As notícias eram ótimas e eu estava feliz, de verdade. Eu queria comemorar a recuperação rápida e significativa do Luca, mas algo em mim estava morrendo. Minha outra parte, a minha outra metade, estava se esvaindo bem na minha frente e eu não podia fazer nada.
Aliás, minha única alternativa era escolher entre o meu marido e o meu filho.
E só alguém egoísta o bastante e sem coração como o Massimo me pediria para fazer uma escolha dessa.
— Como foi? — Nacho me perguntou assim que entrei no carro. — Luca está bem?
— Ele está ótimo. — sorri para ele. — Pude ver os olhos dele pela primeira vez.
— E então? — ele me questionou animado.
— São como os meus.
— Graças a Deus. — ele riu e eu dei um tapa no seu ombro para repreendê-lo. — Vamos para casa. — ele ordenou ao motorista e o homem colocou o carro em movimento.
Fizemos o trajeto em silêncio. Enquanto eu olhava para fora do carro através da janela, eu sentia os olhos questionadores do Nacho em mim. Sei que ele deve ter dezenas de perguntas, mas eu não quero falar sobre o que aconteceu no fórum.
— Vou tomar um banho. — anunciei assim que entramos em casa e caminhei em direção a escada.
— Então é isso? — eu parei com meu pé no segundo degrau e girei meu corpo para encará-lo. — Não vai me dizer o que ouve no fórum?
— Não. — respondi o óbvio bem rápido e terminei meu caminho pela escada.
Assim que entrei no meu quarto apoiei a bolsa em cima da minha cama e procurei meu celular dentro dela. Quando o encontrei, liguei para Olga.
— Lari? Que merda aconteceu? — ela nem me disse um oi.
— Olga, preciso que me ouça.
— Assim que você me disser que merda está fazendo com a sua vida, caralho! — ela esbravejou.
— Eu não posso viver com um homem que ignora a existência do próprio filho, Olo. Não consigo... — disse com a voz baixa. — Viver com o Massimo significaria virar as costas para o meu filho e eu, simplesmente, não consigo.
— Tem 13 horas que Massimo está trancado no escritório se embebedando. — ela reclamou, alterada. — Ninguém consegue entrar lá dentro. O que aconteceu entre vocês no fórum?
— Massimo insinuou que tiraria Luca de mim por orgulho. — ouvi Olga sugar o ar com força e ela murmurou "Vou matar aquele desgraçado!" — Eu passei mal, o juiz deu um intervalo e nós transamos no banheiro do fórum.
Ela riu antes de zombar:
— Jesus Cristo! Nem assim vocês apagam esse fogo!
— Eu o amo, Olo. — confessei, desolada. — Mais não existe nada mais importante do que o Luca para mim agora.
— Você está certa, Laura. Se Massimo não consegue entender isso, ele que se foda! — eu ri com o seu jeito de falar. — O que você ia me pedir?
— Domenico está aí?
— Espere. — sua voz ficou abafada, mas consegui ouvir ela gritar por Domenico usando os milhares de apelidos que ela deu a ele. Dessa vez ela usou o "ursinho".
— Laura, como você está? — Domenico me perguntou com a sua voz cortês e ao fundo ouvi Olga reclamar "Coloca no viva-voz, caralho!"
— Indo, Domenico. Sinto falta de vocês... dele.
— Eu sei, Laura. Também sentimos sua falta.
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Uma vida inteira com você
FanfictionE se Laura escolhesse lutar por sua família? E se Massimo decidisse tentar outra vez? E se Luca sobrevivesse ao atentado? Nota da autora: Essa fanfic é a minha visão do terceiro livro da Trilogia 365 dias de Blanka Lipinska. O nome dos personagens p...