Capítulo Vinte e Oito

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— Boas noites.

Micael tinha um riso engraçado entre os lábios carnudos. Desceu as escadas em ótimo humor, o que fez Jorge estranhar.

— Do que está rindo? — Abaixou o papel timbrado que estava lendo, observando Micael por cima.

— Não posso estar feliz?

— Não! Você me deve uma explicação do que houve hoje mais cedo. — Largou o papel. — Quem ela pensa que é?

— Minha esposa? — Micael cruzou os braços. — Meu pai, não adianta fazer essa cara! São crianças! — Juntou as mãos em um segundo. — Sophia está mais do que certa.

— Certa? — Jorge levantou-se. — Ela não pode gritar comigo! Desobedeceu uma ordem tremenda! Quem ela pensa que é?

— Eu já disse: minha esposa.

— Você está achando graça, Micael? O que o povo de Oeren irá pensar? — Andou de um lado para o outro. — Eu jamais deixei algum filho de serviçal fazer o meu reino de casa. Isso é... Inaceitável! — Jorge não estava acreditando na discussão que houvera mais cedo.

— Meu pai... Acho que o senhor precisa relaxar um pouco. — Micael ficou atrás de Jorge. — Porquê não vai cavalgar um pouco?

— No escuro? — Jorge franziu o cenho. — Ora, o que você está querendo, moleque?

— Eu? — Micael fez uma careta. — Eu gostaria de jantar.

— Avise Gertrudes! — Deu de ombros.

— Não. Não esse tipo de jantar... Quer dizer. — Micael rolou os olhos. — Gostaria de jantar à sós com Sophia.

Jorge ficou em silêncio, fazendo uma cara de deboche terrível. Não havia gostado da atitude de Sophia, mas iria relevar para um bom clima no reino.

— Ótimo. — Soltou, sem encarar o filho. — Eu vou pedir para que Gertrudes me sirva lá em cima.

— Ela será o jantar? — Micael segurou o riso.

— MICAEL!

— Estou indo. — Saiu rápido, fugindo do sermão.

Micael avisou Gertrudes para que servisse o pai, em seu aposento. Pediu para que os outros serviçais decorassem a mesa de jantar, acendendo algumas velas e oferecendo o melhor licor, acompanhado de vinhos.

Sophia desceu alguns minutos depois. Tinha os cabelos úmidos pelo banho recente, a veste impecável, porém, solta e confortável. O decote que usou mais cedo? Não havia mais. Estava comportada para um devido jantar.

— Boas noites. — Acomodou-se em seu lugar.

— Boas noites, querida. — Micael sorriu.

Ela observou a mesa, totalmente diferente do que estava acostumada.

— Velas? — Gostou do que viu.

— Achei que seria interessante.

— Onde está o rei?

— Dormindo. — Micael tentou desconversar.

Um serviçal adentrou a sala de jantar. Ofereceu uma taça à Sophia, que ficou surpresa. O licor foi despejado delicadamente no vidro, despertando curiosidade na garota.

— O que é isso? — Teve a taça em mãos.

— Licor. Você nunca bebeu?

— Jamais! Mamãe odiaria saber que estaríamos bebendo. — Sophia cheirou. — É... Forte. — Torceu o nariz.

— Não é. Impressão sua. — Micael sorriu. — Você vai gostar, por favor. — Incentivou.

Sophia encostou seus lábios delicadamente na borda da taça, experimentou o licor como se estivesse experimentando algo de outro mundo. Gostou do que tomou, sorrindo à Micael, que fez o mesmo.

Ele sorria, pois seu plano havia dado certo! Queria dormir com Sophia, senti-la novamente, porém, queria dispensar quaisquer comentário sobre ter filhos.
O mais fácil seria: embebeda-la para conseguir transar com a mesma, sem ter que responder um questionário ou até mesmo, ter discussões.

— É gostoso. — Sophia bebeu mais um pouco. — Parece um... Uma coisa gostosa!

— Eu sabia que você ia gostar, querida. — Micael tomou um gole do seu vinho. — Espero que goste do jantar. Gertrudes assou Carneiro!

— Deve estar bom. — Ela não queria saber do jantar, estava adorando se embebedar, na pura inocência.

Horas se passaram. Micael deliciou-se com o Carneiro, já Sophia, não havia comido muito. Sentiu-se tonta, alegre, uma energia do além. Estava se estranhando mas ao mesmo tempo se divertindo.

— Nossa. — Colocou as mãos na cabeça. — Acho que bebi demais. — Soltou à Micael.

— Eu acho que sim. — Micael saiu do seu lugar. Teve a esposa em seu colo, que riu.

— Você vai me levar como uma digna princesa? — Soltou um riso gostoso.

— Você é uma digna princesa, querida. — Tocou o rosto de Sophia, que fechou os olhos no mesmo instante. — Eu te amo.

— Eu também te amo! — Conseguiu dizer.

Micael foi ágil ao abrir a porta do aposento, dando um chute leve e certeiro. Sophia estava risonha quando o mesmo a deixou na cama, deitada. Teve seu corpo em cima, beijando a esposa, sentindo o gosto doce de licor que ainda restava em sua boca.

Passou as mãos na veste da esposa, achando um jeito mais fácil e rápido de tirar. Animou-se ao perceber que Sophia também estava procurando algum botão de seu colete, mas, estava bêbada demais para fazer isso sozinha.

Tocou o rosto de Micael.

— Hum... — Resmungou, tinha os olhos fechados. — Não consigo fazer isso.

— O que? — Micael abaixou o tecido do vestido, deixando os seios de Sophia expostos.

— Isso é... Bom. — Arfou. Sentiu os lábios de Micael seccionando seu mamilo.

Ele continuou. Desceu os beijos até o ventre reto de Sophia, terminando de tirar toda sua veste.

Em sua mente o plano era muito mais fácil. Em prática, um pouco mais difícil! Sophia estava bêbada, não fora de si, mais ainda sim, não conseguindo fazer o que deveria fazer.

Micael teve a esposa por cima, dando ao máximo e se esforçando para manter-se firme, com o membro do marido encaixado em suas partes. Para ela? Muito mais difícil! A vista embaçada, a vontade de dormir e saber o que realmente estava acontecendo.

E Micael? Não estava gostando muito daquilo. Era louco por Sophia mas algo dizia que estava errado. Não conseguiu chegar lá, não iria se aproveitar dela daquele jeito.

— O que... Aconteceu? — Ela perguntou após ser deitada novamente, desencaixando do membro de Micael.

— Melhor descansarmos. — Cobriu Sophia.

— O que? — Franziu o cenho.

Ele não disse mais nada. Ficou em silêncio, deixando Sophia sem entender. A mesma caiu no sono segundos depois, o que já era esperado.

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