Capítulo Quatro

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Os passarinhos cantavam alto naquela tarde. O reino de Borgerith estava à todo vapor, já que, os dias se passaram rápidos demais e finalmente, o baile anual havia chegado.

Em torno de duzentos convidados, de todos os reinos e cidades possíveis. Jorge estava animado para receber todos, inclusive o reino de Brahão. Branca deveria estar impecável aquela noite.

— Meu lorde. — Jorge foi parado por um de seus serviçais. — Qual posição as taças de alumínio devem ficar?

— À direita, por favor! — Sorriu fraco ao serviçal, o deixou dois segundos depois. — É... — Deu meia volta, parando o jovem novamente. — Onde está Micael?

— Nos aposentos.

— Obrigado. — Assentiu, apressando o andar enquanto subia os degraus, agora, cobertos com um grande tapete vermelho.

Jorge andou até os aposentos de Micael, que por um milagre, fazia sua prova de roupa pela quarta vez naquela tarde.

— Veja só. — Jorge sorriu de orelha à orelha. — Está lindo, meu filho.

— Pareço um veado. — Se encarou no espelho novamente. Ajeitou o blaser de veludo.

— Ora, não fale besteiras. — Viu o pai ficar em sua frente, ajustando o resto da roupa. — Sua mãe ficaria horas mexendo na sua calça. Ela era uma perfeccionista de mão cheia! — Deu um riso sem vida. Jorge sentia muito sua falta.

Micael apenas sorriu, fraco. Não gostava de lembrar da mãe e nem ao mesmo falar.

— Sua convidada que está passando fome já chegou? — Micael mudou de assunto.

— Ainda não está na hora. — Fez uma pausa. — E ela não está passando fome.

— Veremos. — Blefou.

Jorge retirou as mãos do blaser de veludo que Micael usava, o deixando sozinho para se ver no espelho. Negou com a cabeça e saiu. Afinal, tinha muita coisa para resolver até à noite.

Já no reino de Brahão, as coisas corriam conforme o ensaiado. Depois de horas, a família se apressava para chegar cedo e fazer presença no baile. Não podiam se atrasar.

— Uau, você está linda! — Louise segurou as mãos de Sophia, que realmente, estava magnífica.

Um vestido de seda, tomara que caia, azul turquesa. Nas mãos, um par de luvas em renda, branco. Os cabelos loiros e extremamente lisos. A maquiagem leve, angelical.
Como ninguém não se apaixonaria por ela? Literalmente, uma princesa.

— Você gostou? — Sophia encheu os pulmões de ar, animada e ansiosa.

— Está deslumbrante, querida. — Branca se juntou as duas. — Vamos indo?

— Onde está Sarah? — Sophia procurou a irmã com o olhar, fazendo uma vista rápida pelo cômodo.

— Já está na charrete. — Branca segurou o riso. — Vamos indo, meninas! Não podemos nos atrasar. — Segurou Louise pela mão, agilizando para irem até o jardim.

A charrete mandada por Jorge havia chegado meia hora antes. Sarah, como uma boa entendedora, já havia se acomodado no estofado de veludo. Louise chiou ao entrar e Sophia acompanhou a mãe, assim, todas entrando na charrete para irem até o baile anual.

— Estou ansiosa! — Sarah sorriu, alongando os braços e mexendo os dedos, cobertos pela luva de seda.

— Está ansiosa para beijar a boca de quem, Sarah? — Louise perguntou, bastante entediada.

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