Raphael é um jovem que luta todos os dias por sua independência, até o dia que vê sua vida mudar completamente ao conhecer Leonardo, um rapaz misterioso e cheio de segredos, que desperta nele algo impossível de ser ignorado.
Só que mais alguém obser...
Eu acordo com a pior ressaca da minha vida, não é só minha cabeça que dói, cada parte do meu corpo parece machucada de tal forma que não me atrevo a me mexer de tanta dor. Quando tento abrir os olhos a claridade me cega e os fecho novamente, tenho uma vaga ideia de que estou em casa, mas não consigo lembrar de quase nada depois que saí da academia.
- A academia! RAPHAEL! Grito seu nome já entrando em pânico quando consigo conectar dois neurônios de forma coerente.
Abro os olhos assustado ao me lembrar da merda que eu fiz ontem. É então que eu finalmente percebo onde estou e o que aconteceu aqui.
Acordei no chão da minha sala de estar, ou melhor, onde um dia já foi minha sala de estar, por que com certeza estou numa zona de guerra. Tudo, absolutamente tudo está revirado ou destruído, há cortinas rasgadas, muito vidro espalhado, eletrônicos danificados e louças quebradas, o que sobrou do meu sofá está quase caindo pela sacada da varanda e minha TV de 100 polegadas, que é tão grande quanto uma cama king size, exibe o que com certeza é o resultado de um soco com toda a minha força. Isso justifica por que meu punho direito tem tanto sangue seco e está doendo intensamente.
Quando finalmente consigo me pôr em pé, verifico os demais cômodos caminhando com dificuldade, estão quase todos do mesmo jeito, refletem de forma fiel meu estado de espírito.
Minha campainha toca e um envelope preto exibindo uma flor-de-lis em alto relevo é empurrado por baixo da porta.
- MERDA! Digo assim que vejo o envelope.
Eu sabia o que aquele envelope significava, e não era nada bom. ELE de alguma forma ficou sabendo e agora eu teria que aguentar as consequências...
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Os últimos raios de sol já sumiam no horizonte quando eu deixei o hospital.
Meu punho direito estava quebrado, e tinha ferimentos menores por todo o corpo. Quando a médica que me atendeu percebeu a extensão dos meus machucados quis chamar a polícia imaginando que eu havia sido agredido por umas três pessoas. Uma expressão de pânico tomou seu rosto quando eu disse que havia feito aquilo durante um momento de fúria, mas que estava sozinho.
Eu só consegui sair após assinar um termo em que isentava o hospital de qualquer responsabilidade após me recusar a ficar internado.
Assim que saí pela porta vejo um luxuoso carro preto com insulfilme se aproximar e parar na minha frente.
- MERDA! Consigo dizer antes da porta de trás se abrir para que eu entre.
"Provavelmente vou precisar de cuidados médicos quando isso acabar..."
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Como sempre o carro está vazio, sento-me no banco de trás sem falar com o motorista, esse nunca diz uma palavra, apenas me leva até ELE. Sua opressão já se faz presente desde o primeiro segundo de silêncio que me impõe.
Quando chego na enorme mansão meus olhos já estão escuros e sombrios, saio do veículo e ando pelo longo tapete vermelho ignorando todos os empregados que estão de ambos os lados de cabeça baixa em uma reverência silenciosa, eu quase não me reconheço. Odeio tudo isso, sempre odiei, mas não sou eu quem faz as regras por aqui, então eu sigo em frente até a base da imponente escadaria dupla que ocupa todo o hall.
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