Capítulo Dezessete

53 6 0
                                    


Estavam perdidos! Que maravilha. Sophia suava frio enquanto caminhava pelo bosque imenso, que no entanto, continha muitas árvores e nada de placas indicando onde estavam. Micael ficou nervoso, procurando alguma saída que os levassem para fora dali.

— Você é um ridículo! Otário! Um... Babaca inútil qualquer, brutamontes! — Sophia soltou, furiosa. Estava quase chorando por não achar o caminho de volta. — Por sua culpa eu vou morrer, dentro de um bosque!

— Não seja dramática, por favor. — Micael parou. Colocou a mão na cintura, pensando. — Viemos do lado leste, então, vamos voltar ao lado que estávamos. Fim dos problemas!

— Nós não voltamos dali. — Esbraveceu. — Estamos perdidos! Você ainda não entendeu isso?

— Olha, eu sei que você está nervosa por não achar o caminho de volta, eu também estou. — Tentou tranquiliza-la. — Mas não vai adiantar nada ficarmos aqui, discutindo.

— E você tem alguma ideia melhor? — Sophia cruzou os braços, esperando um milagre acontecer.

Micael ficou em silêncio.

— Vamos andar nessa direção. Está vendo um tronco na frente? — Apontou. — Parece que ali tem uma saída. Podemos pedir ajuda!

— Santo Deus. — Sophia blefou, olhando para cima. 

Andaram até o tronco de árvore. Micael sorriu satisfeito ao ver um pequeno riacho, luz do dia e outro caminho alternativo. Na sua mente, ele voltaria aonde estava.

Sophia franziu o cenho, observando uma casa de palha, no meio do nada. Tocou as vestes de Micael, chamando sua atenção.

— O que há agora? — Ele se virou.

— Olhe isso. — Apontou para o local.

— O que há?

— Uma casa. No meio do nada! — Encarou Micael. — Estou ficando com medo.

— Me poupe! É apenas uma casa. Você acha que ali tem bruxas? — Debochou de Sophia, rindo pelo nariz.

Ela ficou em silêncio.

— Ah não. — Micael segurou a gargalhada que viria a seguir. — Não me diga que você acredita em bruxas?

— São bem reais em O Pentagrama dos Desejos. — Citou um de seus livros.

— Não acredito que você leu O Pentagrama dos Desejos e acredita em bruxas? Faça-me o favor. — Micael balançou a cabeça, andou em frente, assustando Sophia.

— Para onde está indo?

— Irei até lá. — Abriu caminho com as mãos. O mato alto lhe incomodou. — Você não vem? Cuidado com a bruxa. — Terminou de rir.

— Idiota! — Sophia correu para seguir Micael. Estava realmente com medo.

Caminharam por cinco minutos. Micael bateu na porta antes de gritar por alguém. Sophia segurava a barra do vestido, cautelosa, ainda com medo de aparecer alguém medonha e estranha. Como uma bruxa.

— Olá? — Ele soltou, um pouco mais alto. Tentou observar ao redor mas não conseguiu. — Parece que não tem ninguém.

— Será mesmo? — Sophia torceu o nariz. — Melhor irmos ao caminho que você falou.

— Não precisa ficar com medo. — Segurou na mão de Sophia. — Eu estou aqui! E bruxas não existem, eu já falei.

Sophia corou, logo após, sorriu leve. Micael fez o mesmo, deixando a menina mais confortável.

Xeque-Mate Para o Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora