The Glory final

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Good reading!

Mirian

Confesso que no início eu estava tão empolgada para ver como tudo estava e conhecer esse novo mundo onde meu irmão estava vivendo sem mim. Eu sabia que não seria fácil, que não era apenas chegar e dar oi, falando que senti saudades. Sabia que eles precisavam entender que eu tinha motivos para não voltar. E eu também teria que entender se eles não estivessem prontos ou se não quisessem de forma alguma me perdoar.

Não esperava que essa cidade me surpreenderia dessa forma, me revelando que havia tantas criaturas aqui. Que eu poderia ser mais poderosa do que eu imaginava. E que seria sim, capaz de dar tudo de mim para salvar aqueles que amo, mesmo em circunstâncias ruins.

- Oi querida.

- Oi amorzinho - falo com ironia - onde estão seus encostos?

- Resolvendo os problemas deles?

- E eu lá vou saber.

- Eu também não

Void é cortado com a porta do quarto sendo praticamente arrombada.


– Por que vocês sempre fazem isso?

– Virou um ritual atrapalhar vocês dois – Derek diz e Peter apenas concorda.

– Vamos logo espírito idoso – Peter o chama e Void se levanta, me dando um selinho.

– Como assim? – falo surpresa – Para onde vocês três vão? E como assim, vocês três estão saindo?

– Longa história baby. Mas eu volto rápido.

Eles apenas saem como se nada daquilo fosse estranho e como se estivesse tudo bem.

Respiro frustrada e curiosa, mas sigo minha rotina comum. Quando desço para comer algo, Liam e sua trupe estão sentados conversando.

– Vamos ao cinema, quer ir?

– Olha, vocês realmente fazem coisas de adolescentes – respondo sarcasticamente.

– Não é como se quisessemos viver perigosamente e ficar sempre a um passo da morte – Stiles diz.

– Vocês são um ímã para o perigo.

– Não é nossa culpa – Lydia debocha.

– Vão ao cinema, mas depois tomem banho de sal grosso.

– Sim senhora.

Dou risada deles e nego, será magnífico ficar em casa descansando. Tudo que eu preciso, longe de todos eles.

Converso um pouco com o grupinho do zoológico e volto para o quarto, aproveito a paz e término algumas transações e outras coisas que não fiz por pura preguiça.

Sinto um vento em minhas costas e respiro fundo, encarando o ser que cogitava a hipótese de ir embora ou falar o que queria.

– Senti sua falta.

Quando eu entrei no mundo sobrenatural, nunca imaginei que conseguiria aguentar toda essa pressão e tudo isso em cima de mim. Pensei em desistir inúmeras vezes, mas sempre que pensava isso, a chance de ver meu pai e meu irmão, ficava cada vez mais longe e isso só me deixava desesperada e me dava forças ao mesmo tempo.

Eu precisava lutar.

Precisava lutar por mim e por eles...

E por aqueles que não podem lutar por si mesmos. Eu posso odia-los, mas sempre vou ama-los acima disso.

– O que faz aqui? – Ignoro seus sentimentos, ainda dói.

– Eu te devo um pedido de desculpas. Eu quero o seu perdão, Love – Klaus se aproxima e senta em minha cama, puxando a cadeira onde estou para perto – Eu preciso do seu perdão.

– Eu já disse que perdôo vocês.

– Eu sei que falou aquilo sem tanta convicção.

– Eu falei sinceramente, Niklaus.

– Por favor – ele diz e vejo seus olhos cheios de água – O que fizemos foi errado, o que eu fiz, foi mais do que errado. Mas meu amor por você, sempre foi verdadeiro. Eu nunca desejei tanto mostrar a cidade que considero meu lar para alguém, nunca quis tanto pintar quadros com alguém. Eu nunca quis tanto, que alguém ouvisse um eu te amo, saindo da minha boca. Como eu quis que tudo isso fosse com você.

– Klaus.

– Eu te dei seu tempo, agora eu quero que seja sincera comigo. Me perdoa?

– Te perdôo, seu híbrido nojento – ele se levanta abruptamente e me roda como uma criancinha.

– Quero que conheça minha filha. Da forma certa agora.

– Eu irei, em breve, vampirinho.

– Obrigada por ter entrado em minha vida.

– Obrigada por não ter me matado.

Ele se vira para ir embora, mas para novamente tirando algo de dentro do bolso da calça.

– Um presente para você e aquele espírito estranho. Espero que ele esteja cuidando bem de você.

– Ele está.

– Ótimo.

Klaus desaparece da mesma forma que apareceu. Abro minha mão e vejo a chave da casa.

Dou um sorriso de lado e limpo uma lágrima que escorreu do meu olho. Eu realmente amo cada um deles. E mesmo que em algum momento meu coração se parta e eu não consiga juntar todos os caquinhos.

Sempre vou ama-los.

– Linda – escuto um sussurro próximo ao meu ouvido e sou virada para ficar de frente a ele – por que está chorando?

– Estou feliz.

– Amo você.

– Também amo você.

– Não achava necessidade em fazer isso – Void diz e fico confusa – mas aqueles dois não saiam do meu pé e eu estava bem perto de mata-los. Mas sei que você me mataria assim que soubesse que dei um fim neles.

– Void, o que você aprontou?

– Fica caladinha, amor. Eu sou um espírito ruim, e isso nunca vai mudar. Mas perto de você, eu me sinto pateticamente feliz e completo. Sei que já namoramos e está muito cedo para te pedir em casamento, e eu sei que se eu te pedisse em casamento antes de pelo menos dois anos de namoro, eu morro.

Dou uma gargalhada porque ele está completamente certo.

– Mas comprei isso para você. E ficarei imensamente feliz, se você usá-la.

Void tira uma caixinha de veludo roxo do bolso e abre em minha frente. Fico estática quando vejo duas alianças perfeitas demais ali dentro.

Eu amo esse idiota.

– Você não precisava.

– Eu sei. Mas aqueles dois ameaçaram me prender com a alcatéia se eu não te desse algo para simbolizar nosso relacionamento. E eu me amo demais para sofrer e te amo demais para te abandonar.

– Eu também amo você, coisinha linda e cruel.

Void me beija, apertando meu corpo contra o seu de uma forma possessiva.

– Bruxinha maldita.

– Espírito velho.

Fim!

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