Capítulo Cinco

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Sarah estava atrás de seu príncipe encantado, observando todos os homens presentes naquela noite. Observou até o serviçal, mas do que adiantaria? Precisava de alguém com berço, que lhe desse autenticidade, poder e luxo.

Parou em frente à grande mesa com bebidas. Avistou Micael, apressado em busca de um cálice.

— Meu príncipe. — Jogou charme ao mesmo, que deu de ombros. — Posso lhe fazer companhia no ponche?

— Não é ponche, é vinho do Porto! — Micael olhou ácido para a menina, com nojo do que a família Abrahão poderia lhe oferecer. — Vá caçar outro idiota que lhe faça feliz, pobre imunda.

— Do que me chamou? — Sarah não gostou nada daquilo.

— De pobre imunda! Por que o espanto?

— Você é ridículo! Se esconde nas asas do rei Jorge. Não sabe ser um homem de verdade. — Cuspiu as palavras.

Micael segurou a menina pelo braço, apertando sua pele, o máximo que pôde. Grunhiu as palavras, com todo ódio possível.

— Você se entalaria com meu pau dentro dessa sua boca de esterco. — Disse baixo. — E é melhor me respeitar, entendeu? Quem sustenta seu reino somos nós! — Largou Sarah de uma vez, que ficou horrorizada.

Micael deixou o salão de festas, com o cálice pela metade. Dentro? Seu vinho do Porto!
Descia absurdamente bem por sua garganta. Queria se embebedar a ponto de esquecer que o reino de Brahão dominava a festa.

Afinal, o baile estava sendo para elas.

— Safadas sem lei. — Disse consigo, andando pelo jardim pouco iluminado. — O que estão pensando? Uma puta qualquer, uma feia e uma princesa linda. Onde meu pai estava com a cabeça?

Jogou o cálice no jardim, com raiva. Bagunçou os cabelos mas parou ao ver a imagem de Sophia. E ela não estava feliz.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É? — Empurrou o peitoral definido de Micael.

— E quem você pensa que é? — Rebateu. — Ora só! Uma sem terra, sem dinheiro e ainda por cima ousada.

— Ousada? Você disse indecências à minha irmã! O que está pensando?

— O que eu estou pensando? Estou pensando que sua família é folgada! Principalmente a velha caquética da sua mãe.

— NÃO FALE DA MINHA MÃE ASSIM. — Sophia levantou o indicador, gritou com o mesmo.

— Por que você não volta para o seu reino, hein? Me deixe em paz! Meu pai não precisa fazer muito para te colocar no pedestal. Nem sei ao mesmo o porquê de estar fazendo isso. — Micael abriu os braços, desacreditado por aquilo estar acontecendo.

— Seu pai é um homem honesto! De bom coração, que só quer ajudar a nossa família. — Sophia se magoou em estar escutando aquilo. — Agora você? Eu não sabia que o rei Jorge tinha um filho tão estúpido! Você deveria se envergonhar!

— Você deveria se envergonhar! Não sou eu que estou me humilhando por um baile anual, só porque precisa de vestimentas e comida até o final do ano. — Micael riu sarcástico, achando a situação extremamente engraçada.

Sophia fechou o punho sem que Micael visse. Andou até o mesmo, chutando suas partes como se chutasse uma bola de capotão. Ele gritou, ajoelhando-se no jardim.

— FILHA DA... — Deitou-se, rolando. — Vagabunda idiota! Pobre infeliz! — Estava vendo estrelas.

— Vagabunda é as mulheres que você ousa sair. Eu sou uma garota de respeito! Não preciso escutar humilhações.

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