Capítulo Dezesseis

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Era manhã. Micael estava agitado quando levantou-se, primeiro do que Sophia. Fez suas higienes, banhou-se e por último, se aliviou, lembrando da noite de ontem. Em termos, isso era difícil de acontecer, mas ele estava precisando! Desejou Sophia até o último minuto, até que sua mão doesse de tanto se movimentar.

— Inferno. — Encarou o líquido esbranquiçado em sua mão, sentindo nojo. Tratou de limpar.

Estava pronto quando desceu as escadas, indo até à sala de jantar, onde não havia nada. Micael não sabia cozinhar e não tinha nenhum serviçal para contar história.

— Ótimo! — Falou sozinho. — Não posso acordar ela por um simples café. — Colocou a mão na cintura, ainda debatendo consigo mesmo. — Ou posso? — Franziu o cenho.

— Bons dias. — Sophia apareceu, ainda bocejando. O rosto em sonolência. Usava um roupão de seda, simples, porém bonito.

Micael observou a menina de cima à baixo.

— Bons dias. — Assistiu Sophia caminhar até à cozinha. — Pensei que estivesse dormindo. — Ele sabia que ela estava dormindo, só queria puxar assunto.

Eu estava. — Sua voz ecoou por conta da distância.

Micael foi até ela, vendo Sophia preparar, o então, café da manhã.

— É... Enfim. — Pigarreou. — Eu ia... — Apontou aos utensílios no balcão.

— Não me diga que você ia fazer o café? — Sophia achou graça. — Pode-se acomodar na mesa. Já estou indo!

— Eu acho que deveríamos voltar ao reino.

Micael mostrava as mãos, como se estivesse parando qualquer frase que Sophia dissesse. Ela não entendeu, franzindo a sobrancelha, aquela hora da manhã.

— Você quer voltar?

— E você não quer? — Rebateu a menina.

— Eu quero. — Ficou em transe, pensando. — Mas estamos presos! Como vamos sair daqui?

— Saindo. — Micael pensou rápido, tendo alguma ideia extremamente ruim. — Podemos cavalgar até Owren.

— NUNCA! — Sophia arregalou os olhos. — Não temos cavalos e Owren fica muito distante. Fora que temos malas para levar. — Lembrou Micael. — O jeito é esperar que o charreteiro volte.

— E vamos brincar de serviçais até o dia de irmos para casa? Santo Deus! — Micael encarou o teto, bufando. — Você é uma princesa, não pode ficar fazendo o meu café. — Gesticulou, indignado.

— Qual o problema de fazer o seu café, meu príncipe? — Escorou no balcão, em deboche. Segurou o riso, esperando uma resposta válida de Micael.

— Nenhuma. — Deu de ombros.

— E por que você está tão preocupado?

— Porque deveríamos estar curtindo, quer dizer. — Parou de dizer quando lhe deu conta do que soltou. — Você entendeu.

— Não, eu não entendi. — Brincou com Micael. Estava gostando daquilo.

Ele entendeu, jogando um balde de água fria.

— Por que você não transou comigo ontem?

Sophia piscou rápido, diversas vezes, como se estivesse em um sonho. Não esperava aquilo, ainda mais de manhã. Um soco no estômago e uma surpresa repentina. Balbuciou antes de procurar uma resposta.

— Isso é delicado demais, Micael.

— Ok, eu entendo e respeito você. — Assentiu. — Mas algo te impede, não pode travar isso para o resto da sua vida.

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