CAPÍTULO 29. Couro

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Olá, tudo bem? A autora de vocês tentou ao máximo diminuir o capítulo mas ele está batendo quase 5k palavras. A pedido de algumas de vocês eu o deixei inteiro e não o dividi (então lembrem que vocês me amam e não me matem). Desculpa o tamanho... mas temos duas passagens mega importantes nele e que são cruciais para a história.

Espero que curtam. Vejo todas vocês nos comentários, beijão, Mabel ♥️

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MISHA

Cidade Maravilhosa 

6 de janeiro, 10 anos atrás

— Acho que quero aprender a jogar vôlei — Ana falou enquanto observava os amigos do Otto jogando vôlei no jardim — a Maria Fernanda joga muito, olha só, mermão.

Maria Fernanda é muito bonita, isso sim. E ainda joga vôlei, cara.

A bola deles parou na piscina e a Maria Fernanda veio andando atrás dela. Pele bronzeada, top cinza, short esportivo preto, piercing de argolinha no nariz e rabo de cavalo. Ela abaixou-se e esticou as duas mãos, pegando a bola da minha mão e abriu o sorriso dela.

— Valeu! Quer jogar com a gente, Misha? — Maria Fernanda perguntou — Já te vi jogando no Posto 9. Se quiser, é só chegar. A gente não morde não — e piscou um dos olhos para mim.

Mas eu nem tive reação para responder nada.

Meu Deus, ela sabe quem eu sou. Senhor, essa garota é linda. Misha, você precisa parar de ter queda por garotas impossíveis.

— Fala sério? Já te disse para vir pro balé com a gente, não disse, Ana? E você, Mimi? O que espera do ensino médio? — Gaia olhou para mim enquanto penteava seus longos fios negros com os dedos, soltando alguns nós.

Ela está com um biquíni modelo tomara que caia, o que deixa suas marquinhas de sol à mostra. A pele dela está muito mais bronzeada e por algum motivo deixa o decote dela... desvio o olhar para o jogo junto com Ana. Quando foi que o corpo da Gaia mudou tanto assim?

— Misha? Acorda! — Gaia falou um pouco mais alto, me devolvendo para a realidade.

— O que eu espero do ensino médio? Não morrer, eu espero não morrer — e mergulhei.

Quando voltei, parei ao lado da Ana e não fiz mais contato visual com Gaia. O Ale piscou um dos olhos para a nossa direção e eu já sei que foi para ela.

— Você é muito sem juízo de estar saindo com o melhor amigo do seu irmão, Gaia. O Otto já descobriu isso? — Ana perguntou.

— Não e nem vai. E a gente não tá saindo ainda. Vamos hoje à noite — Gaia disse, olhando-me diretamente. — Não quero ir pro ensino médio virgem, vocês sabem. E surgiu uma oportunidade para...

A Gaia vai perder a virgindade com o Alexandre?

— Misha, tá ligada naquela minha prima que passou o Natal aqui? Ela baixou no meu PC aquele romance sapatão que cê queria assistir. — Ana disse, despretensiosamente, trocando a pauta. — Quer ir lá pra casa hoje? A gente pode assistir.

— Caô? — perguntei. — Eu super topo. Só tenho que ver com a minha mãe antes.

— Aí, Ana, tá que nem as amigas das minhas mães se chamando de sapatonas, sapatão... palavra mais feia. E como que a Misha vai pra sua casa, seus pais não vão viajar?

— Ué, gente, indo? Meus pais já estão em Saquarema, na minha avó. Só voltam amanhã à noite. E a Misha é de casa, minha mãe nem vai ligar — Ana disse de pronto. — É bom que a casa fica só pra gente e não vai ter o pentelho do meu irmão pra encher o saco.

ANTES QUE ELA VÁ EMBORA | ROMANCE LÉSBICOOnde histórias criam vida. Descubra agora