— Você não sabe o que está falando! — ele se esquivou de mim e foi até a poltrona pegar o seu paletó.
— Eu sei sim! — girei meu corpo para ficar de frente para ele. — Eu não posso ficar com você se você não consegue amar o seu próprio filho!
— Pensei que isso já tivesse sido esclarecido.
— Esclarecido sim, mas isso não significa que eu concordei com as suas palavras absurdas ou que eu aceitei. Continuo achando tudo isso... inacreditável.
Massimo acabou de vestir o seu paletó e o abotoou na frente do seu corpo. Ele caminhou na minha direção de uma forma ameaçadora e eu senti medo quando seus olhos cheios de ódios se encontraram com os meus.
— Você não tem que aceitar nada. — ele disse bem perto do meu rosto e eu ergui meu queixo para que meus olhos ficassem na altura dos seus. — Você é minha mulher, Laura, e deve fazer o que eu disser.
Com essa eu tive que rir e rir bem alto. Em que porra de mundo ele achava que vivia?
— Eu era a sua mulher, Massimo. — eu o corrigi com sarcasmo e ele rosnou ao mesmo minuto que enganchou sua mão no meu queixo e o apertou com força. — E ser sua mulher nunca quis dizer que eu era sua propriedade ou um móvel que você pode mudar de lugar a hora que bem entender. Eu tenho a minha própria vontade e se você não aceitar ela, então sim, eu quero o divórcio.
Massimo me empurrou para trás ainda segurando firme o meu queixo e me jogou na cama.
— Cala a porra da sua boca, Laura! — me encolhi sobre a cama quando seu grito colérico ecoou pelo quarto e eu continuei olhando para ele sob os meus cílios. — Eu sei bem por que você quer ficar nas Canárias e Luca não tem nada a ver com isso.
— Esquece isso! — gritei na mesma força que ele. — Você não vê que eu estou sofrendo?! — apontei na direção da porta. — Luca está sofrendo! O nosso filho, Massimo, está sofrendo! E você ainda está preocupado se eu te traí ou não? Eu estou pouco me fodendo para o Marcelo! É do lado do meu filho que eu quero ficar! Ele sim precisa de mim!
Massimo caminhou enfurecido até a pequena mesa de madeira no canto do quarto e pegou suas coisas. Enquanto ele distribuía a arma, a carteira e o celular pelos bolsos do paletó, eu voltei a chorar.
Podia parecer que estava fácil para mim, mas o que o Massimo estava fazendo comigo era pior do que o inferno. Doía mais do que qualquer coisa que eu tenha experimentado na minha vida.
— Devíamos estar juntos nisso. — eu disse baixo, sem olhar para ele, mas tenho certeza de que ele me ouviu. — Você planejou esse filho sem mim e agora nos abandonou...
— Você tem 10 minutos para me encontrar lá embaixo, Laura. — ele disse quando foi até a porta e a abriu. — Alguém virá buscar suas malas, não se preocupe com elas.
Então ele saiu e bateu à porta.
Meu coração batia furioso no peito. O ódio parecia engrossar meu sangue e pesar minha respiração. Caminhei até o banheiro e só senti mais raiva do Massimo quando me olhei no espelho. Eu não me reconhecia mais, essa situação estava me adoecendo. Meus olhos estavam fundos e minha pele pálida demais. O contraste com os meus cabelos escuros era gritante e, aos olhos de quem me via, talvez até preocupante.
Tentei desviar meus olhos do meu reflexo no espelho, mas as palavras do Massimo ecoando na minha mente faziam com que eu quisesse me encarar e me condenar cada vez mais.
"Ele breve ele não estará vivo".
"Ele nem parece uma criança!"
"Você fodeu com ele, Laura?"
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma vida inteira com você
FanfictionE se Laura escolhesse lutar por sua família? E se Massimo decidisse tentar outra vez? E se Luca sobrevivesse ao atentado? Nota da autora: Essa fanfic é a minha visão do terceiro livro da Trilogia 365 dias de Blanka Lipinska. O nome dos personagens p...