"Você é tão dramático"

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Alex pov

Eu estava deitado na cama com muito frio, fome e dores no corpo, eu só estava me alimentando de pão e cereais nos últimos dias, mas não posso culpar o Ian, ele é novo demais para saber cozinhar, essa deveria ser a minha obrigação e não dele. De repente eu escutei a minha campainha tocando e o Ian abrindo a porta, fiquei curioso para saber quem era, mas não tinha forças para levantar, esperei um pouco deitado na cama e ouvi minha porta se abrindo depois de um tempo.

Ian: Lex, a Lívia, a irmã da Ellen tá aqui, ela trouxe uma canja para você - ele falou acendendo a luz do meu quarto e eu sinceramente fiquei um pouco nervoso, porque a Lívia estava aqui, porque ela veio me ver?

Lívia: Podem ir brincar um pouco na sala, eu cuido dele - ela falou e eu ouvi as crianças saindo do meu quarto - Alex? Como você tá? - ela falou sentando ao meu lado na cama.

Alex: Não muito bem - eu falei com uma voz fraca e fanha.

Lívia: Eu trouxe canja para você, levanta, tá quentinha - ela falou tocando no meu braço fazendo eu me arrepiar e notando o quanto o meu corpo estava quente - Meu Deus, Alex, você tá ardendo em febre - ela falou tocando a minha testa com um tom de voz preocupada - eu vou lá em casa buscar um remédio para você - ela falou já se levantando da minha cama, mas eu queria tanto que ela ficasse perto de mim, só um pouco. Na hora eu não pensei muito bem e segurei o pulso dela involuntariamente, ela olhou para mim confusa e eu falei a verdade, a única coisa que estava se passando na minha cabeça naquele momento.

Alex: Não vai, fica, por favor - eu falei fraco e de forma sincera.

Ela me olhou de forma estranha, mas acho que se compadeceu do meu estado deplorável e voltou a se sentar ao meu lado.

Lívia: Tá bom, Alex, eu fico, mas só se você tomar a canja - ela falou segurando um recipiente de isopor e uma colher.

Alex: Só se você me der na boquinha - eu falei brincando com ela e por incrível que pareça ela levou a sério.

Lívia: Tudo bem, eu dou, desde que você tome tudo, por mim tudo bem - ela falou séria e eu só acenei com a cabeça positivamente. Eu sentei na cama sentindo diversas dores no corpo, mas consegui sentar, e ela começou a realmente colocar a canja na minha boca como se eu fosse um neném. No início aquela situação me pareceu patética, mas de repente eu me lembrei um pouco de como é ser cuidado por alguém, ser cuidado e não ter que cuidar de outra pessoa e eu amei essa sensação - Olha só, você comeu tudo mesmo - ela falou animada.

Alex: Obrigado pela canja, Lili - eu falei e vi ela bufar quando chamei ela de Lili.

Lívia: Agora que você já parece um pouco melhor, acho melhor eu ir andando - ela falou e eu fiz uma expressão triste, ela me fazia tão bem, eu estava me sentindo tão bem com ela aqui, porque ela tem que ir embora?

Alex: Não vai, Lili, por favor, não me deixa sozinho - eu falei manhoso com uma cara de cachorrinho.

Lívia: Você é tão dramático, Alex - ela falou rindo - Tudo bem, eu fico mais um pouco, mas só para garantir que sua febre não vai aumentar - ela falou se justificando e eu sorri para ela e deitei do seu lado na cama enquanto ela continuou sentada - V-você quer deitar no meu colo? - ela perguntou de forma gentil, mas falou como se soubesse que não deveria fazer aquilo, mas eu aceitei mesmo assim e apoiei minha cabeça em seu colo e ela começou a acariciar meus cabelos fazendo um cafuné tão agradável que me fez fechar os olhos apenas para aproveitar aquela sensação.

Alex: Sabe, faz muito tempo que ninguém me fazia um cafuné, ou me dava colo - eu falei ainda com os olhos fechados.

Lívia: É? E o seu pai? Ele não é carinhoso? - ela me perguntou sem parar de mexer em meus cabelos, mas mesmo sem abrir os olhos eu senti que seu olhar agora repousava sobre mim.

Imprevisto - LilexOnde histórias criam vida. Descubra agora