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ZACHARY ROSS

Estou sentado com Thea ao meu lado enquanto o show da banda de rock acontece no palco lá embaixo

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Estou sentado com Thea ao meu lado enquanto o show da banda de rock acontece no palco lá embaixo. A garota cantarola as músicas bem baixinho, me permitindo ouvir por conta da nossa proximidade.

Ela beberica o copo com o suco que eu acabara de pegar, enquanto eu permaneço dando goles curtos no meu copo com wisky.

Estou encantado com Thea. Sua presença é tão leve e diferente do que estou acostumado. Por mais que eu queira muito transar com ela, não vejo um teor sexual nos rondando a cada instante. Ela me lança sorrisos frouxos quando erra a letra da música, toca minha mão delicadamente com os dedos finos para chamar minha atenção ao show e mantém a cabeça encostada no meu braço passado por trás dela.

—Eu amo essa música.—Fala para mim e começa a balançar as pernas no ritmo.—Se você tivesse me falado que eles iriam tocar aqui, talvez eu aceitaria vir com mais facilidade.

Dá de ombros e eu dou uma risada jogando a cabeça para trás.

—Me conta do que gosta, assim facilitamos as coisas.—Peço e levo o copo à boca.

—Qual a graça de coisas fáceis, Zac?—Pergunta se referindo a exata música que toca no momento.—Eu já disse que não quero me envolver com você.

Eu nego.

—Na verdade, não.—Bebo mais um gole da bebida forte.—Por que não quer nada comigo?

Thea suspira.

—Odeio cafajestes.—Explica simples.—Não vou cair na perdição de ser só mais uma para você.

Mordo meu lábio sorrindo.

—Acha que se envolver comigo é uma perdição, pequena?—Ergo a sobrancelha. Thea pisca lentamente para mim, franzindo a testa e entreabrindo os lábios.—É tudo questão de perspectiva. Eu vejo como uma diversão, e basta você ver da mesma maneira que não sairá magoada.

Explico dando de ombros.

—Eu não sou assim.—Nega.—Não quero ser mais um troféu dentre os vários que você possui na NYU e em toda a cidade.

Ela lança as palavras com naturalidade e sinceridade, isso me agrada muito. Eu gosto de clareza, gosto de coisas e pessoas bem resolvidas, que não se deixam levar por opiniões ou padrões, mas...

Eu quero que Thea mude. Quero que ela mude e aceite ser minha por um momento.

—Não as considero troféus.—Falo.—Elas se autodenominam assim. Sendo muito sincero, nenhuma teve importância suficiente para que eu me orgulhasse tão absurdamente assim por ter transado com ela.

Thea arregala os olhos castanhos e ajeita a postura para me encarar, tapando toda a minha visão do show e das pessoas ao redor.

Seus seios estão empinados e amassados dentro do vestido, e agora quase se esfregando no meu rosto.

—Olhe para mim.—Ela ergue meu rosto com a mão no meu queixo e eu desvio os olhar de seus peitos.—Eu sempre soube que era um babaca dos grandes, mas a cada vez que abre essa boca para falar alguma coisa, descubro que consegue ser bem pior.

Suas íris tremem nas órbitas enquanto fala rapidamente. Eu dou um sorriso relaxado.

—Quem bom que sabe, pequena.—Bebo mais um gole.—Eu não quero enganar ninguém. Quero me divertir. E é muito bom que esteja ciente de quem eu sou, pois seria horrível saber que quebrei seu pobre coração.

Falo irônico e me aproximo segurando-a pelo queixo e deixando um beijo no canto de sua boca, sem desviar nossos olhares.

Thea muda a expressão e os olhos brilhantes vão se apagando. Ela se levanta pegando a jaqueta e me olha com superioridade em pé na minha frente.

—Me leve para casa.—Pede e não me dá tempo de reagir, pois começa a andar para fora do lugar.

Eu suspiro alto.

Se ela estava encantada e iludida que eu poderia ser um cara decente, essa situação me agrada, pois assim que ela relembra que eu sou um fodido e não pretendo mudar nunca.

Eu gosto de primeiras intenções. Nada de segundas intenções camufladas em uma mentira ruim de filmes clichês. Se ela não está afim, porra, isso me deixa irritado, mas vou respeitar e me afastar.

Assim que saio da boate, Thea já está encostada na lataria do carro com os braços cruzados um bico fofo nos lábios. Seus olhos fogem dos meus, mesmo quando eu paro de frente a ela.

—Está irritada, pequena?—Pergunto enfiando as mãos no bolso da calça.

—Me chame de Thea.—Pede em um suspiro.—Não estou irritada, Zac. Eu respeito sua forma de levar a vida, o único problema é a maneira pela qual você objetifica as mulheres. Isso não me agrada nem um pouco.

Explica.

Ela toma as chaves da minha mão para destrancar o carro e entra rapidamente batendo a porta.

Em um suspiro pesado, entro do outro lado e começo a dirigir com a garota em silêncio.

Quando estaciono na porta de seu prédio, a vejo tirar a jaqueta e jogar no banco de trás sem cuidado algum. Suas mãos alisam a pele de suas coxas e então seus olhos sobem até os meus.

—Obrigado pela noite maravilhosa.—Agradece.—Agora que conseguiu o que queria, peço que pare de me mandar mensagens.

Fala em um tom sério.

—Mas eu ainda não consegui o que quero.—Me oponho.

—Mas conseguiu tudo que eu estava disposta a oferecer. Agora volte a ser o estranho que sempre foi para mim.—Abre a porta e coloca apenas as pernas para fora.—Não quero nada com você, Zachary Ross.

E então vai embora, sumindo para dentro do prédio simples.

Bato a mão no volante algumas vezes pela irritação e bagunço meu cabelo.

Eu não desisto fácil assim, pequena. Você ainda não me conheceu. Quando eu quero uma coisa, eu consigo, não importa quanto tempo leve.

E eu a quero. Quero como nunca quis outra mulher.

E não há nada nesse mundo que me impedirá de tê-la, não quando o desejo está estampado no rosto angelical de Thea.

E não há nada nesse mundo que me impedirá de tê-la, não quando o desejo está estampado no rosto angelical de Thea

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