Briana Salles
Ele está aqui.
Meu irmão.
Brian Salles.
Não ele em si, mas o amigo dele.
Fito o famoso Ray Harold sair do hotel com sua namorada, dizem os boatos que ela é a agente do time, logo, deve conhecer meu irmão. Os dois marcham até o carro com um sorriso imenso no rosto, felizes a ponto de me dar enjoos.
Brian é feliz, e suponho que nossa mãe também deve ser, sem mim é claro.
Meu pai estava certo.
Nunca, em todos esses anos, eles foram me procurar, minha mãe aceitou de bom grado o fato de meu pai querer separar dois irmãos, ele me arrancou da cama no meio da noite com uma desculpa esfarrapada. Eu era uma criança e ele era, mesmo com todos os defeitos, meu pai, acreditei nele. Provavelmente mamãe deve ter agradecido, menos uma conta para pagar.
Maldição.
Aliso a pele rugosa de minha cicatriz, desejando sair dali, porém, não consigo sequer mover meus pés, eles criam raízes no chão, ficando-me em frente ao grande hotel. O que mais quero fazer é ir lá dentro, bater na porta de Brian e perguntar o porquê diabos ninguém lutou por mim, o porquê ninguém sentiu minha falta.
O celular em minha mão toca, captando minha atenção.
É Harry.
Abro um sorriso imenso ao ver o nome do meu britânico favorito ali, faz quase um ano desde que o vi no Brasil, depois que ele financiou minha cafeteria, nesse meio tempo meu empreendimento cresceu e encontrei investidores para expandir o negócio. Temos nos comunicado como dá, mas não parece o suficiente, sinto falta do meu amigo.
Mordo o lábio inferior, deslizando o dedo na tela, levando o telefone até o ouvido, atendendo-o.
— Harry!
— Oi, sweetie — Solto um rosnado baixinho.
Maldito brigadeiro.
— Eu odeio esse apelido, você sabe disso. Se continuar não hesitarei em te chamar de Harry Potter — Retruco.
— Eu só queria saber como você está — Algo em sua voz me diz que Harry está abatido.
— Falou com seu pai recentemente? — Indago, tentando cavar o motivo de seu tom.
O pai de Harry é um merda, dos piores, a infância dele foi tão ruim quanto a minha, nós dois fomos criados com pais abusivos, sem ninguém que nos amasse ao redor. Conhecer Harry foi a melhor coisa que me aconteceu, aqueles cabelos loiros, o sotaque, a maneira como ele se vestia tal qual um stalker, tudo nele captou minha atenção.
— Você me conhece tão bem, Brie.
Sim, eu conheço.
— Sou sua melhor amiga, Harry.
— Jantei com ele, acabei de chegar em casa. Foi péssimo, como sempre — Um bipe ecoa pela linha, indicando que algum elevador se abriu — Mas você não respondeu minha pergunta...
— Estou em Milão — Isso salta de minha boca tão rapidamente que mal consigo captar.
— Milão? — Ressoa, incrédulo.
— Sim. Trabalhando e meio que seguindo alguns passos do meu irmão — Explico, mordendo o lábio inferior.
— Certo.
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A "Pior" Temporada da Minha Vida: Linha entre amor e ódio
RomanceSempre terá uma linha tênue entre ódio e amor Ninguém supera o trabalho que Ray Harold vem dando Sophie Brown desde que ela o conheceu. Além de ter uma carreira brilhante como o camisa 10 do time dos Cleys, Ray Harold também tem o dom de tirar toda...