Capítulo Vinte e Sete

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O cavalo branco relinchou alto quando Frederico lhe parou, alisando sua crina. Sabia que o bichano era de Micael, então, muito bem tratado. Desceu em um passo rápido e incrível, ajustando sua veste, dando um passo enquanto respirava fundo.

Nenhum guarda, nenhum serviçal... Estava limpo.

— O que faz aqui?

Os olhos assustados de Sarah encararam Frederico de uma maneira diferente.

— Como você está? — Pousou a mão no ventre da menina.

— Não chegue perto! — Afastou. — Perguntei o que faz aqui! Ande logo, diga! O que faz aqui?

— Você sabe o que eu vim fazer. — Segurou em seu rosto. — Irei partir amanhã, Micael está na minha cola. Meu tio também.

— Estou com medo. — Cerrou os olhos, sentindo o carinho de Frederico em seu rosto. — Não sei o que fazer, Sophia me bateu.

— Brutamontes como o marido. — Frederico chiou. — Faça o seguinte. — Segurou sua mão. — Não fale nada até termos um plano que salve você.

— Não posso guardar esse segredo por muito tempo, Fred! — Sarah balbuciou. — Alguém vai ficar sabendo.

— Ninguém vai ficar sabendo porque você não vai contar à ninguém. — Esbraveceu. — Não diga nada! Eu vou fazer de tudo para voltar antes do segundo mês.

— Eu não quero ficar aqui. — Sarah estava quase chorando. — Este reino está um inferno! Minha mãe reclama o dia todo, Sophia quer interferir.

— Acontece que ela é problema do Micael. Se ela interferir em nossa vida...

— Está ameaçando minha irmã, Fred?

Além da situação, Sarah não gostou do tom de voz de Frederico. Aquilo não foi bom.

— Só não quero que você fique assim.

— E tem como ficar bem? Estou carregando um filho seu, às escondidas! — Sarah falou baixo, em sussurro. — Owren irá cobrar quando eu aparecer grávida.

— E você precisa aparecer grávida? Claro que não! — Ficou pensativo. — Faça isso que eu pedi. Não saia, não resmungue com sua irmã e não diga absolutamente nada da nossa história. Entendeu?

Sarah ficou em silêncio.

— Anna está bem?

— Não quero conversar isso com você. — Soou grosso. — Preciso partir. Até mais! — Beijou o topo de sua cabeça.

Em Borgerith, as coisas iam de mal à pior. Pelo menos para Micael, que tentava não deixar pior.

Ficou atrás da esposa o dia inteiro, que não ligava se o mesmo quisesse se aproximar. O dia foi bastante cheio, Sophia ajudou em quase tudo que pôde, mesmo os guardas interrompendo, já que agora, a mesma era uma princesa, não podia se misturar.

Estava colhendo morangos em outra parte restrita do reino. Tinha uma veste diferente, livre, do jeito que usava quando estava em Brahão. Estava descalça, com um cesto de madeira agarrado, debaixo do braço. Ao seu lado, duas crianças, que eram filhos de algum serviçal por ali.

Micael adorou assistir a cena, para ele foi... Extremamente diferente. Sophia não tinha frescura!

— Princesa, onde estão os seus sapatos?

A menina de cabelo escuro questionou Sophia. Tinha seus seis anos e já ajudava os pais. A mesma coisa que o irmão, três anos mais velho.

— Estão ali do lado. — Sophia sorriu. — Acho que colhemos morangos demais! Podemos fazer uma torta. — Optou.

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