Do outro lado, tínhamos o reino quase acabado de Brahão, que era muito disputado antes do rei Renato vir à faltar. A belíssima rainha Branca tivera três lindas filhas: Louise, Sarah e Sophia.
Ambas com pouca diferença de idade, sendo assim, Sophia a mais velha.Ainda não estavam em necessidade, mas Branca teve coragem ao pedir ajuda à Jorge, já que as coisas não iam bem. Viu o reino cair se não corresse contra o tempo.
— Meninas. — A rainha adentrou a sala de estar de seu reino. Louise como sempre, jogada em algum móvel antigo enquanto Sophia lhe repreendia. — Tivemos uma reposta do reino de Borgerith! — Soltou, animada.
— E então? A gente vai se mudar para lá? — Louise deu de ombros.
— Não vamos nos mudar. Vamos participar do baile anual! — Sophia lhe corrigiu. — Ele deu indícios de quando começar, minha mãe?
— Apenas disse que acontecerá o baile anual. Isso já é um grande avanço ao nosso reino. — Assentiu. — Precisamos desenhar alguns vestidos.
— Com baixo orçamento? — Louise alfinetou.
— Louise, não seja rude! — Sophia empurrou seus pés, que estavam ao ar. — Vamos conseguir desenhar as vestimentas, minha mãe.
Eu posso usar o meu vestido do baile de aniversário.— É muita gentileza sua, Sophia. Mas precisamos estar apresentáveis ao baile anual. Pelo menos, tentar. — Esfregou as mãos, esperançosa.
— Vocês já perguntaram à Sarah o que ela acha disso tudo? — Louise ficou de pé novamente, observando a mãe e a irmã, que emitiam uma careta.
— Sarah não tem que achar nada. — Sophia rebateu. — Estamos precisando desse dinheiro, Louise. O rei Jorge foi muito gentil de nos ajudar.
— E por que ele ajudou tão rápido?
— O rei Jorge era um grande amigo do seu pai. — Branca umedeceu os lábios. — Ele deve isso à gente, de uma certa forma.
— O papai sempre foi um homem bom. Ele amava o reino de Borgerith. — Sophia sorriu, se lembrando vagamente. — O rei Jorge me lembra muito ele. Um homem de bom coração!
Mal sabia ela que o pai odiava o reino. Tentou destruí-lo quatro vezes, ainda vivo. Um caos completo.
— Eu vou ler um pouco. — Louise saiu de perto, estava cansada daquele assunto.
Sophia ainda ficou com a mãe, conversando em como conseguir a vestimenta ideal para o baile.
Ficaram horas discutindo, desenhando e pedindo ajuda para Sarah, que estava animada com o baile. Seu intuito? Ir atrás de príncipes de outra cidade.
Os homens de Owren não lhe chamavam atenção.— Que tal... Pedrarias? — Sarah ficou de frente com Sophia, gesticulando com as mãos, imaginando o vestido perfeito para a irmã.
— Não sei. — Sophia torceu o nariz. — Pensei em um coúrset e vestido.
— JAMAIS! Você estará indo ao baile anual e não uma feira de antiguidades. — Sarah negou com a cabeça. — Vou arranjar o melhor vestido feito em anos para você! Precisa mostrar ao público esse corpo lindo e angelical.
— Sarah, eu não sou igual à você. — Riu da irmã. — O baile será para nos ajudar e não encontrar um príncipe dando sopa.
— Acontece que o rei Jorge tem o príncipe Micael. — Sarah mordeu o lábio inferior. — Ele não faz o meu tipo mas você se daria super bem com ele.
— Ficou maluca? Eu não conheço ele!
— Mas pode acontecer! — Segurou as mãos da irmã. — Imagine você, se casando com o príncipe Borges. — Sarah sorriu. — Irá se mudar para o reino de Borgerith, ser da realeza e dar herdeiros para a próxima geração.
— Por que você é assim? — Sophia riu mais ainda. — Esqueça essa história, eu vou ao baile para outros fins.
— Que seja. — Sarah blefou, voltando a fazer o que estava fazendo. — Vou sair hoje à tarde, em busca de tecidos. Quer ir comigo?
— Hum, acho que não. — Sophia negou. — Preciso escrever uma carta ao rei Jorge. Agradecendo.
— De novo?
— Sarah, devemos agradecer o quanto pudermos. Entendeu? Homem jamais faria isso!
— O rei Jorge gosta da mamãe. Por isso vive ajudando o nosso reino. Não tem lógica ele ajudar.
— O papai amava ele.
— Acontece que o papai morreu.
— Eu sei disso. — Sophia entristeceu, rapidamente. — Vá fazer suas tarefas! Preciso me concentrar na carta.
Sarah revirou os olhos enquanto Sophia deixava a irmã. Se trancou em um aposento pequeno, buscando papel e tinta, escrevendo a carta com todo carinho e gratidão possível.
Já no reino de Borgerith, os preparativos do baile anual começavam a esquentar. Micael enfureceu ao ver outros serviçais, trabalhando na troca de cortinas e pisos, por ordem de Jorge. Atravessou o jardim furioso, desesperado para que aquilo acabasse de uma vez.
— Tapetes do Aladim? — Parou ao lado do pai, que dava ordens à mais dois serviçais.
— O que há?
— O que há? Está trocando tapetes e cortinas? Que tipo de baile anual é esse?
— O famoso e grande baile anual! Não seja tolo. — Jorge deu de ombros. — Vamos estender um tapete vermelho na entrada. Os convidados irão sugerir a valsa, e depois, deliciosos canapés de camarão ao molho rosé. — Jorge sorriu animado, esfregando as mãos.
— Vou ficar bêbado.
— Se fizer qualquer gracinha, terei que puni-lo.
— Me punir? — Micael gargalhou, de modo irônico. — Tudo isso pela rainha Branca de peitos caídos?
— Onde está o respeito, Micael?
— Tenho respeito! Mas esse baile já está indo longe demais, o senhor não acha?
Os dois se fuzilaram com o olhar. Jorge balbuciou mas foi interrompido por um guarda.
— Meu lorde. — Assentiu ao rei. — Recebemos uma carta do reino de Brahão.
— Maravilhas! — Jorge sorriu, o mais contagiante possível. — Deixe em cima da mesa, por favor.
— Disponha. — Abaixou-se rápido, se despedindo do rei.
Jorge observou Micael, que blefava ao vento.
— Se eu souber que o senhor está transando com a rainha Branca, vamos ter problemas. Ok?
— Por que você acha um absurdo desse?
— Porque recebemos uma carta em menos de quatro horas. Elas estão passando fome? — Debochou.
— Micael!
— Eu vou caminhar por aí. Cavalgar, trilhar, fazer qualquer coisa que areje minha mente. — Avisou ao pai, lhe deixando.
Montou em cima de um cavalo branco, saindo às pressas, cansado de escutar tudo sobre o baile anual, que por final, estava pirando sua cabeça.
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Xeque-Mate Para o Amor
RomanceUm conflito entre dois reinos: De um lado, Micael. Do outro, Sophia. Em um poderoso baile anual para ajudar o reino de Brahão, tudo sai do controle quando Micael e Sophia são flagrados em um momento íntimo. Por regras para não serem deserdados, se...