"Acidentes acontecem"

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Alex pov

Hélio: O que foi dessa vez? - meu treinador perguntou já sem paciência.

Alex: Olha, nem me pergunte, dessa vez nem eu sei - eu falei e ele me olhou confuso e em seguida fez um sinal com a mão para que eu seguisse caminho.

Eu treino com o Hélio desde pequeno, ele sempre quis que eu e o Téo jogássemos no mesmo time porque temos habilidades que se completam, ele vive dizendo que seríamos uma boa dupla, mas isso nunca aconteceria, não mesmo, além do Téo ser um vila, ele ainda é o maior babaca, não entendo porque a Lívia gosta dele. Pensar na Lívia me fez retomar a preocupação sobre o motivo dela estar chorando, o que será que estava acontecendo com ela? Eu fiquei refletindo até esbarrar de novo em alguém.

Alex: Mas de novo? - eu falei um pouco irritado vendo a minha amiga Karen em minha frente.

Karen: Claro, né, Alex, você não olha por onde anda, fica aí andando de cabeça baixa pensando sabe lá Deus em quê - minha amiga falou com o seu bom humor de sempre.

Alex: Eu não tava pensando em nada demais, é só que... - eu parei e pensei que talvez ela soubesse o motivo da Lívia estar daquele jeito, elas não se dão bem, mas ainda são irmãs - Eu vi a Lívia chorando antes de entrar aqui no CEC, você por acaso sabe o que tá pegando com ela? - eu perguntei mais preocupado do que gostaria.

Karen: É só drama da Lívia, porque advinha só? A gente agora vai morar no lado torre - ela falou cantarolando a última parte da frase e eu abri um sorriso.

Alex: Sério? E onde vocês vão morar? - eu perguntei animado.

Karen: Literalmente na frente da sua casa, vamos ser vizinhos de porta - ela falou dando pulinhos de felicidade.

Alex: Que máximo, eu não acredito que eu vou ser vizinho da minha melhor amiga - eu falei abraçando ela e a levantando um pouco do chão - A gente tem que contar a novidade para o pessoal - eu falei largando ela.

Karen: Sim, com certeza, vamos ver se a Rosa já chegou para contarmos para ela - ela falou puxando o meu braço e me guiando em direção a quadra. Durante o curto caminho eu parei para pensar que a Lívia deveria estar arrasada, ela morou no lado vila durante toda a sua infância e todas as lembranças com o seu pai estavam naquela casa, talvez eu devesse falar com ela depois? Não, isso era uma péssima ideia, com certeza uma péssima ideia, melhor deixar para lá, ela já tem os amigos e o namoradinho dela.

Lívia povo

Depois que o Alex me deixou sozinha eu parei um pouco de chorar, não entendia porque ele tinha vindo falar comigo e muito menos qual o motivo dele ter sido tão gentil, o Alex sempre implicou muito com todos nós do lado vila desde quando nós éramos crianças, por isso toda essa preocupação comigo agora não fazia sentido algum para mim.

Fiquei sozinha por um tempo até ver meu namorado se aproximando com um olhar de raiva, sentia que iríamos brigar de novo, mas eu sinceramente não tô com cabeça para isso agora.

Téo: Eu não suporto o Alex, é sério, não suporto, como alguém pode ser tão incoveniente assim? - ele falava sem parar e sequer olhava para mim, sinceramente, eu acho que se nesse momento ele estivesse conversando comigo ou com uma pedra, não faria diferença alguma, ele não queria alguém para conversar, só alguém para ouvir ele - Você não acha? - ele perguntou me tirando de meus devaneios - Lívia, você tá me ouvindo? - ele me perguntou um pouco irritado.

Lívia: Na verdade, não, olha, Téo, me desculpa, mas eu realmente não tô com cabeça para essas suas briguinhas com o Alex agora - eu falei já me levantando do banco em que eu estava sentada e ele segurou em minha mão delicadamente.

Imprevisto - LilexOnde histórias criam vida. Descubra agora