Capítulo Trinta e Três

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— Estou pasma!

Sophia estava mais pensativa do que o normal. Massageava os ombros fortes de Micael, que estavam úmidos e ensaboados pelos sais, colocados na banheira. Ambos se banhavam, juntos.

— É. Eu também. — Micael ficou em transe. — Não sei como vou contar ao meu pai.

— Contando. — Sophia alisou seu peitoral. — Eu não consigo acreditar que Frederico possa estar fazendo tudo isso.

— Está achando que Djah está mentindo? — Virou-se para encarar a esposa.

— Não! Claro que não. — Pausou. — Eu só acho estranho ele mentir desse jeito. Ele se infiltrou aqui, Micael! E além do mais engravidou a minha irmã.

— A pergunta que não quer calar. — Micael levantou uma sobrancelha. — Como ele conheceu Sarah sendo que...

— Aaah, Sarah é esperta! Ela sabia que Frederico era da sua família, por algum lugar. — Sophia revirou os olhos. — Achávamos que ela era pura. Mamãe estava totalmente errada.

Micael lembrou no que Djah havia dito. Ficou em transe, chamando a atenção de Sophia.

— Ei, o que houve? — Tocou o rosto do marido.

— Nada. — Sorriu leve para a esposa, beijando seu lábio, devagar. — Vamos ter que fugir!

— Jamais, Micael! — Sophia corrigiu a postura, ainda dentro da água. Havia ficado tensa. — Eu sei que a guerra irá acontecer mas não posso fugir assim.

— E vai ficar esperando o pior acontecer? Frederico pode te sequestrar! Quer dizer... Todos os guardas estarão de olho. Você não pode mais sair daqui!

— Enquanto Sarah, Louise e minha mãe?

— Estarão seguras em Brahão, eu prometo.

Micael tomou impulso, saindo da banheira. Sophia abraçou os joelhos.

— Você já guerreou, Micael? — Perguntou ao marido, que vestia o roupão felpudo.

Ele fez uma careta em frente ao espelho, não muito boa. Micael jamais havia chegado perto de alguma espada. Era muito medroso!

— Ora. — Se gabou, colocando a mão na cintura. — Sou o príncipe de Borgerith, é claro que já matei alguns... Animais. Pequenos. Aves. Pássaros. — Foi se entristecendo. — Isso também conta, não? — Levantou uma sobrancelha.

— Não Micael, isso não conta. — Sophia ficou séria. — Uma guerra é uma guerra! Eu nunca presenciei mas não quero entrar em detalhes. São horríveis! Owren e nós estamos em perigo.

— Meu pai irá providenciar tudo!

— Não seja assim. — Sophia negou com a cabeça. — Você precisa agir! Seu pai está velho demais para levar uma guerra ao fim.

— Direi isso à ele no jantar.

— É sério que você está achando graça dessa situação? — Sophia esbraveceu. — Acorde, Micael! É UMA GUERRA! — Ela abriu os braços.

Ele respirou fundo, sentou-se no canto da banheira, observando a esposa.

— Eu também estou nervoso com a situação. Acabei de digerir oitenta assuntos de uma vez, com Djah. — Contou. — Por que ele me disse isso? Eu também não sei! Talvez ele goste de nós. — Micael levantou o ombro.

— Ou talvez esteja nos sabotando.

— Como?

— Djah não diria isso atoa, Micael. Ele te comprou com esse assunto de saco de moedas. — Sophia blefou. — Eu não cai.

— Ele pediu para que eu te protegesse.

— Mas ele também pode estar envolvido. Ele não seria tão falso de contar o plano de Frederico à você.

— Talvez ele queira ser generoso com a gente, por algo que meu pai fez à ele. — Micael disse sem pensar.

— O que? — Ficou confusa.

— Nada. — Ele se levantou. — Melhor sair, a água está ficando fria.

Micael avisou. Sophia achou graça.

— Vai ser o meu guardião em tudo?

— Claro! A princesa corre perigo e eu, como príncipe, devo cuidar do que é meu. — Sorriu com malícia ao assistir Sophia sair da banheira. Procurou pelo outro roupão felpudo, se vestindo.

— Gosto disso. — O beijou.

— Sabe... — Micael disse entre beijos. — Você deveria me recompensar por eu cuidar de você. Nesse momento tão especial! — Apertou o traseiro da esposa, colando seu corpo com o dele.

— Ah é? — Sophia parou o beijo. Segurou no rosto de Micael. — E como eu deveria fazer isso?

— Indo ao aposento, se deitando sem essa merda de pano enquanto abre suas belíssimas pernas. — Beijou o pescoço de Sophia.

— Irei fazer isso, mais tarde.

— E por que não agora?

— Porque você precisa contar tudo ao seu pai. — O lembrou. — Não seja...

— Certo, irei contar ao meu pai. Mas eu queria ir relaxado pelo menos.

— Relaxado? — Sophia riu leve. — Você só pensa nisso?

— A maior parte do tempo! É ótimo, assim eu não fico tão estressado.

Sophia lhe deu outro beijo.

— Irei me trocar, estarei esperando você lá em baixo. — Avisou, saindo do lavabo.

Micael se encarou no espelho, tomando coragem. Tinha uma longa tarefa a se cumprir, pela primeira vez. Tinha que entender que não era mais uma criança.

Agora, tinha responsabilidades maiores do que se masturbar e sair à cavalo para brincar.

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