Death

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Good reading!

Encaro as duas paradas, e antes que eu avance, vejo o tempo se fechar, as nuvens pareciam pesadíssimas. Começo a ficar com falta de ar, a pressão em minha cabeça voltando novamente. O feitiço vacila e Ayumi se solta, jogando uma bola de água em meu rosto.

Me recupero e vejo as duas se olharem. Ela aponta sua mão em minha direção e tento puxar o ar.

– Era você o tempo todo – digo ao notar que ela estava fazendo isso o tempo todo.

– Temos alguns truques na manga.

O chão ao meu redor treme e raízes saem, prendendo meus braços ali mesmo. Começa a chover, uma tempestade gutural. A água se junta ao meu redor e começa a passar por meu corpo, como se fossem facas.

– Spiritum Em Tacular, En Terrum Incendium, Phasmatos Salves A Distum – digo um pouco sem voz, mas uma onda de fogo as atinge.

Ayumi grita por Yoko, já que seu corpo foi um pouco afetado pelas chamas. Me levanto um pouco cambaleante e arremesso seu corpo contra a parede, ela bate a cabeça e desmaia. Avanço contra Yoko e mordo seu pescoço.

– Vocês são um porre – digo antes de arrancar seu coração.

Meu corpo cai ao lado do seu e respiro fundo. Escuto o barulho de passos, mas sinto uma bola de água me jogar longe, mesmo com minha visão embaçada, vejo Ayumi agarrar o corpo da mulher e dar um grito.

Seu grito soou tão alto, quanto o trovão que ecoou em seguida. Ela caminha em minha direção, mas vai embora, quando outros passos se aproximam.

– Menos uma – digo antes de desmaiar.

Acordo ouvindo algumas vozes ao meu redor, por incrível que pareça, meu corpo estava dolorido, mais do que deveria

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Acordo ouvindo algumas vozes ao meu redor, por incrível que pareça, meu corpo estava dolorido, mais do que deveria. Me levanto e um vento frio me atinge, percebo que minha roupa ainda estava molhada, assim como meu cabelo.

Me levanto da cama e me aproximo da porta. Ai não.

Tomara mesmo que meu pai esteja viajando e não apareça nesse hospital. Abro a porta ao mesmo tempo que uma mulher, ela me encara assustada e solta um grito. Puxo ela para dentro e cubro sua boca.

– Para. Você precisa se acalmar – digo olhando em seus olhos, a hipnotizando – legal isso.

– Você não pode sair daqui.

– Qual seu nome?

– Melissa McCall.

– McCall? É a mãe do Scott?

– Sou. Preciso avisá-los que você acordou.

– Não. Ninguém precisa saber. Eu tenho que ir embora.

– Espera. Eles precisam conversar com você, está aqui a quatro dias.

– O que? Impossível.

– Eles podem explicar, mas você não pode sair daqui ainda.

– Preciso ir para casa, trocar de roupa. Diga a eles para irem lá – digo saindo, mas a encaro – obrigada.

&

Chegou em casa e tomo um banho, longo e demorado. Troco de roupa e saio, passo em frente ao espelho e me lembro da luta. Ela sabe deixar a água tão afiada quanto uma faca, consegue controlar a água dentro de nosso corpo.

Yoko, a que eu matei. Ela, sabia controlar a terra?! Como ela fez aquelas raízes se enrolarem em meus pulsos. Ergo minhas mãos e vejo pequenas linhas de queimadura em meus pulsos.

– Porque não curou?! – observo um pouco e noto como a casa está silenciosa, nenhum sinal de Void.

Escuto um barulho lá fora e troco de roupa, descendo rapidamente. Abro a porta antes que toquem a campainha. Dou as costas e entro, deixando que façam o que quiser. Pego algumas bolsas de sangue e encho um copo.

– Divino – digo antes de seguir até a sala – e então, a que devo a visita de... Todos vocês.

– Porque não nos contou o que estava acontecendo?

– Eu não peço ajuda – respondo a Peter.

– Não é questão de pedir ajuda – Derek começa – mas havia Kitsunes aqui que queriam você e Void mortos.

– Que bom que eu matei uma delas não é – digo e todos ficam quietos... Quietos até demais – O que aconteceu?

– A garota levou Void – Scott diz um pouco baixo.

– Não tem como ela simplesmente levar Void – digo irritada – Ele é uma raposa, um nogtsune. Não tem como alguém simplesmente pegá-lo e levá-lo.

– Ela usou as caldas dela – encaro a Kitsune em minha frente – os onis dela eram poderosos.

Me lembro da espada que estava cravada em sua barriga quando elas invadiram minha casa, da força das duas quando eu lutei contra elas. Eram fortes, muito fortes. Sabem segredos que eu não tenho conhecimento. E por impulso do momento eu matei uma delas, sem nem tentar descobrir como sabem disso, Void estava certo e eu apenas cega.

– Elas falaram algo da lua azul. Sabe algo sobre isso? – pergunto para a Kitsune.

– Já ouvi falar, meu pai me contava que é quando as Kitsunes ficam mais fortes, porém, os nogtsunes ficam mais fortes ainda. Então as mulheres das famílias que eram Kitsunes saiam em uma caçada, para destrui-los antes da lua chegar no ápice.

– Void não disse nada sobre isso.

– Talvez ele não sabia – ela diz, mas recua – ou talvez ele não quisesse te contar.

Talvez...

Talvez realmente ele não queria me contar.

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