Reconciliação

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Lívia pov

O Alex me levou para fora da sala, eu odiava essa sensação de sentir que estava dando trabalho, me fazia sentir inútil.

Fomos para o pátio que era uma das únicas áreas abertas na escola e nos sentamos, eu não conseguia respirar, não conseguia falar, não conseguia sequer chorar.

Alex: Ei, Lili, tá tudo bem - ele falou passando a mão no meu rosto - Olha, respira junto comigo, eu vou contar até quatro e você prende o ar, quando eu contar até quatro de novo, você solta, tá? - ele falou e eu balancei a cabeça afirmativamente.

Ele fez essa contagem algumas vezes até eu conseguir regular a minha respiração, mas minhas mãos ainda tremiam um pouco.

Alex: Me desculpa, tá? - ele falou e eu não entendi, porque ele estava se desculpando? - Eu nunca mais vou deixar ninguém intimidar você, eu não consegui te proteger, mas isso nunca mais vai se repetir - ele falou segurando minha mão e eu o olhei e juntei forças para falar.

Lívia: Não é culpa sua - eu falei baixo e ele me olhou negando com a cabeça como se discordasse de mim - Você não pode se meter em problemas todas às vezes que alguém falar algo ruim de mim, Alex - eu falei com a voz fraca.

Alex: Li, o que eu não posso é deixar lixos humanos como o Gabriel ou o Téo te machucarem e saírem impunes - ele falou sério cerrando os punhos - Lili, eu sou completamente apaixonado por você, eu... Eu amo você, eu amo você desde o quarto ano, e por muito tempo, por medo, eu deixei pessoas fazerem mal a você, eu via e simplesmente não fazia nada, mas isso não vai acontecer, não de novo - ele falou e eu estava completamente estática, ele me amava? Alex Ferrari me amava?

Lívia: Você... Me ama? - eu perguntei baixo e ele corou violentamente.

Alex: Eu... Sim, eu te amo, mas eu... Eu entendo se esse sentimento não for recíproco, porquê eu era um babaca com você, e até pouco tempo atrás você tinha namorado, e a gente ainda tá se conhecendo, e talvez eu esteja falando um monte de merda e você me ache um idiota, mas eu sei o quê eu sinto, Lili, e o que eu sei, é que eu amo você - ele falava sem me olhar nos olhos - Eu sempre amei você, eu até tentei negar para mim mesmo, mas não dá mais, é mais forte do que eu, eu amo você, de verdade - ele falou com a voz um pouco trêmula e eu segurei seu queixo fazendo com que ele me olhasse.

Lívia: Alex, eu nem sei o que é amor - eu falei baixo, e eu não estava mentindo, talvez o amor familiar eu entendesse, mas não esse tipo de amor, não esse amor romântico, esse eu nunca senti, afinal eu não amava o Téo, eu apenas era dependente dele, e isso são duas coisas completamente diferentes.

Alex: Eu posso te ensinar, se você deixar - ele falou aproximando seu rosto do meu e eu apenas balancei a cabeça afirmativamente e fechei os olhos sentindo ele juntar nossos lábios, eles se encaixavam perfeitamente, nós nos encaixávamos perfeitamente.

Era incrível como ele me dominava, como ele fazia sua língua percorrer o interior de minha boca sem dificuldade nenhuma, o beijo dele era viciante, era gostoso, eu arrisco dizer que era até um pouco excitante, o jeito que ele segurava minha cintura, que ele me puxava para mais perto o tempo todo, a sensação de sentir ele gemer levemente quando eu arranhava sua nuca, mas sem separar seus lábios dos meus em momento nenhum, tudo isso me fazia sentir um calor que eu nunca havia experimentado em toda a minha vida.

Era interessante, quando nós nos beijávamos parecia que o mundo a nossa volta desaparecia, as pessoas não importavam, o local também não, não havia nada e nem ninguém que pudesse ser mais importante que nós dois naquele momento, simplesmente não existia nada e nem ninguém em lugar nenhum.

Mas essa minha ilusão acabou rápido, já que logo ouvi alguém pigarreando em minha frente, nós nos separamos um pouco ofegantes e corados olhando a pessoa que nos encarava um pouco constrangida, era a Julieta.

Imprevisto - LilexOnde histórias criam vida. Descubra agora