Seattle, Washington - 2009
Pensa nisso: você passou os últimos cinco anos da sua residência estudando, treinando e se preparando para se tornar cirurgião, mas esses cinco anos de uma hora pra outra não significam mais nada. A única coisa que faz diferença, a única coisa entre você e o resto da sua carreira é um teste em um hotel aleatório, numa cidade aleatória com um examinador aleatório fazendo perguntas aleatórias.
Nervosismo? Você deveria ter.O estacionamento do hospital estava movimentado, com residentes e acompanhantes se reunindo ao redor da van que os levaria ao aeroporto. Alina estava parada ao lado de Derek, que parecia determinado a tranquilizá-la enquanto ela ajustava a alça de sua bolsa, nervosa.
— Respira... fica calma. — Derek inclinou-se um pouco para olhá-la nos olhos, as mãos repousando nos ombros dela. — Esse é um teste de capacidade, e você é capaz até dormindo. Você é Alina Koracick! Você sabe todos os protocolos, todas as respostas. Fiz download do meu cérebro no seu. Você está mais que pronta. Você é minha estrela! Lembre-se disso.
— Derek, tá tentando me deixar calma?— Alina ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços.
— Sim. — Ele soltou uma risada sem graça.
— Não tá ajudando. — A expressão dela era firme, mas a tensão nos ombros mostrava que o nervosismo ainda dominava.
— Eu sei, desculpa. — Ele suspirou, passando uma mão pelo cabelo enquanto ela o encarava, já impaciente.
— Vai atrás da sua esposa porque ela ainda não tá aqui. — Alina finalmente quebrou o silêncio, apontando para o outro lado do estacionamento.
— Ok, eu vou. — Derek levantou as mãos em rendição e começou a se afastar, lançando um último olhar preocupado para ela antes de desaparecer no corredor.
Antes que Alina pudesse sequer respirar fundo, Mark apareceu com um sorriso caloroso, aproximando-se dela e envolvendo-a em um abraço rápido antes de beijar seus lábios.
— Minha estrelinha, tá nervosa? — Ele afastou-se apenas o suficiente para olhar para ela. — Não fica nervosa. Você é incrível!
— Não faz isso, o Derek já me deixou uma pilha. — Ela esfregou as têmporas, sentindo a pressão aumentar.
— Ele tá preocupado, é fofo. — Mark soltou uma risada baixa, segurando as mãos dela. — Também estou preocupado... mas com o Jackson. Você, eu sei que vai arrasar!
— Eu sou uma péssima mãe. — Alina respirou fundo, mas então desviou o olhar, a voz saindo mais baixa.
— Para com isso. — Mark apertou levemente as mãos dela, inclinando-se para que ela voltasse a olhá-lo.
— Nossas filhas têm quatro meses e eu tô largando elas por dois dias sozinhas. — ela suspirou.
— Ei! — Ele balançou a cabeça, sorrindo de canto. — Elas estão com o pai delas, não sozinhas.
— E se elas não dormirem a noite? Você sabe que às vezes elas ficam acordadas a noite toda. — As palavras saíram apressadas, como se ela não conseguisse segurar o fluxo de preocupações.
— Então eu balanço elas a noite toda, exatamente como você. — Ele disse, a voz tranquila.
— Se o leite acabar? — Alina insistiu, mordendo o lábio.
Mark riu, divertido. — Você tirou leite suficiente pra alimentar cinco crianças por um mês.
— E se elas ficarem doentes? — Ela bufou, ainda inquieta.
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Código Azul
FanfictionAlina Koracick sempre teve um destino claro: ser médica, seguir os passos de seu pai como neurocirurgiã. Mas quando ela deixa para trás sua vida em Baltimore e o conforto do Hospital Johns Hopkins para ingressar na residência cirúrgica do Seattle Gr...