Capítulo 15

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 — E agora? — Olga sussurrou em polonês quando parei em frente ao balcão movimentado da recepção.

Ela era enorme. Era um hotel grande, 5 estrelas. Devia ter no mínimo uns 5 funcionários atrás do balcão, mas apenas uma tinha cabelo preto preso em um coque e olhos azuis.

É ela! — meneei a cabeça na direção da mulher e Olga olhou para ela.

Ela quem, porra?

Eu não respondi, me movi na direção da recepção e parei bem em frente a mulher, encostada no balcão.

— Com licença, onde fica o banheiro? — a mulher levantou a cabeça e olhou na minha direção. Ela largou o que estava fazendo para sair de trás do balcão e deu a volta nele.

— Queira me seguir, Laura.

Eu e Olga nos entreolhamos estranhando o fato da mulher saber o meu nome, mas não hesitei em segui-la.

Acompanhamos ela pelo hall do hotel e apenas a seguimos enquanto ela cruzava o saguão lotado de hospedes. Caminhamos em seu encalço até uma pequena área mais reservada, onde uma pequena placa nos indicava que ali ficavam os banheiros sociais do hall principal do hotel, mas quando saímos do campo de visão de quem estava no hall, a recepcionista me puxou para o que me parecia a área de serviço.

— Ela não pode continuar daqui. — a mulher disse em um inglês perfeito enquanto apontava para Olga.

Ela sabe quem eu sou? — como estava muito irritada Olga usou nossa língua nativa.

— Olo? — a chamei e Olga desviou seu olhar mortal da mulher e me encarou. — Espere aqui por 5 minutos e volte para a recepção. Diga a Massimo que eu fugi, sei lá, sei que vai inventar uma boa desculpa.

— Ah merda! — ela me puxou para os seus braços e meu corpo se chocou contra o dela. Retribui o abraço que ela me dava, mas tive que me afastar dela rápido demais. — Por favor, não faça nenhuma merda maior que essa.

— Eu te amo. — falei para ela, emocionada. — Diga ao Massimo que eu o amo, mas que agora minha felicidade está em Luca. É ele quem precisa de mim agora.

— Precisamos ir. — a mulher se esticou um pouco e olhou por cima do ombro esquerdo da Olga. — Não temos muito tempo até o seu marido mandar alguém atrás de você.

— Me liga quando puder. — eu assenti diante do pedido da Olga e a abracei pela última vez.

Olga voltou alguns passos e, realmente, entrou no banheiro e eu segui caminho com a mulher que Nacho mandou que eu procurasse pelo que me parecia ser a área de serviço do hotel.

Passamos pela cozinha, pela área onde os empregados trocavam de roupa, até chegarmos nos fundos do hotel e a mulher parar em frente a uma porta corta fogo dupla e bem grande.

— Agora você precisa seguir sozinha. — ela empurrou a porta pesada e a segurou aberta. Dá onde eu estava conseguia ver os contêineres enormes com as roupas de cama sujas do hotel.

Olhei para trás com o coração apertando no meu peito, mas não pensei em desistir.

Então passei pela porta corta fogo e assim que meus pés alcançaram o outro lado da porta braços fortes me puxaram e meu corpo se chocou contra alguma coisa. Antes que eu pudesse gritar pelo susto que levei, eu senti o cheiro de maresia e hortelã do Nacho.

— Está tudo bem agora, Laura. Está tudo bem. — ele sussurrava no meu ouvido como um mantra, até eu me acalmar.

— Me tira daqui, por favor. — implorei afundando meu rosto em seu peito.

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