Capítulo Catorze

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Não houvera mais nada na noite anterior. Depois do beijo, Micael à respeitou, dormindo ao seu lado, sem fazer nada. Sophia por fim dormiu feliz, gostou de ter beija-lo pela primeira vez. Mas ainda sim, continuava um tremendo idiota. Pensou.

Saíram na manhã seguinte, tomando partido para o destino onde iriam ficar em lua de mel. Micael não fazia ideia, só sabia que o caminho era esburacado, o que lhe deu enjoos dentro da carruagem. Sophia ainda se manteve, revirando os olhos para as reclamações do marido.

— Micael? — Ela o chamou.

— Sim?

— Preciso ir ao toalete. — Avisou.

Ele soltou um riso, em deboche.

— Toalete? Estamos no meio do nada! — Soltou, incrédulo com o pedido de Sophia. — Não sei se vamos chegar vivos, já estou virando uma sardinha dentro dessa carruagem. — Murmurou.

— Certo, vou ter que fazer isso sozinha. — Sophia bufou, inclinou-se onde Micael estava, batendo no pequeno vidro atrás de si. — SENHOR! PARE A CARRUAGEM POR FAVOR! — Bateu duas vezes no pequeno vidro, que lhe separava.

Micael balbuciou antes de reclamar mais ainda.

— EI! Por que fez isso? — Encarou Sophia, meio irritado. — Eu poderia ter feito isso para você.

— Mas não fez! — Respondeu no mesmo tom.

A carruagem parou no meio do nada. Sophia abriu a porta, descendo com dificuldade, por ser alto. Micael foi atrás dela.

— Onde você vai? — Seguiu a mesma, que andava para um lugar mais afastado, tentando se aliviar.

— Me aliviar! Para onde mais eu iria? — Achou uma árvore. — Por que está me seguindo?

— Porque sou seu marido e não vou deixar você sozinha, ainda mais para fazer xixi. — Micael viu Sophia ir atrás da árvore, sumiu de suas vistas.

Pôde-se escutar o barulho de sua vestimenta sendo tirada, logo após, seu alívio. Micael fez uma careta e esperou que a esposa urinasse, o que lhe deu vontade também.

Foi atrás da árvore, vendo Sophia agachada, se balançando enquanto escorava no tronco. Desesperou-se quando viu Micael, seu lábio se entreabriu para brigar.

— POR QUE NÃO ME ESPEROU LÁ? — Abaixou mais o seu vestido.

Mesmo totalmente coberto, fez isso para advertir que Micael não estaria vendo nada mesmo.

— Me deu vontade de aliviar também. — Abriu sua calça, retirando seu membro para fora.

Sophia fechou os olhos, escutando Micael urinar, bem perto de si.

— Você é ridículo, sabia?

— Não posso mais fazer xixi? Você ficou dez minutos atrás dessa árvore, o barulho me incomodou. — Explicou à ela, enquanto balançava seu membro, antes de guardar dentro da calça novamente. — Vamos indo! — Olhou Sophia, que ainda tinha os olhos fechados. — Por que está assim?

— Você já acabou? Eu não quero ver... — Gesticulou. Abriu os olhos devagar. — Saia agora!

— Senhor! — Micael olhou para cima. — Por que você não pode me mostrar? Sou casado com você, não é mais pecado ou errado. — Micael saiu, deixando Sophia terminar de se vestir.

— Micael, o que conversamos ontem? — Sophia ajustou seu vestido, saindo de trás da árvore.

— Me desculpe, senhorita Borges. — Sorriu falso à ela. — Agora vamos indo, por favor. — Mostrou o caminho de volta para a carruagem.

E continuaram sua viagem muito distante.

Micael cochilou por duas horas. Sophia estava entediada de olhar a mesma paisagem, não aguentava mais. Por fim, sorriu ao ver vilarejos em sua frente, logo após, um caminho ladrilhado à um pequeno palácio.

A carruagem parou. Finalmente. Ela balançou Micael, que acordou assustou.

— O que há? — Apertou os olhos, ainda bocejando.

— Chegamos.

Sophia saiu primeiro, com a ajuda do charreteiro, que lhe ajudou a retirar suas malas, mais as de Micael. Ele ainda acordava, verificando onde estavam.

— Por gentileza, onde estamos? — Perguntou ao charreteiro.

— Altos de Mônaco. — Ele respondeu, sorridente. — Venho os buscar daqui há uma semana.

— UMA SEMANA? — Sophia se desesperou.

— Você tem algo para fazer em uma semana? — Micael debochou.

— Não vou aguentar ficar com você aqui, no fim do mundo. Ainda mais em uma semana! — Ficou vermelha só de imaginar. — Senhor, pode nos buscar daqui há quatro dias? Que tal... Três?

— Princesa, são ordens do rei Jorge. Não posso quebrar as regras. — Avisou Sophia. — Aproveitem a lua de mel. Com licença! — Agradeceu e voltou novamente para a carruagem, em seu lugar. Partiu dali, deixando Micael sozinho com Sophia.

Ele achou graça quando adentrou o pequeno palácio, onde ficariam hospedados. Deixou as malas no salão principal, observando ao redor.

— Que ótimo! Sem serviçais. — Sorriu falso à Sophia. — Como vamos nos hospedar?

— Hospedando. — Sophia seguiu em frente. Segurou sua mala, subindo as escadas.

— Como vamos comer? Eu preciso me alimentar! — Ficou preocupado. — Seguiu Sophia. — Para onde você está indo?

— Você é um bebê chorão, sabia? — Sophia parou diante a um corredor. — Temos dois quartos. Você pode ficar nesse e eu no fundo. — Encarou Micael.

— E por que não podemos dormir juntos?

— Porquê não? — Ela franziu o cenho. — Estamos casados mas não quero dividir o mesmo aposento com você. Isso para mim é demais!

— E você acha que vai ter um aposento só seu quando voltar? Me poupe, menina! — Micael se irritou. — Eu já estou te respeitando demais mas agora fazer isso, não tem o porquê.

Os dois ficaram em silêncio. Micael passou a mão no rosto.

— Podemos fazer um acordo. — Ofereceu à Sophia. — O que você acha?

— Que tipo de acordo?

— Podemos fingir que somos um casal, na frente da sociedade. Quando entrarmos para dentro, cada um com a sua vida.

Sophia ficou observando. A oferta não era tão ruim, ela não gostava de Micael mesmo.

— Então quer dizer que eu posso viver livremente quando seu pai não estiver por perto? — Franziu o cenho.

Micael assentiu.

— Pode até namorar outro homem, se você quiser. — Chegou perto de Sophia, olhando fixamente em sua boca. — Se estiver pronta, pode se entregar para ele.

Sophia pousou as mãos no rosto de Micael. Ela não queria se entregar para outro homem.

— Eu deixo você me trair. Só dessa vez! — Micael soltou um risinho, fazendo Sophia rir também.

Ela perdeu o contato, deixando as mãos se afastarem. Respirou fundo, voltando a fazer o que estava fazendo.

— Eu vou deixar as malas neste aposento. — Avisou.

— Faço isso por você.

— Obrigada. — Não discutiu. — Vou preparar algo, você está com fome. — Lembrou do escândalo de Micael, quando chegaram.

Ela saiu, o deixando atordoado. Mais uma vez.

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