Capítulo 18

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 — Você disse que ele tinha ido embora. — Minha voz soou até meio trêmula enquanto Nacho, praticamente, me carregava até as cadeiras da sala de espera e me fazia sentar em uma dela.

— Todos nós achávamos que ele tinha ido embora. — suas narinas estavam infladas e seus lábios formavam uma linha fina. Eu sabia que ele estava com muita raiva, mas ainda assim não deixaria ele mandar em mim. Me levantei assim que ele me fez sentar e Nacho bufou, irritado. — Eu jamais deixaria você ter vindo se não tivesse certeza de que Massimo não estava na ilha, Laura. Eu jamais te colocaria em perigo.

Um homem vestido de preto se aproximou de nós dois e Nacho tirou os seus olhos de mim para encarar um dos seus seguranças. O homem grande e mal-encarado disse alguma coisa em espanhol ao Nacho e seu semblante só piorou. Nacho parecia soltar imprecações pavorosas, mas eu não entendia. Ele estava xingando em espanhol, muito provavelmente.

— O que houve? — o questionei alarmada, puxando o seu braço e cobrando sua atenção para mim.

— O helicóptero só chegará daqui há 7 minutos. — ele disse entre os dentes. — E essa é a única maneira de tirar você daqui sem passar pelo Massimo e pelos homens dele.

— Tem que haver outra saída.

— Não tem, Laura.

Outro homem se aproxima e diz alguma coisa a Nacho em espanhol e ele me segura com força pelo antebraço, dessa vez forte demais.

— Está me machucando. — reclamei enquanto ele me arrastava até a porta da UTI.

— Entre e só saia quando eu mandar.

Eu neguei com a cabeça. Não podia fazer isso. Uma guerra estava para acontecer bem na sala de espera do hospital e Nacho queria que eu entrasse na UTI onde dezenas de bebê estavam lutando pela vida? Sem contar toda a equipe de profissionais que cuidavam dos bebês!

— Eu não posso fazer isso! — respondi consternada. — As pessoas que estão aí dentro não tem nada a ver com isso.

— Massimo está subindo, Laura. — ele disse tentando se controlar, apertando a mandíbula. — Entre, agora!

— Nacho... — respirei fundo e pousei uma das minhas mãos em seu peito. Meu toque pareceu fazer um efeito imediato nele. Primeiro ele destravou sua mandíbula, olhou para minha mão em seu peito e depois olhou em meus olhos. — Eu não tenho medo dele. Está tudo bem... ele não vai me machucar.

— Laura... — meu nome saiu da sua boca como um sussurro sofrido, doloroso.

O sinal do elevador parando no andar da UTI ecoou pelo corredor e eu dei dois passos para me afastar do Nacho e olhar na direção do corredor.

Massimo estava vindo na nossa direção, com meia dúzia dos seus soldados o seguindo. Ele estava tão lindo... como no início de tudo. Estava todo vestido de preto e seus cabelos penteados para trás.

Ele estava em desvantagem e sabia disso. Acredito que não seria capaz de começar algo que ele não teria como controlar. Ele sabia que tinha uma grande probabilidade de nenhum dos seus homens sair vivo desse hospital caso alguém desse o primeiro tiro.

Eu, Nacho e todos os soldados espanhóis ficamos assistindo Massimo se aproximar enquanto caminhava calmamente pelo corredor. Até eles pararem há uns 5 metros de distância de onde estávamos.

— Eu vim te buscar, Laura. — Massimo disse desapaixonadamente.

Nacho se moveu apenas o suficiente para parar na minha frente e rosnou para Massimo:

— Ela não vai a lugar nenhum.

— Laura? — o chamado do Massimo é comedido, pensado, e eu temo se um deles perder o controle que está tentando segurar com tanto afinco.

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