Amor é uma das poucas palavras que não se encontram no vocabulário de Zachary Ross.
Com sua sinceridade extrema e suas palavras afiadas, Zac conquista corações por onde passa, mesmo deixando claro que não se interessa por sentimentos a todo tempo.
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Encaro as inúmeras mensagens sem resposta que enviei para Zachary.
Já está tarde, deve passar das duas da manhã, mas ele ainda não me deu respostas do que aconteceu depois que fui embora, ou sobre as atitudes do seu pai.
Quando ele disse que não seria uma boa ideia conhecê-lo, achei que dizia aquilo por não querer aprofundar nossa relação.
Jamais imaginei que era por seu pai ser um grande babaca.
Realmente ele teve de quem puxar todo esse jeito presunçoso de ser. Os dois são como clones um do outro, até mesmo na forma irônica de sorrir e no jeito como as mãos pousam sobre a mesa.
—Ei, Thea.—Sam me chama enquanto está deitada ao meu lado.—O seu namorado é bonito.
Comenta.
Fiquei supresa por ela se manter tão calada durante o jantar e assim que chegamos em casa também.
Geralmente Samantha é cheia de energia e assuntos intermináveis para serem ditos.
—Ele é.—Concordo desligando a tela do celular e me virando para a garotinha.—Gostou dele?
Sam dá de ombros.
—Eu não tive tempo de falar com ele, mas pelo jeito que ele olha para você e o tom de voz quando fala com você... Acho que deu sorte, mana.—Sorrio largo e a abraço.—Ele é como aqueles caras que leio nos livros.
Reviro meus olhos e a aperto nos braços.
Antes ela cabia no meu abraço perfeitamente, agora é uma garota grande, mesmo que eu quase não a tenha visto crescer.
—Anda lendo livros adultos, Samantha Carson?—Ela dá uma risadinha em resposta.
—Não. Eu leio sentada na maioria das vezes.—Rebate afiada e eu belisco sua costela.
Depois de umas risadinhas, a garota se recompõe e me encara sob a pouca iluminação que o abajur de luz amarelada nos oferece.
—Mana...—Chama.—O pai dele não parece uma pessoa solitária?
Franzo o cenho confusa.
Bom, ele me parece alguém idiota, preconceituoso e filho da puta.
—Por que acha isso?
A garota dá de ombros.
—Sei lá... Aquela casa enorme só para ele, as fotos da falecida esposa a cada passo que demos, além das fotos do Zac quando era bebê. E ele sentado naquela mesa enorme sozinho antes de chegarmos. Alguém com uma mesa tão grande daquele jeito, é porque quer preenchê-la com uma família.
Fala calmamente, me fazendo ficar em silêncio por algum tempo digerindo cada palavra dita.
