Amor é uma das poucas palavras que não se encontram no vocabulário de Zachary Ross.
Com sua sinceridade extrema e suas palavras afiadas, Zac conquista corações por onde passa, mesmo deixando claro que não se interessa por sentimentos a todo tempo.
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Com as mãos suadas e trêmulas, volto a andar na direção onde segundos atrás eu puxava um certo idiota pelo pulso.
Depois de toda aquela cena de pegação desnecessária com aquela loira peituda, parece que meu cérebro entrou em combustão e todas as boas ideias e o bom senso desapareceram.
Entrei em colapso e só sabia sentir ódio por aqueles olhos azuis incrivelmente quentes estarem me encarando enquanto a língua que semanas atrás estava dentro de mim, entrava na boca de outra.
Olhei para Joe parada a minha frente com seu sorriso sugestivo, como quem queria fazer uma piada de mal gosto sobre eu e Zachary Ross, e pedi:
"—Posso te dar um beijo?"
Os olhos da minha amiga se arregalaram, ela ficou com a boca entreaberta e a próxima frase me deixou muito mais surpresa.
"—Você pode, mas se o Elliot Sanders ficar puto comigo depois, vou te colocar para dar uma explicação a ele."
O choque foi rápido, pois logo minha boca e a dela estava unida em um beijo calmo e sem sentimentos. Ela não beija mal, até porque eu nem poderia sequer dizer isso, já que nossos lábios apenas se tocaram e nem pude colocar a língua, pois meu braço foi puxado antes.
Só o que o fato de estar fazendo aquilo para afetar Zachary, não me deixava sentir nada além de ciúme dele com outra.
E para a minha supresa ele puxou o meu braço com tanta força, eu eu jurei ter escutado meus ossos trincarem.
Seu rosto estava domado por ódio, assim como no momento que eu lhe dei as costas no estacionamento.
Mas eu já não posso mais lidar com a porra de um homem de vinte e tantos anos, que age como um adolescente e me contamina com sua imaturidade.
—O que foi isso?—Joe pergunta quando eu volto totalmente tensa e trêmula para a sua frente.—Foi como uma cena de filme. Eu amei.
Reviro os olhos nas órbitas e dou uma observada ao redor, vendo que as pessoas me encaram e cochicham entre si.
—Me desculpa por isso.—Peço ofegante.—Pelo beijo e a cena ridícula que te fiz passar.
Joe gargalha e toca meu ombro com sua mão fina e com unhas longas pintadas de rosa.
—Foi bem infantil da parte de vocês, mas eu adorei participar.—Exclama.—Nunca havia recebido um olhar tão mortal quanto o de Zac. Foi intenso.
Dou um riso frouxo e assinto.
Isso é verdade. Eu jurei que ele mataria Joe a qualquer instante se eu não o puxasse para longe. Minha amiga é sarcástica demais para ficar próxima de alguém com muita raiva.
