"Piscininha amor"

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Alex pov

Já era tarde, eu estava deitado em minha cama olhando para o teto, um pouco nervoso para amanhã, mal podia esperar para ver a Lívia outra vez, mas eu não podia ficar muito nervoso, ou sabia muito bem o que poderia acontecer, posso acabar tendo uma de minhas crises de ansiedade. Já faz um tempo que isso não acontece, mas sempre fico nervoso ao pensar que pode acontecer outra vez, se for aqui no meu quarto é o de menos, só não quero que aconteça na frente da Lívia, seria patético, ela iria me achar um perdedor e com certeza ia sair contando para todo mundo que eu sou um esquisito idiota que chora, treme e fica sem ar toda vez que não consegue lidar com as próprias emoções, é realmente ridículo, por esse motivo eu não falo com ninguém sobre isso, só o Romeu sabe, só ele e mais ninguém, e eu prefiro que continue assim.

Eu fiquei deitado em minha cama tentando me acalmar, até que resolvi recorrer ao meu remédio de ansiedade, eu normalmente não tomo ele, o fato de eu precisar de um remédio para não esquecer como se respira me faz sentir um fracassado, mas amanhã será um dia importante, então é necessário.

Me levantei da cama e caminhei até o meu banheiro, na farmácia de lá estavam diversos curativos, álcool, gaze, algodão, analgésicos, até que eu o vi, meu remédio para ansiedade, peguei a caixa com um pouco de raiva e caminhei de volta para a minha cama, porque eu preciso disso? Isso não é justo, eu queria ser um adolescente normal, eu poderia ser um adolescente normal, mas eu não sou mais normal, não desde que minha mãe se foi. Olhei para o móvel ao lado de minha cama, uma pequena cômoda e lá estava um retrato meu e da minha mãe quando eu era bem pequeno, o peguei em minhas mãos e o observei, minha mãe era tão bonita, eu me lembro de todos os nossos momentos juntos, de todas as vezes que eu ficava doente e só queria que ela cuidasse de mim, de quando ela me ensinava palavras de línguas estrangeiras que ela aprendia em seus mergulhos internacionais, de quando ela me contava histórias para dormir, de quando nós conzinhavamos juntos, mas de uma hora para outra, tudo isso apenas se foi, se foi junto com ela.

Olhei para a foto por mais alguns minutos e senti minhas bochechas ficarem molhadas com algumas lágrimas que escorriam de meus olhos.

Alex: Eu me sinto tão sozinho, mãe, só queria você aqui - eu falei em meio às lágrimas e de repente ouvi batidas na porta do meu quarto, limpei as lágrimas e fui até lá abrir. Era o Ian, segurando um cobertor e um ursinho de pelúcia, eu me lembro desse ursinho, minha mãe deu a ele.

Ian: Eu tive um pesadelo e não consigo dormir, eu posso dormir aqui com você, por favor? - ele perguntou e eu suspirei profundamente.

Alex: Pode sim, entra aí - eu falei dando espaço para ele entrar e em seguida fechando a porta, ele subiu em minha cama e se aconchegou em um de meus travesseiros - Eaí, como foi o pesadelo? - eu perguntei sentando ao lado dele na cama.

Ian: Eu sonhei que você ia embora e me deixava sozinho, e eu tinha que passar todos os dias aqui em casa sozinho para sempre - ele falou com uma voz um pouco chorosa.

Alex: Aí, Ian, isso nunca vai acontecer, tá? Eu não vou embora, e você não vai ficar sozinho - eu falei acariciando levemente seus cabelos.

Ian: Nem se você casar com a Lívia um dia? - ele falou e eu senti meu rosto esquentar.

Alex: Ian, eu nem namoro a Lívia, ela tem namorado, esqueceu? - eu falei sorrindo para ele um pouco nervoso e um tanto decepcionado por me lembrar do fato de que ela é comprometida.

Ian: Eu sei, mas o namorado dela é um chato, a Ellen disse que ele sempre faz ela chorar - ele falou e eu cerrei os punhos com raiva por imaginar todas as vezes que ele fez mal a ela - Porque as pessoas gostam de quem não faz bem a elas? - ele perguntou olhando para mim com seus olhinhos curiosos.

Imprevisto - LilexOnde histórias criam vida. Descubra agora