— Massimo... — sussurrei apavorada com a presença dele e, principalmente, do Nacho. Dentro da nossa casa, dentro do nosso quarto.
Eu temia que um dos dois não fosse sair vivo daqui de dentro.
— Desça, Laura. — ele ordenou com seus olhos fixos em Nacho. Nacho também encarava Massimo com fogo nos olhos. Se eu olhasse com bastante atenção conseguiria ver a faísca saindo entre nós dois.
Finalmente consegui me mover e fui na direção do meu marido. Massimo ainda tinha os seus olhos grudados em Nacho e a mão que tinha a arma abaixada. Eu esperava que isso fosse um bom sinal.
— Não me peça isso, por favor. — implorei em um sussurro quando fiquei bem perto do meu marido, quase de frente pra ele, mas ele não me olhou. — Não posso deixar você fazer isso. Não por ele, mas por nós dois.
— Não vou mandar de novo, Laura. — seu tom era cortante e fez o meu corpo inteiro se arrepiar de medo.
Espalmei minha mão direita em seu peito tentando fazer a atenção dele se voltar para mim, mas não consegui.
— Massimo... — o chamei baixinho e ele, finalmente, me olhou. — Por favor.
Sei que ele seria capaz de matar Nacho, sendo na minha frente ou não, ele deseja isso há muito tempo e por mais que eu odeie o Nacho, não posso deixar o Massimo sujar as suas mãos e a famiglia dessa forma.
Matar Nacho significava uma guerra contra a máfia espanhola e, consequentemente, a atenção do Massimo seria voltada para isso e, é claro, estaríamos em perigo mais uma vez. Se Fernando Matos conseguiu me sequestrar sob a proteção da família do Massimo, pensar no que ele podia fazer com os meus filhos me fazia entrar em pânico.
— Não vale a pena. — Massimo desviou os olhos dos meus e encarou Nacho outra vez.
— Admiro a sua coragem, Nacho. — ele disse com escárnio. — Mas sua atitude foi, completamente, suicida. Jogue a sua arma no chão.
Girei meu corpo para encarar um Nacho rendido, com as mãos para o alto. Eu estava discretamente na frente do Massimo, na intenção de protegê-lo. Eu sabia que Nacho não faria nada com o meu marido enquanto eu estivesse na frente dele.
Nacho se moveu lentamente. Colocou uma das mãos atrás do corpo e quando a retornou, jogou a pistola que estava nela no chão perto da cama.
— Laura, desça e chame Domenico e Tomasso. — Massimo me deu outra ordem, mas finquei meus pés a sua frente. Eu sabia que se eu saísse do quarto um dos dois terminaria morto.
— Eu não vou sair daqui. — falei com firmeza e Massimo rosnou, contrariado.
— Não se garante sozinho, Don Massimo? — Nacho desdenhou com ironia.
— Nacho! — o repreendi. — Vá embora, agora! Deixe-o ir. — pedi a Massimo.
— Ele só sai daqui se for para um cemitério.
Massimo deu dois passos para frente e eu tentei parar o seu avanço, mas não consegui. Ele caminhou rápido até o Nacho e o acertou na cabeça com o cabo da arma.
Nacho virou o seu rosto com o impacto e o ergueu rapidamente. O sangue escorria pela lateral do seu rosto, Massimo fez um corte bem em cima da sua sobrancelha antes de colocar a arma no cós da calça.
— Isso foi pela audácia de ter entrado na minha casa. — Massimo gritou enraivecido. — E isso... — ele acertou Nacho do outro lado, dessa vez com um soco. — É por ter colocado os seus dedos imundos na minha mulher.
Nacho ergueu seu rosto rapidamente novamente e dessa vez tinha sangue no canto direito dos seus lábios.
— Massimo, para. — pedi quando o alcancei e tentei segurá-lo, mas ele se esquivou do meu toque.
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Uma vida inteira com você
FanficE se Laura escolhesse lutar por sua família? E se Massimo decidisse tentar outra vez? E se Luca sobrevivesse ao atentado? Nota da autora: Essa fanfic é a minha visão do terceiro livro da Trilogia 365 dias de Blanka Lipinska. O nome dos personagens p...