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Billie

Hoje é minha folga, e eu convidei S/n e Ayla para virem até minha casa. Eu preparei um almoço leve porem gostoso, arrumei a casa e tirei toda e qualquer coisa que pudesse machucar Ayla. Quando elas chegam, Ayla estava bem animada e sorridente

-- Fala para mamãe Billie o que você fez hoje princesa -- S/n fala sem nem ao menos perceber o "mamãe Billie" no meio da frase

-- sisi u nico!-- fala animada e faz uma pose engraçada

-- ela fez xixi no penico!-- S/n diz compartilhando da mesma empolgação

A surpresa de ouvir "mamãe Billie" sair tão naturalmente da boca de S/n me atingiu em cheio, um calor reconfortante espalhando-se pelo meu peito. Por um breve momento, perdi-me na ideia de uma vida compartilhada, de momentos cotidianos transformados em memórias preciosas. Mas, antes que pudesse mergulhar demais nesses pensamentos, a empolgação contagiante de Ayla me trouxe de volta à realidade.

-- Uau, isso é incrível, Ayla! -- Eu me abaixei ao seu nível, abrindo os braços para um abraço de comemoração. -- Você está se tornando uma menina tão grande!

A pequena pulou em meus braços, compartilhando sua alegria de criança, uma risada pura e contagiante. A felicidade dela era palpável, enchendo a sala com uma luz que só as crianças possuem.

-- Nós trouxemos até um desenho que ela fez para você, como agradecimento por ter nos convidado -- S/n acrescentou, tirando um pedaço de papel dobrado de sua bolsa.

Desdobrei o desenho cuidadosamente, revelando rabiscos coloridos que, aos olhos de qualquer adulto, poderiam parecer aleatórios, mas para mim, era uma obra de arte preciosa. O orgulho nos olhos de Ayla era evidente, e eu não pude deixar de sorrir.

-- É lindo, Ayla. Vou colocar na geladeira, para que todos possam ver -- eu disse, e ela bateu palminhas, contente com a ideia.

Enquanto S/n ajudava Ayla a lavar as mãos antes do almoço, eu não pude deixar de observá-las, uma sensação de pertencimento crescendo dentro de mim. Era um sentimento novo, assustador e, ao mesmo tempo, maravilhosamente acolhedor. Pela primeira vez, eu podia visualizar um futuro com elas, um futuro que eu desejava mais do que tudo.

O almoço transcorreu entre risadas e conversas leves. Eu havia preparado uma salada fresca, acompanhada de um frango grelhado e batatas assadas, pratos simples, mas que esperava serem do agrado delas. A cada olhar trocado com S/n, uma conexão não dita crescia, um entendimento silencioso de que estávamos navegando em águas desconhecidas, mas dispostas a explorar juntas.

Depois do almoço, decidimos nos acomodar na sala. Ayla, com a energia inesgotável de uma criança, sugeriu uma tarde de filmes animados, uma proposta que recebemos com entusiasmo. Enquanto S/n arrumava o sofá com almofadas e mantas para nos aconchegarmos, eu me ocupei em escolher o filme, grata por essa oportunidade de compartilhar momentos tão simples, mas significativos, com elas.

A presença de S/n e Ayla em minha casa, em minha vida, preenchia um espaço que eu nem sabia que estava vazio. E enquanto Ayla se acomodava entre nós no sofá, eu sabia que faria tudo ao meu alcance para preservar e proteger esse sentimento de completude que, pela primeira vez, parecia inteiramente ao meu alcance.

S/n

A escolha para o filme foi rei leão, na cena onde mufasa morre, Ayla começou a chorar e me abraçou forte, eu abraço a pequena de volta e beijo sua bochecha

-- calma minha princesa... Esta tudo bem, mamãe esta aqui -- falo sentindo ela me abraçando mais forte

-- leão... mãmã -- ela diz entre soluços

Echoes of a Lost Loop (Billie Eilish/You)G!POnde histórias criam vida. Descubra agora