Sophie Brown
"I'm still a believer but I don't know why
I've never been a natural
All I do is try, try, try"
Mirrorball - Taylor Swift
Endireito os ombros e ergo o queixo, respirando profundamente antes de apertar a campainha de casa. Seja corajosa, Sophie, incentivo a mim mesma mentalmente. Meu celular vibra em minha mão, fazendo-me encarar a tela.
Ray: "Bom jantar com seus pais, linda"
Uma onda de conforto atravessa meu ser com essa mensagem de Ray e no mesmo instante a porta se abre, chamando minha atenção. Ela já estava esperando?. Minha mãe está parada ali, com um sorriso sereno no rosto, ela usa um macacão verde folgado que quase chega aos joelhos, uma sapatilha branca e seu cabelo liso como os meu está solto, caindo sobre seus ombros.
- Sophie - Consigo ver seu semblante vacilar, não de desgosto, é como se ela estivesse envergonhada - Oi, filha - Isso me abala. Sua voz, a calma que ela exala, não estou habituada a isso.
- Oi, mãe - Engulo seco, tentando desfazer o nó que se aloja na minha garganta - Papai está na casa da Sr. Milestone, passou para dar uma olhada no carro dela - E eu não o segui porque tive medo de seu filho estar lá, acrescento na cabeça. Sim, prefiro lidar sozinha com minha mãe do que correr o risco de ver aquele desgraçado novamente.
- Eu sei que não vai ser fácil para você ter que ficar comigo sozinha - Isso me faz abrir a boca, intrigada, mas nenhuma palavra sai do meus lábios - Não vamos fazer que nem o natal - Isso soa como um apelo - Então. Você pode entrar, se quiser esperar ele...
- Tudo bem - É tudo que sai de mim - Vamos entrar - Instantaneamente mamãe dá um passo para o lado, indicando para que eu entre.
Puxo as mangas do cardigã que Ray me deu a alguns dias, estou usando muito ele recentemente, gostei da peça. Está um clima agradável essa noite e suspeito que mais tarde chova um pouco.
Tudo na casa continua do mesmo jeito, quase intocável pelo tempo. Deixo meus olhos correrem pela sala de estar que fica à direita da porta, o sofá em L ocupa uma boa parte do cômodo, a mesinha de centro está cheia de revistas, uma delas tem a foto de Ray estampada, isso é coisa do papai. O balcão que divide a cozinha e a sala não tem absolutamente nada, antes ali era cheio de vasos de porcelana, como aquele que ela jogou contra mim há alguns anos. Tentei afastar a memória a todo custo enquanto dirigia até aqui, mas a lembrança desgostosa persistiu.
Me direciono até o sofá, colocando o telefone de volta no bolso traseiro da minha calça jeans de lavagem clara, provavelmente minha mãe deve está pensando que voltei da guerra de tantos rasgos que a peça tem.
- Ele deve está saltitando de alegria - Seu comentário me faz sorrir involuntariamente enquanto jogo a bunda no assento fofinho - Como foi o café?
- Eles se deram muito bem. Ray até o convidou para ficar no VIP no jogo de sexta-feira - Minha mãe arregala os olhos, surpresa.
- Eles realmente se deram bem, caralho - O palavrão que ela solta me faz enrugar o cenho, intrigada. Minha mãe xingou, meu deus.
- Passaram muito tempo conversando e ignorando minha existência - Não é totalmente mentira, Ray focava sua atenção em mim de tempos em tempos, mas meu pai esqueceu por muito tempo o fato de ter sua filha ali. Não o culpo, não é todo dia que se toma café com Ray Harold, a estrela de Londres.
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A "Pior" Temporada da Minha Vida: Linha entre amor e ódio
RomanceSempre terá uma linha tênue entre ódio e amor Ninguém supera o trabalho que Ray Harold vem dando Sophie Brown desde que ela o conheceu. Além de ter uma carreira brilhante como o camisa 10 do time dos Cleys, Ray Harold também tem o dom de tirar toda...