— Vamos fazer uma pausa.Jorge ordenou à todos os guardas, que desceram de seus cavalos, esticando o corpo. Micael fez o mesmo, porém, não se alongou. Estava aflito.
— Algum problema? — Jorge encarou o filho.
— Eu... Não sei. — Coçou a nuca. — Se irmos até o reino de Frederico conversar educadamente?
— E não estamos fazendo isso?
— Estamos? — Micael ficou confuso. — Essa história de guerra está me deixando atordoado.
— Você está com medo! — Jorge soltou um riso. — Tem medo de morrer. É isso que está acontecendo.
— Tudo bem, eu sei que sou um marica que tem medo de guerras. — Micael se alterou. — Mas acho ridículo irmos até ele, fazer uma guerra.
— E você queria esperar ele com xícara de chá? Pelo amor de Deus! — Jorge gesticulou. — Micael, aceite! Você está dentro dessa guerra, mesmo querendo ou não.
— E enquanto Sophia? Vai ficar sozinha para mentir à Owren? — Abriu os braços. — O senhor não vai estar lá! Ninguém irá acreditar na mentira dela.
— Ela se acha tanto que deveria saber as palavras que usa, Micael. Ela é capaz de fazer tudo! — Foi irônico. — Acho que devemos seguir caminho. Você já está urubuzando demais na minha cabeça.
— Ah, eu? — Levantou a sobrancelha. — Só estou dizendo que eu não quero brigar. Não quero levantar uma bandeira onde posso muito bem morrer!
— Vai deixar que Frederico estrague Borgerith?
Micael viu o pai andar até ele, cruzando os braços.
— Meu pai, ele não teria recursos.
— Ah, ele tem sim. — Assentiu, devagar. — Fique com esse pensamento de marica. — Saiu de perto. — Avante, cavalheiros! — Subiu em seu cavalo, partindo dali.
Micael foi o último a subir em seu cavalo, porém, não seguiu o pai, novamente. Buscou um atalho, tentando chegar primeiro até Frederico.
Enquanto isso, Sophia fazia uma enorme sala à Anna. Ela gostaria de saber o porquê da visita inusitada. Estava estranhando demais.
— Que ducha maravilhosa, Sophia. — Anna sorriu. Estava no corredor, perto da escadaria.
— Eu particularmente amo essa ducha. — Sorriu amarelo à ela. — Como está Frederico?
— Acredito que bem. Foi caçar no final de semana, eu ainda não tenho notícias. — Explicou.
Sophia assentiu, esquematizando em sua cabeça.
— Pode me dar detalhes do seu grande anúncio? — Soltou outro riso, puxando assunto com Sophia, querendo saber. — Não me diga que vamos ter um herdeiro em Borgerith?
— Oh, não... Não, não, não. — Sophia negou rapidamente. — Está cedo demais para isso.
— Cedo? Você acha mesmo?
— Eu acho. — Assentiu. — É que você está a mais tempo com Frederico, então, pode pensar ao contrário.
— Sophia, você sabe que uma hora isso vai ter que acontecer. É uma tradução de família!
Sophia ficou em silêncio.
— Exatamente. É uma tradição, como você diz. — Tentou mudar de assunto. — Mas...
Sophia parou quando a imagem de Sarah apareceu entre as duas. A mesma subiu a escadaria, dando de cara com Anna e a irmã.
— Ah, olá! — Anna abraçou Sarah. — Quanto tempo não te vejo! Acho que só te vi no casamento de Sophia.
— Boas tardes. — Sarah ficou envergonhada. Engoliu seco. — Eu estava te procurando. — Apontou para Sophia.
— Aconteceu alguma coisa?
— Na verdade... Não. — Se juntou à irmã. — Eu só queria saber se você estava bem. A mamãe segue lá em baixo, no jardim.
— Sua mãe é adorável, Sophia. — Anna sorriu.
Virou-se para dar dois passos, indo descer a escadaria.
— Sabe quem ela me lembra? — Anna levantou o dedo indicador, ainda sem virar o corpo.
Parou de falar imediatamente, quando sentiu duas mãos empurrarem suas costas, fazendo a mesma cair em meio à escadaria.
Anna rolou diversos lances de escada, até chegar no chão, inconsciente. Os lábios sangrentos e o rosto pálido, estatelada no chão. Em sua frente, Branca, olhando com desgosto para cima.
Tinham mais um problema para se resolver em Borgerith.
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Xeque-Mate Para o Amor
RomanceUm conflito entre dois reinos: De um lado, Micael. Do outro, Sophia. Em um poderoso baile anual para ajudar o reino de Brahão, tudo sai do controle quando Micael e Sophia são flagrados em um momento íntimo. Por regras para não serem deserdados, se...