Capítulo Trinta e Dois

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Micael estava pensativo, sentado no degrau da frente, olhando seu horizonte. O que se passava na sua cabeça: por que diabos gozou em Sophia? Ele não queria ter filhos, tinha deixado isso bem claro.

Mas também, não queria assumir o filho de Sarah. Seria uma loucura! Seria a mesma coisa que casar com uma bruxa do pântano, se elas existissem.

Tinha feito uma burrada, daquelas!

— Pensando na morte do padre Pelegrín?

Jorge juntou-se com o filho.

— Acho que cometi um erro mas não quero falar sobre isso. — Estava tenso e em transe.

— Quer me contar o que aconteceu? — Jorge sentou ao lado de Micael, demorando um pouco. Sua flexibilidade era um pouco ruim agora.

— Acho que não. — Encarou o pai.

— Sabe Micael, você precisa crescer. — Suspirou. — Acredito que seja o assunto que atormenta sua vida. — Colocou a mão no ombro do filho.

— Eu não quero um herdeiro, meu pai.

— Mas precisa ter! Você sabe que...

— Eu sei que Owren irá me cobrar por uma coisa que eu não quero. — Interrompeu o pai. — Mas veja bem, eu não sei o que fazer. Ajudar Sophia? Eu até posso ajudar mas... E conselhos? Choro de bebê? É uma loucura! — Colocou as mãos na cabeça.

— Ela quer um filho?

— E como. — Micael lembrou de Sarah.

Não havia contado sobre a proposta no reino de Brahão.

— Acredito que tudo tem a sua hora! — Jorge sorriu, um pouco acolhedor. — Vai ver o seu filho não está pronto para vir nesse momento. Você sofre por antecipação.

— Eu já... — Micael parou de falar, mesmo não gostando de ser interrompido.

A bandeira amarela foi exposta enquanto dois guardas cavalgavam até a entrada, mais precisamente onde Micael, agora, estava sentado. O bichano relinchou quando parou.

— Puta merda. — Micael soltou, ficando de pé.

Príncipe Djah desceu do cavalo, tinha sua veste impecável como sempre. O rosto em deboche, pronto para afrontar Borgerith.

— Bons dias, meu rei e meu príncipe. — Desceu o corpo em cumprimento, tendo classe e educação.

— O que você quer aqui, príncipe Djah? — Micael foi direto.

— Cheguei em missão de paz.

— Com uma bandeira amarela? Você veio com todas as intenções, menos uma intenção de paz. — Micael cruzou os braços, o encarando.

— Ora, meu príncipe. Não seja debochado! — Djah subiu um degrau. — Precisamos conversar à sós. Eu e você!

— Eu também estou no meio? — Jorge interviu.

— Acredito que o senhor pode participar após o seu filho souber da verdade. — Djah sorriu, maléfico.

Micael virou a cabeça para encarar o pai, com o rosto franzido. Jorge deu o aval, assentindo para que o filho recebesse Djah, com toda educação que ainda restava em Micael.

Os dois subiram os degraus, até por fim, entrarem no reino. Micael levou Djah até o cômodo restrito, perto da biblioteca. Fechou a porta quando passaram pelo portal.

— Aceita algo para beber? — Micael soou grosso.

— Seu melhor vinho? — Djah rodou a ponta dos dedos.

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