— Laura narrando:
No dia seguinte, assim que amanheceu, eu voltei para o hospital. Loretta não tinha ficado comigo. Ela era enfermeira do Luca, não tinha o menor cabimento ela passar a noite comigo se ele não estava em casa, então ela foi para a casa dela.
Me vesti com a primeira roupa confortável que eu achei no meu closet e dirigi até o hospital.
Um pouco mais calma agora, apesar de ter passado a noite em claro.
Dei meu nome na recepção do hospital e logo liberaram a minha entrada na UTI pediátrica. Eu sempre me incomodei com o peso do sobrenome do Massimo sobre mim, mas dessa vez ele até que me ajudava.
— Sra. Torricelli? — assim que ouvi a voz masculina conhecida chamando pelo meu nome de casada meu coração ficou um pouco mais tranquilo.
— Dr. Baellis! — apesar de toda tensão, e da noite mal dormida, suspirei de alívio
— Por favor, me acompanhe. — ele me indicou o caminho com a mão estendida na direção do corredor e eu segui o caminho que ele mostrava.
O médico abriu uma porta e entramos em um consultório amplo e espaçoso.
— Luca está bem? — perguntei, apreensiva.
— Na medida do possível sim. — ele sorriu. — Está estável depois das transfusões e talvez a gente consiga tirar o tubo que o ajuda a respirar ainda hoje. — eu sorri e assenti, um pouco mais animada. — Mas a condição dele se manifesta em uma das formas mais graves. Temo que essa não seja a última internação dele por causa da doença.
— Não existe uma cura? — o questionei com a voz embargada. Por que, por Deus, porque um bebê tem que sofrer tanto assim?
— A estudos e evidências sobre o transplante de células-tronco hematopoiéticas, mas precisaríamos de um doador 100% compatível com ele.
— Eu doo! — me levantei quando uma chama de esperança inflamou o meu coração.
— Não é tão simples assim, Sra. Torricelli. — seu tom de voz me fez desanimar na hora e me sentei, completamente, derrotada. — Dificilmente pai e mãe são 100% compatíveis.
— Se pai e mãe não são, quem mais seria? — indaguei, consternada.
— Normalmente um irmão, filho do mesmo pai e da mesma mãe.
Bom, eu nunca pensei em ser mãe em toda a minha vida, ainda mais de dois bebê, mas agora que Luca estava aqui eu faria qualquer coisa para mantê-lo vivo e saudável.
— Nós vamos ter outro filho então!
Dr. Baellis me explicou que deveríamos fazer uma inseminação artificial, pois o novo bebê não poderia ter nenhum traço genético da mesma doença que o Luca ou não poderíamos usar suas células para o transplante. Eu não tinha nenhuma dúvida de que daria certo, só precisava falar com o Massimo. Ele não ia se opor, claro, mas precisava falar com ele.
Vi Luca assim que saí do consultório do Dr. Baellis e quando saí do hospital liguei para o Massimo.
— Sra. Torricelli? — não foi ele quem atendeu.
— Mario, preciso falar com o Massimo. — praticamente gritei, enraivecida. Nunca me importei com as suas viagens a negócios, mas dessa vez ele tinha ido longe demais. — Agora!
— Massimo está em uma reunião importante, Sra. Torricelli. Não posso interrompê-lo.
— Foda-se! — esbravejei. — Onde é essa reunião?
— No Plaza, em Nápoles.
Não esperei ele terminar. Encerrei a chamada e enfiei o celular dentro da bolsa.
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Uma vida inteira com você
FanficE se Laura escolhesse lutar por sua família? E se Massimo decidisse tentar outra vez? E se Luca sobrevivesse ao atentado? Nota da autora: Essa fanfic é a minha visão do terceiro livro da Trilogia 365 dias de Blanka Lipinska. O nome dos personagens p...