— Sente-se, Laura. — Dra. Isabel apontou para uma das cadeiras a frente da sua mesa assim que entramos em seu escritório.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei apreensiva e desconfiada, olhando da Dra. Isabel para o outro médico.
—Luca está estável, Laura. Isso é a coisa mais importante que devemos considerar agora.
— Mas... — instiguei enquanto ela dava a volta na mesa e se sentava em sua poltrona atrás dela.
— Descobrimos uma condição rara e importante no sangue do seu filho, Sra. Torricelli. — foi Dr. Carlos quem me respondeu e eu desviei meus olhos da médica a minha frente para encará-lo, pois ele estava sentado na cadeira do meu lado.
— E isso é grave? — o nó que se formou na minha garganta quase me sufocava. Porque, como se já não bastasse tudo o que o meu filho tem passado, uma condição rara de saúde era a última coisa que precisávamos nesse momento.
— O teste de triagem neonatal acusou uma condição genética que acomete o sangue, causando uma anemia severa e condições clínicas desfavoráveis.
— Eu não entendo... — olhei para a Dra. Isabel completamente perdida, sem entender nenhuma palavra do que o especialista dizia.
— O que o Dr. Carlos está querendo dizer é que Luca poderá vir a ter algumas complicações em relação a essa doença, mas não é nada com o que devemos nos preocupar agora. Já fizemos e refizemos uma bateria de exames de sangue e todos eles deram normais. As taxas de ferro no sangue do Luca estão normais e a oxigenação também.
— Esses são os dois parâmetros que mais nos preocupam diante dessa condição genética. — Dr. Carlos complementou. — É como se os glóbulos vermelhos não conseguissem carregar o oxigênio de forma adequada para as células e consequentemente o ferro, que vai se acumulando no sangue. O aumentando de uma forma que não deveria.
— Você disse genética? — perguntei apavorada. — Significa que eu passei isso para ele?
— De forma alguma. — Dra. Isabel quase me interrompeu para me tranquilizar. — Luca tem a forma mais grave da doença e isso significa que você e seu marido tem o traço desse gene.
— Se fosse só você ou só ele a doença seria mais branda.
Eu não consegui mais ficar sentada. A agonia fazia o meu corpo todo tremer. Cada célula do meu corpo vibrava de medo e pavor ao pensar em perder o meu filho, agora por outro maldito motivo.
— Isso tem cura? — fiz a pergunta que mais me afligia.
— Infelizmente não. — Dr. Carlos me respondeu. — Luca precisará de tratamento para o resto da vida e, em crises mais graves, de transfusão sanguínea para tentar melhorar seu sangue com hemácias "normais". — ele fez aspas com os dedos no ar ao dizer a palavra normais e eu assenti, pesarosa.
— Mas como eu disse antes, essa doença está estável por agora. Devemos nos concentrar na prematuridade dele e em transferi-lo para a Itália o quanto antes.
Eu ergui meus olhos até a Dra. Isabel, surpresa, e o especialista continuou por ela:
— A Itália tem os melhores estudos e os melhores especialistas em relação a essa doença, Sra. Torricelli.
— Nosso principal objetivo agora é deixá-lo estável o suficiente para que ele aguente essa transferência e receba o melhor tratamento do mundo.
— Quando acham que poderei levá-lo para casa?
— Ele tem evoluído bem, melhor do que esperávamos. — Dra. Isabel sorriu com ternura. — Se continuarmos assim, talvez quando completar 2 quilos ou quando conseguirmos diminuir a sedação dele.
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Uma vida inteira com você
FanfictionE se Laura escolhesse lutar por sua família? E se Massimo decidisse tentar outra vez? E se Luca sobrevivesse ao atentado? Nota da autora: Essa fanfic é a minha visão do terceiro livro da Trilogia 365 dias de Blanka Lipinska. O nome dos personagens p...