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ZACHARY ROSS

Eu nunca fui um garoto que seguia as regras

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Eu nunca fui um garoto que seguia as regras. Eu sempre soube que estava em uma posição superior a de muitas pessoas ao meu redor, isso me dava um passe livre para ser um fodido de merda.

Meu pai era e é um babaca. Tudo gira em torno do dinheiro para ele, então nenhuma das minhas rebeldias o afetava como eu queria que afetasse. Ele não me olhava severamente como um pai e me dava uma bronca por ser um irresponsável. Ele apenas pagava para os advogados e a imprensa cuidarem de tudo.

O filho perfeito do maior empresário da américa. Era assim que ele queria que eu ficasse conhecido.

Mas tinha uma pessoa que se importava comigo. Só uma.

Era a minha mãe.

Eu me sentia pior quando chegava em casa no outro dia e via seus olhos castanhos inchados de tanto chorar por mim. Ela me abraçava forte, brigava comigo por no fim, deixava um beijo na minha bochecha e fazia chocolate quente para nós dois.

Eu não sei como uma mulher incrível como aquela se casou com o meu pai. Ele é um homem horrível e sem coração, e na época que se conheceram, eu tinha apenas três meses de vida e minha mãe tinha 22 anos de idade.

Ela era muito jovem para se casar e já ser mãe de um bebê, mas enfrentou tudo da melhor maneira possível.

Minha mãe biológica morreu no parto por conta de um problema no coração. Eu e meu pai ficamos sozinhos no mundo até que ele encontrou minha Tiana.

Quando fiz dezoito anos, fiz uma festa na cobertura que meu pai me deu aqui em Nova Iorque. A festa estava louca, muitas mulheres e bebidas, além das drogas que eu usava na época. Não vi meu celular tocar por conta da música alta.

Mas quando finalmente—depois de quase duas horas—escutei a droga do celular, era o advogado do meu pai me dando a pior notícia da minha vida.

Minha mãe faleceu após sofrer um infarto.

O mundo caiu na minha cabeça. Tudo começou a desmoronar e eu não sabia para onde ir.

Foi o pior dia da minha vida, e desde então, eu tenho vivido a pior versão de mim mesmo a cada dia que passa.

Agora, sentado no banco de um bar qualquer, bebendo uma boa dose de wisky e ouvindo a música baixa que toca no ambiente, comemoro o dia do meu nascimento e o dia em que morri em vida.

Não há amigos a minha volta, nem mulheres e nem curtição. Não há mensagens ou presentes. Só há eu mesmo e minha dor.

Mas encarando uma garota pequena demais para a voz grave que carrega consigo e com um cheiro fodidamente bom, é quase que anestesiante para a agonia que queima meu peito.

Os doces olhos castanhos me encarando, o cabelo crespo arredondado e o sorriso tímido com os dentes da frente levemente separados um do outro me deixam completamente desnorteados.

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