Capítulo 37

115 11 0
                                    

 — Laura narrando:

No dia seguinte, assim que amanheceu, eu voltei para o hospital. Loretta não tinha ficado comigo. Ela era enfermeira do Luca, não tinha o menor cabimento ela passar a noite comigo se ele não estava em casa, então ela foi para a casa dela.

Me vesti com a primeira roupa confortável que eu achei no meu closet e dirigi até o hospital.

Um pouco mais calma agora, apesar de ter passado a noite em claro.

Dei meu nome na recepção do hospital e logo liberaram a minha entrada na UTI pediátrica. Eu sempre me incomodei com o peso do sobrenome do Massimo sobre mim, mas dessa vez ele até que me ajudava.

— Sra. Torricelli? — assim que ouvi a voz masculina conhecida chamando pelo meu nome de casada meu coração ficou um pouco mais tranquilo.

— Dr. Baellis! — apesar de toda tensão, e da noite mal dormida, suspirei de alívio

— Por favor, me acompanhe. — ele me indicou o caminho com a mão estendida na direção do corredor e eu segui o caminho que ele mostrava.

O médico abriu uma porta e entramos em um consultório amplo e espaçoso.

— Luca está bem? — perguntei, apreensiva.

— Na medida do possível sim. — ele sorriu. — Está estável depois das transfusões e talvez a gente consiga tirar o tubo que o ajuda a respirar ainda hoje. — eu sorri e assenti, um pouco mais animada. — Mas a condição dele se manifesta em uma das formas mais graves. Temo que essa não seja a última internação dele por causa da doença.

— Não existe uma cura? — o questionei com a voz embargada. Por que, por Deus, porque um bebê tem que sofrer tanto assim?

— A estudos e evidências sobre o transplante de células-tronco hematopoiéticas, mas precisaríamos de um doador 100% compatível com ele.

— Eu doo! — me levantei quando uma chama de esperança inflamou o meu coração.

— Não é tão simples assim, Sra. Torricelli. — seu tom de voz me fez desanimar na hora e me sentei, completamente, derrotada. — Dificilmente pai e mãe são 100% compatíveis.

— Se pai e mãe não são, quem mais seria? — indaguei, consternada.

— Normalmente um irmão, filho do mesmo pai e da mesma mãe.

Bom, eu nunca pensei em ser mãe em toda a minha vida, ainda mais de dois bebê, mas agora que Luca estava aqui eu faria qualquer coisa para mantê-lo vivo e saudável.

— Nós vamos ter outro filho então!

Dr. Baellis me explicou que deveríamos fazer uma inseminação artificial, pois o novo bebê não poderia ter nenhum traço genético da mesma doença que o Luca ou não poderíamos usar suas células para o transplante. Eu não tinha nenhuma dúvida de que daria certo, só precisava falar com o Massimo. Ele não ia se opor, claro, mas precisava falar com ele.

Vi Luca assim que saí do consultório do Dr. Baellis e quando saí do hospital liguei para o Massimo.

— Sra. Torricelli? — não foi ele quem atendeu.

— Mario, preciso falar com o Massimo. — praticamente gritei, enraivecida. Nunca me importei com as suas viagens a negócios, mas dessa vez ele tinha ido longe demais. — Agora!

— Massimo está em uma reunião importante, Sra. Torricelli. Não posso interrompê-lo.

— Foda-se! — esbravejei. — Onde é essa reunião?

— No Plaza, em Nápoles.

Não esperei ele terminar. Encerrei a chamada e enfiei o celular dentro da bolsa.

Uma vida inteira com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora