Capítulo Trinta e Sete

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— Vamos fazer uma pausa.

Jorge ordenou à todos os guardas, que desceram de seus cavalos, esticando o corpo. Micael fez o mesmo, porém, não se alongou. Estava aflito.

— Algum problema? — Jorge encarou o filho.

— Eu... Não sei. — Coçou a nuca. — Se irmos até o reino de Frederico conversar educadamente?

— E não estamos fazendo isso?

— Estamos? — Micael ficou confuso. — Essa história de guerra está me deixando atordoado.

— Você está com medo! — Jorge soltou um riso. — Tem medo de morrer. É isso que está acontecendo.

— Tudo bem, eu sei que sou um marica que tem medo de guerras. — Micael se alterou. — Mas acho ridículo irmos até ele, fazer uma guerra.

— E você queria esperar ele com xícara de chá? Pelo amor de Deus! — Jorge gesticulou. — Micael, aceite! Você está dentro dessa guerra, mesmo querendo ou não.

— E enquanto Sophia? Vai ficar sozinha para mentir à Owren? — Abriu os braços. — O senhor não vai estar lá! Ninguém irá acreditar na mentira dela.

— Ela se acha tanto que deveria saber as palavras que usa, Micael. Ela é capaz de fazer tudo! — Foi irônico. — Acho que devemos seguir caminho. Você já está urubuzando demais na minha cabeça.

— Ah, eu? — Levantou a sobrancelha. — Só estou dizendo que eu não quero brigar. Não quero levantar uma bandeira onde posso muito bem morrer!

— Vai deixar que Frederico estrague Borgerith?

Micael viu o pai andar até ele, cruzando os braços.

— Meu pai, ele não teria recursos.

— Ah, ele tem sim. — Assentiu, devagar. — Fique com esse pensamento de marica. — Saiu de perto. — Avante, cavalheiros! — Subiu em seu cavalo, partindo dali.

Micael foi o último a subir em seu cavalo, porém, não seguiu o pai, novamente. Buscou um atalho, tentando chegar primeiro até Frederico.

Enquanto isso, Sophia fazia uma enorme sala à Anna. Ela gostaria de saber o porquê da visita inusitada. Estava estranhando demais.

— Que ducha maravilhosa, Sophia. — Anna sorriu. Estava no corredor, perto da escadaria.

— Eu particularmente amo essa ducha. — Sorriu amarelo à ela. — Como está Frederico?

— Acredito que bem. Foi caçar no final de semana, eu ainda não tenho notícias. — Explicou.

Sophia assentiu, esquematizando em sua cabeça.

— Pode me dar detalhes do seu grande anúncio? — Soltou outro riso, puxando assunto com Sophia, querendo saber. — Não me diga que vamos ter um herdeiro em Borgerith?

— Oh, não... Não, não, não. — Sophia negou rapidamente. — Está cedo demais para isso.

— Cedo? Você acha mesmo?

— Eu acho. — Assentiu. — É que você está a mais tempo com Frederico, então, pode pensar ao contrário.

— Sophia, você sabe que uma hora isso vai ter que acontecer. É uma tradução de família!

Sophia ficou em silêncio.

— Exatamente. É uma tradição, como você diz. — Tentou mudar de assunto. — Mas...

Sophia parou quando a imagem de Sarah apareceu entre as duas. A mesma subiu a escadaria, dando de cara com Anna e a irmã.

— Ah, olá! — Anna abraçou Sarah. — Quanto tempo não te vejo! Acho que só te vi no casamento de Sophia.

— Boas tardes. — Sarah ficou envergonhada. Engoliu seco. — Eu estava te procurando. — Apontou para Sophia.

— Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade... Não. — Se juntou à irmã. — Eu só queria saber se você estava bem. A mamãe segue lá em baixo, no jardim.

— Sua mãe é adorável, Sophia. — Anna sorriu.

Virou-se para dar dois passos, indo descer a escadaria.

— Sabe quem ela me lembra? — Anna levantou o dedo indicador, ainda sem virar o corpo.

Parou de falar imediatamente, quando sentiu duas mãos empurrarem suas costas, fazendo a mesma cair em meio à escadaria.

Anna rolou diversos lances de escada, até chegar no chão, inconsciente. Os lábios sangrentos e o rosto pálido, estatelada no chão. Em sua frente, Branca, olhando com desgosto para cima.

Tinham mais um problema para se resolver em Borgerith.

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⏰ Última atualização: Sep 03 ⏰

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