26

567 58 0
                                    

Billie

Durante a noite, quando S/n foi colocar a pequena Ayla para dormir, o choro foi tanto, que S/n desistiu de deixa-la em seu quarto, e deixou a pequena deitar-se entre nós duas.

-- ela esta bem manhosa ne?-- comento e S/n concorda. Ayla esta cochilando entre nós, em uma posição um pouco desconfortável. S/n começa a tentar deita-la melhor

-- calma, é a mamãe -- S/n sussurra quando Ayla ameaça chorar.

-- mãmã -- a pequena murmura mesmo inconsciente

-- isso bebê, a mamãe -- S/n beija a testa da pequena e abraça seu pequeno corpinho

O quarto está mergulhado na suave penumbra da noite, apenas a luz do abajur criando sombras dançantes nas paredes. Observo S/n e Ayla, um sentimento de paz e completude envolvendo meu coração. A preocupação com a manhosidade de Ayla se dissipa um pouco ao ver a maneira delicada com que S/n a maneja, oferecendo conforto e segurança.

-- Ela só queria estar perto de nós -- digo baixinho, meu olhar percorrendo os traços serenos de Ayla, agora relaxada entre nós. Há algo profundamente tocante em ver mãe e filha assim, conectadas mesmo no silêncio e no sono.

S/n me lança um olhar cansado, mas repleto de amor. A maternidade é uma jornada de extremos, de alegrias imensas e desafios inesperados, mas ao ver S/n com Ayla, sei que cada momento vale a pena.

-- Acho que vamos precisar nos acostumar com as noites um pouco mais agitadas por um tempo -- falo, tentando injetar um pouco de humor na situação.

S/n sorri, aquele tipo de sorriso que fala mais do que palavras. Ela ajusta o cobertor ao redor de Ayla, garantindo que esteja confortável e aquecida.

-- Desde que estejamos juntas, acho que podemos enfrentar qualquer coisa -- ela sussurra, sua voz carregada de verdade.

Concordo com um aceno, sentindo a verdade nas palavras dela. Com S/n e Ayla ao meu lado, qualquer desafio parece menor, qualquer noite inquieta se torna um lembrete do amor que compartilhamos. Encosto-me no travesseiro, observando-as por um momento, antes de fechar os olhos e deixar a serenidade daquele momento me levar ao sono.

A presença reconfortante de S/n e Ayla é tudo de que preciso. A noite pode trazer seu próprio conjunto de desafios, mas juntas, somos um porto seguro uma para a outra, um lembrete constante de que, não importa o que o amanhã traga, enfrentaremos juntos, como uma família unida pelo amor incondicional.

-- hoje durante a tarde, Ayla me contou que um coleguinha da sala dela bateu nela... Do seu jeitinho claro. Ela só consegui falar as palavras "hugo" e "bateu". Mas ela meio que encenou o que aconteceu enquanto me contava... -- S/n comenta

Meu coração aperta ao ouvir S/n contar sobre o incidente com Ayla. A ideia de alguém machucando nossa pequena, mesmo que seja outro criança, é difícil de aceitar. Sinto uma mistura de proteção e preocupação surgir em mim.

-- Sério? Coitadinha da nossa Ayla... -- Minha voz sai mais suave do que pretendia, refletindo a mistura de sentimentos dentro de mim. -- Você acha que ela está bem agora? Quero dizer, não pareceu muito afetada agora à noite, mas isso deve ter sido assustador para ela.

Observo Ayla dormindo tranquilamente entre nós, tentando imaginar como uma criança tão pequena processa essas experiências. É um lembrete de que, apesar de nosso desejo de protegê-la de tudo, existem aspectos do mundo que simplesmente não podemos controlar.

-- Acho que devemos conversar com a professora sobre isso. Só para garantir que não se repita. Não quero que Ayla sinta que a escola é um lugar onde ela pode se machucar -- digo, tentando encontrar uma solução prática para o problema. S/n acena, concordando.

-- Eu estava pensando a mesma coisa. Vamos falar com a professora amanhã. É importante que Ayla saiba que pode contar com a gente para protegê-la, e que esse tipo de comportamento não é aceitável.

Há um momento de silêncio, ambos perdidos em nossos pensamentos. A responsabilidade de ser pais, de garantir a segurança e o bem-estar de nossa filha, pesa sobre nós, mas também fortalece nossa determinação de estar sempre lá por ela.

-- Ayla é tão forte e corajosa. Eu admiro como ela consegue nos contar essas coisas, mesmo que à maneira dela. Temos que garantir que ela nunca perca essa capacidade de se expressar -- comento, sentindo um orgulho imenso por nossa pequena guerreira. S/n me dá um sorriso cansado, mas cheio de amor, e segura minha mão.

-- Sim, ela é incrível. E vamos fazer de tudo para mantê-la segura e feliz.

Com esse compromisso renovado, nos ajeitamos na cama, cercando Ayla com nosso amor e proteção, prontos para enfrentar qualquer desafio pelo bem-estar dela. A noite avança silenciosamente, mas em nossos corações, uma promessa ressoa clara: sempre cuidaremos de Ayla, não importa o que aconteça.

(...)

S/n me pediu que arrumasse Ayla para a aula hoje, ela esta arrumando a bolsa da pequena e deixando um pequeno bilhete em sua agenda, informando sobre um sapatinho perdido na sala.

-- mami... Fecha olho -- ela diz quando começo a lhe ajudar a tirar sua roupinha para tomar banho

-- fechar o olho?-- pergunto e ela concorda com a cabeça

-- so mãmã ve bebê -- ela diz e logo entendo o que ela está tentando me comunicar. S/n ja me contou que sempre ensinou para Ayla que absolutamente ninguém pode tirar sua roupinha ou vê-la sem roupinha, apenas a mamãe.

Naquele momento, percebo a importância de respeitar o pedido de Ayla, apesar de sua pouca idade. Ela está aprendendo sobre limites e privacidade, lições valiosas que S/n e eu queremos reforçar. Mesmo assim, é evidente que ela ainda precisa de ajuda para tomar banho e se vestir. Preciso encontrar uma maneira de honrar sua solicitação enquanto cuido dela.

-- Você tem toda razão, meu amor. Vamos fazer assim, então: eu vou te ajudar a tirar a roupinha sem olhar, tá bom? -- sugiro, buscando um meio-termo que respeite seu pedido. Ayla acena positivamente com a cabeça, uma expressão séria de quem está sendo levada a sério em seus sentimentos e pedidos.

Com muito cuidado, guio suas pequenas mãos para que ela mesma comece a tirar a roupinha, orientando-a com minha voz, enquanto mantenho meus olhos desviados para respeitar sua privacidade. É um processo lento, mas Ayla se esforça, sentindo-se importante e ouvida.

-- cabo, mami! -- ela anuncia, e eu checo rapidamente, com um olhar discreto, para confirmar que está pronta para o banho, antes de pegá-la e colocá-la na banheira já preparada.

Durante o banho, faço questão de lhe dar o máximo de autonomia possível, apenas ajudando onde é estritamente necessário e mantendo o ambiente seguro e confortável para ela. Falo com ela sobre cada passo, perguntando se posso lavar seu cabelo, suas costas, sempre enfatizando que ela tem controle sobre seu próprio corpo.

Esse momento se torna mais do que um simples banho; é uma lição de respeito mútuo, autonomia e confiança. Reforço a ideia de que, mesmo que ela precise de ajuda, suas preferências e limites serão sempre respeitados.

Quando terminamos, envolvo-a em uma toalha grande e fofa, cobrindo-a rapidamente para que não sinta frio. Ela sorri, satisfeita e confortável, sabendo que foi ouvida e respeitada.

-- Muito bem, Ayla. Você foi incrível. Agora, vamos nos vestir? -- proponho, pronta para ajudá-la a se vestir para a aula, mantendo o mesmo nível de cuidado e respeito por sua privacidade e autonomia.

Esse pequeno momento reforça a importância de ensinar e praticar valores fundamentais desde cedo, cultivando uma relação baseada no respeito e na confiança mútua.

Echoes of a Lost Loop (Billie Eilish/You)G!POnde histórias criam vida. Descubra agora