Capítulo 68

856 126 45
                                    

Seattle, Washington - 2009

TRÊS MESES APÓS O ACIDENTE

Após um trauma, o corpo se torna vulnerável. O tempo de reação é crucial, e, de repente, você se vê cercado por pessoas: médicos, enfermeiros, especialistas, técnicos. A cirurgia é como um esporte coletivo, com todos trabalhando para alcançar o mesmo objetivo: sua recuperação. Todos esperam que você volte a ser como era antes. Mas, quando a cirurgia termina, é então que a verdadeira batalha começa: a recuperação.

A recuperação é uma corrida solitária, longa e exaustiva. Muito, muito solitária.

Callie se recuperava bem, mas ainda precisava permanecer no hospital.

Naquela tarde, Sophia havia passado no teste da cadeirinha e, enfim, poderia ir para casa. Após momentos de grande emoção e nervosismo, Alina e Mark saíram do hospital carregando a filha nos braços.

O quarto na casa dos Sloan estava decorado em tons de rosa e roxo, com um berço branco, um guarda-roupa e uma cadeira de balanço. Tudo estava pronto para receber a filha tão esperada. Sorrindo, Mark abriu a porta para Alina, que trazia Sophia nos braços, também sorrindo de felicidade.

Sophia Robbins Koracick Sloan Torres estava em casa.

Subiram juntos até o quarto e, após deitar a pequena no berço, finalmente puderam descansar na própria cama. Durante três meses, mal haviam estado em casa, sempre no hospital, cuidando da bebê na incubadora e apoiando Callie em sua recuperação. Agora, a vida parecia prestes a voltar ao normal.

Muita coisa havia mudado em três meses. Alex conseguiu trazer as crianças da África para serem operadas, Callie e Arizona estavam mais próximas do que nunca, planejando o casamento, o estudo clínico de Derek avançava com sucesso, e em breve seria escolhido o novo chefe da residência.

Tudo fica bem quando termina bem.

UM MÊS DEPOIS

Germes, doenças, toxinas. Nosso corpo está exposto a perigos constantemente, tudo acontecendo abaixo da superfície, fora de vista. Consciente ou não, nosso corpo está sempre em alerta. Cada vez que piscamos, removemos milhões de micróbios indesejados. Se inalamos pólen em excesso, espirramos. O corpo reconhece um invasor quando o encontra. Ele detecta o inimigo, ativa os glóbulos brancos e reage.

Naquela manhã, Alina estava cheia de entusiasmo. O relógio em seu pulso marcava cinco horas quando ela entrou na sala de reuniões. Todos já estavam lá, com expressões de cansaço, mas ela exibia um sorriso radiante, tão enérgica quanto uma criança em um parque de diversões. Depois de um mês em casa, aproveitando a licença-maternidade, estava ansiosa para voltar à sala de operações.

Ela caminhou até os colegas, parando ao lado de Cristina e Jackson. Alex estava à frente, apresentando o caso das crianças órfãs que havia trazido da África.

Código Azul Onde histórias criam vida. Descubra agora