Sophia adorou a recepção de bom gosto do rei Jorge. Optou em não ficar muito junto com Micael, mas foi quase impossível, já que, sua mãe obrigava a trocar palavras com o mesmo, de minuto em minuto.Conheceu todo o reino e de praxe, aproveitou para almoçar em família. Sentou-se ao lado de Micael quando todo o banquete foi posto.
Ela estava odiando aquilo.
— Então, eu estava conversando com o rei Jorge e preferimos fazer a cerimônia na semana que vem. — Branca sorriu. — O que acham?
— Eu acho péss... Incrível. — Micael levou rapidamente uma taça de água até os lábios.
Sophia encolheu os ombros nus, por conta do vestido clássico sem alças.
— Princesa? — Jorge chamou sua atenção, esperando uma resposta.
— Semana que vem? — Observou os dois, que estavam animados. — Muito rápido, não? — Soltou um riso nervoso.
— Os convites já chegaram até os familiares do campo. Os da sua família também! — Jorge respondeu animado.
Sophia ficou em silêncio.
— Pedi para que Gertrudes fizesse sua prova de vestidos amanhã de manhã. — Ele voltou a sorrir. — Vamos receber um especialista nisto! — Passou confiança na mesma, que não obteve nenhum sorriso ou animação.
— Um homem? — Sophia coçou a nuca, envergonhada.
— Um homem que gosta de homem. — Micael soltou, bebendo mais um gole d'água. — Podemos falar dos docinhos, que tal? Eu começo! — Mudou de assunto, deixando Jorge e Branca sem entender nada. — Quero brigadeiro.
— Brigadeiro, meu príncipe? — Branca ficou surpresa.
— Não posso pedir brigadeiro no meu próprio casamento?
— C-claro. — Ficou sem graça, corando. — Sophia também ama brigadeiro.
— Acho que... Acabamos. Não? — A mesma cortou o assunto. Estava cansada daquilo.
— Vamos comer a torta! — Jorge lembrou-se. — Gertrudes? — Chamou.
Sophia viu a mulher com mais dois serviçais. Tinha a torta de morango em mãos, colocando na mesa. Serviu Sophia com uma fatia delicada. Não podia mentir, estava tão bonita. Os morangos frescos enfeitando a massa.
— Sophia, espero você para o jantar hoje à noite. — Jorge avisou.
— Jantar, meu rei? — Ela franziu o cenho, sem entender.
— Eu irei caçar pelo bosque, hoje à noite, com alguns guardas. Nada perigoso. — Lembrou-se, deixando Micael e Sophia se odiarem mais ainda. — Deixei Gertrudes preparar um delicioso jantar! Para os dois. Como forma de gratidão.
— Não estou acreditando. — Micael disse alto, revendo o que havia dito depois. — Quer dizer, esse jantar vai ser ótimo para nós... Princesa. — Encarou Sophia, sorrindo falso à ela. — Escolha o seu melhor vestido. Na verdade, você nem precisa. — Fuzilou a mesma com o olhar.
— Vou escolher o meu melhor vestido, pode apostar. — Sorriu falsa à ele.
— Perfeito! — Jorge sorriu. — Mal posso esperar para esse grande dia chegar. O casamento. — Ele queria tanto esse dia.
Sophia comeu a torta no impulso, estava sem fome diante à tanta conversa sobre seu casamento. Por fim, saiu da mesa, acompanhada de Micael e não entendeu o porquê.
— Vamos andar um pouco. Por favor! — Disse à ela, surpreendendo Jorge e Branca.
Caminharam para fora do reino, seguindo ao jardim. Micael parou Sophia quando estavam longe dos dois.
— Escuta aqui sua pobre metida à besta. — Apontou para Sophia. — Só vou me casar com você pois se não, vou ser deserdado. Eu não gosto de você e muito menos quero morrer ao seu lado. Entendeu?
— Idem, o mesmo à você! E espero que você me respeite, entendeu? — Também apontou para Micael. — Serei sua esposa mas gosto de respeito.
— E você tem respeito com os outros desde quando?
— Desde que sou uma princesa, meu príncipe. — Foi debochada. — Vim de um berço muito educado, por sinal. Diferente do seu!
— Tá bom. — Riu sarcástico. — Graças à minha família, você não está próxima de passar fome. Só eu sei o que sua mãe não está fazendo para isso acontecer.
— Está falando do baile anual? Que por final, foi um...
— Um o que? — Chegou próximo de Sophia.
As respirações coladas. Sophia sentiu-se estranha.
— Nada. — Ficou em silêncio.
— Você ia dizer que o baile foi um fracasso? — Micael levantou a sobrancelha. — Ora, ora.
— Eu não ia dizer nada, meu príncipe. — Saiu andando. — Só não quero você no meu pé todos os dias.
— Impossível. — Seguiu ela. — Nós vamos nos casar. Você ainda não entendeu isso?
— Eu não quero entender isso. — Os dois pararam de andar.
Sophia olhou fixamente para os olhos de Micael. Sentiu algo estranho mas parou seus pensamentos. Assim como ele, que fixou os olhos castanhos em Sophia.
— Algum problema, princesa?
— Nenhum. — Piscou rápido. — Você tem mais alguma coisa que queira falar comigo?
Micael ficou observando Sophia, em silêncio. Um clima estranho que não soube identificar.
— Acho que você já está liberada, futura esposa. — Soltou um riso debochado. Sophia revirou os olhos.
Deixou ela ir e bagunçou os cabelos quando seus pensamentos ficaram estranhos demais. Ele odiava ela, ponto.
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Xeque-Mate Para o Amor
RomanceUm conflito entre dois reinos: De um lado, Micael. Do outro, Sophia. Em um poderoso baile anual para ajudar o reino de Brahão, tudo sai do controle quando Micael e Sophia são flagrados em um momento íntimo. Por regras para não serem deserdados, se...