ayla à família de Billie de maneira gradual parecia um compromisso razoável, um passo em direção a um futuro onde talvez pudéssemos coexistir como uma família, mesmo que não da maneira tradicional.
-- Então, vamos planejar algo para um fim de semana desses. Algo tranquilo, talvez um almoço em sua casa, se sua mãe concordar -- sugeri, já começando a me sentir um pouco mais à vontade com a ideia, agora que estávamos encontrando um caminho que parecia respeitar os limites e as necessidades de todos envolvidos.
E com isso, saímos do escritório juntas, cada uma voltando ao seu trabalho, mas com pensamentos que, suspeito, estavam longe de ser sobre tarefas do dia a dia. A oferta de Billie me deixou com muito no que pensar, sobre o futuro, sobre o que era melhor para Ayla, e sobre como, ou se, Billie poderia realmente fazer parte de nossas vidas de uma maneira significativa e permanente.
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Echoes of a Lost Loop (Billie Eilish/You)G!P
Fanfiction-- Você não tem ideia do que é chegar a este ponto -- ela finalmente diz, sua voz firme, mas eu detecto um traço de exaustão por trás de sua fachada forte. -- E não é algo que um simples pedido de desculpas vai consertar.-- Eu assinto, sabendo que e...