Capítulo 3

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Bebendo um gole da água, Dulce corou ao perceber que ele a encarava com curiosidade.

Dul: O que foi? (perguntou enquanto arrumava a franja)

Ucker: Você ficou magoada por eu não ter conseguido me despedir?

Dul: Claro que não, Christopher. Eu sei que você teria ido até a minha casa se tivesse dado tempo e bem, eu sabia que você poderia se mudar a qualquer momento, né? Você só estava esperando aquela carta de aprovação chegar e eu estava ciente de que não poderíamos mais estar juntos.

Ucker: Eu recebi a carta assim que voltei da sua casa naquele dia. A entrega dela atrasou e quando a recebi, tive que preparar tudo com pressa visto que eu precisava me apresentar na faculdade no dia seguinte. Fiquei mal por não ter conseguido te dar um último beijo.

Dul: Esqueça isso, sim? Eu sei que era importante pra você e de qualquer forma nós dois tínhamos passado uma noite toda juntos. (disse envergonhada e o escutou rir)

Ucker: É, de fato tivemos uma despedida sim, mas deveríamos ter nos esforçado mais para manter contato. No primeiro ano da faculdade eu voltei apenas uma vez a Nova Iorque e fui te procurar em casa, mas um vizinho me informou que você e sua mãe haviam se mudado e quando tentei te ligar, você já não usava mais aquele número.

Dul: Fui assaltada e levaram aquele celular e infelizmente perdi todos os poucos contatos que tinha nele então se você me mandou alguma mensagem e eu não respondi, foi por esse motivo.

Ucker: E por que se mudaram? A sua mãe amava morar naquela casa.

Dul: Era uma casa muito grande para nós duas e decidimos vender e comprar uma menor em Hunts Point.

Ucker: Hunts Point? Um dos lugares mais perigosos de Nova Iorque?

Dul: É, mas já estamos morando lá há alguns anos e tem sido relativamente tranquilo.

Christopher assentiu preocupado e mordeu suavemente a parte interna da bochecha enquanto a olhava com atenção. Sempre fora extremamente cuidadoso com Dulce e lhe preocupava saber que ela estava morando em um bairro como aquele, mas sabia que não podia fazer nada pra mudar aquilo porque ela jamais aceitaria ajuda.

Sorrindo ao ver que ela ainda estava tímida, deixou-se observá-la. Era imensa a saudade que sentira dela naqueles últimos anos e ficava surpreso consigo mesmo por causa daquilo. Dulce sempre fora especial e importante para si, mas jamais imaginara que sentiria tanto por não ter ela consigo.

Desviando sua atenção para os papéis que ela havia deixado na mesa, sem conter a curiosidade puxou para si, surpreendendo-se ao ver que era um currículo.

Ucker: Você não cursou administração também? Por que está procurando emprego como garçonete em uma cafeteria?

Dul: Nunca consegui trabalhar na área que me formei. Atualmente trabalho como vendedora em uma loja de calçados, mas o salário é baixo e eu preciso de um salário melhor então pensei que talvez eu consiga conciliar um trabalho como garçonete durante o período da noite.

Christopher a olhou surpreso e negou com a cabeça enquanto voltava a olhar para o papel em suas mãos.

Ucker: Você sempre foi a melhor aluna da nossa turma. Sempre tirava as notas máximas em todas as disciplinas.

Dul: Eu precisava dar o meu melhor pra manter a bolsa de estudos. A oportunidade que eu tive de estar naquela escola é para poucos. Não conheço ninguém da minha classe social que teve a mesma oportunidade que eu.

Ucker: Você merecia aquela bolsa. Se dedicou ao máximo possível e mostrou que merecia estar naquele lugar e tenho certeza que foi assim na faculdade também. Não consigo entender como nunca encontrou um emprego na sua área.

Dul: O sol não brilha para todos né? (forçou um sorriso)

Ucker: Infelizmente é a vida. (concordou) E eu sei que você é orgulhosa pra caralho, mas eu não vou deixar você ficar se matando de trabalhar em dois empregos diferentes se eu posso te ajudar. No momento não tenho nenhuma vaga no setor administrativo da empresa, mas tenho uma vaga melhor pra você. Se você ainda aceitar aguentar o meu lado babaca, eu adoraria te ter como minha assistente.

Dul: É sério? (o olhou com os olhos arregalados)

Ucker: Claro. Você é a pessoa mais organizada, inteligente e dedicada que eu conheço e também sempre soube lidar comigo como nenhuma outra pessoa nesse mundo. O salário é excelente e acho que você vai gostar de passar o dia admirando a minha beleza e me ajudando com a minha bagunça. Depois, se você quiser e estiver muito cansada de me aguentar, assim que surgir uma oportunidade posso te colocar em uma vaga que tenha mais a ver com a sua formação.

Dulce riu ao vê-lo piscar e não conteve um sorriso emocionado em agradecimento. Raramente aceitava algum tipo de ajuda dele, mas não tinha como recusar aquela proposta afinal era também uma forma de estar mais próximo da sua área de formação.

Ucker: Mas já adianto que eu viajo bastante e vou precisar de você sempre comigo. Vou querer você em reuniões e em compromissos fora da empresa. Tudo isso estará especificado no contrato.

Dul: Quer uma babá é? (provocou fazendo-o rir)

Ucker: A função de babá está mais com a minha secretária, mas sim, você irá auxiliá-la sempre que ela precisar de ajuda e irá me auxiliar com documentos, preparar e me acompanhar em reuniões e fazer anotações.

Dul: Quando eu começo? (perguntou animada)

Christopher sorriu diante da animação dela e prontamente pegou um cartão para que lhe entregar. Estava animado com a ideia de tê-la em sua vida novamente e não podia acreditar que estariam diariamente juntos mais uma vez.

Ucker: Esse é o meu número profissional e em outro momento te passo o meu número pessoal. Demita-se do seu emprego atual e entre em contato comigo o quanto antes. Temos bastante trabalho, gata!

Dulce sorriu agradecida enquanto olhava o cartão em suas mãos. Apesar do receio por saber que teria que viajar com frequência, daria um jeito de pagar uma enfermeira para cuidar da mãe ou tentaria pedir ajuda a algum vizinho. Não podia perder aquela oportunidade de trabalho e orava para que sua vida enfim voltasse a entrar nos trilhos.

Ucker: O que você vai fazer agora?

Dul: Preciso voltar para casa. Por quê?

Ucker: Quer uma carona?

Dul: Ahh... Se não for atrapalhar o seu trabalho, eu gostaria sim.

Ucker: Hoje está sendo o meu dia de sorte! O trabalho pode esperar.

Dulce sorriu envergonhada ao vê-lo piscar e prontamente devolveu a piscadela.

Ucker: Vou comprar um café para você e já vamos, ok? O meu carro está aqui na frente.

Vendo-o levantar e voltar até o balcão, Dulce deixou-se admirá-lo. Christopher era um dos homens mais bonitos que já conhecera e nem podia acreditar que já havia passado incontáveis noites ao lado dele. Tinha saudades do que haviam vivido juntos, mas não podia se iludir em ter aquilo novamente. Um homem como ele não ficava sozinho por muito tempo e não tinha dúvidas de que ele certamente tinha uma namorada. 


...

E enfim o convite para trabalharem juntos veio 😏 

Será que isso vai dar certo? 🙊

Será que a vida dela finalmente vai voltar a andar nos trilhos? 🗣️

E qual a possibilidade de ele ter uma namorada? E se tiver, qual seria o tamanho do 'problema'?🙊

Quanto tempo até terem uma recaída? 🗣️😏

E quando acontecer a recaída, como vão lidar com tudo? 😏

Endless Love - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora