Ray Harold
O queixo de Sophie vai ao chão, seus olhos correm por cada detalhe do teatro Scala, as cortinas ainda estão fechadas, porém, ainda assim, o lugar é perfeito, as cadeiras do andar popular estão quase lotadas, igualmente as outras cabines VIP que ficam no terceiro andar, bem ao nosso lado.
Investimento de sucesso.
Sophie está gostosa essa noite, cada centavo valeu a pena. O vestido abraça cada curva dela, fenda maldita em sua coxa está me deixando louco para enfiar minha mão na sua pele.
— Obrigada. Obrigada. Obrigada — Ela passa os braços ao redor do meu pescoço, espalhando beijos desajeitados por todo meu rosto — Isso é perfeito.
— Seus olhos estão brilhando — Enlaço seu corpo, deixando-nos colados um ao outro.
— Deus, eu amei isso!
Minha atenção vai para o movimento das pessoas lá embaixo, uma parte da multidão foca-se na minha ilustre, a maioria dos homens começam a dar tchau alegremente com a mão mim.
Ótimo.
Me sinto num maldito filme.
— Acabei de descobrir como é sair com o grande Ray Harold — Cantarola em deboche, vendo-me retribuir o carinho dos fãs com um aceno com a mão.
— Grande, é? — Ironizo — Acho que você sabe como é ter o grande Ray Harold dentro de você — Corrijo baixinho, beijando a pele de seu pescoço, fazendo-a estremecer em meus braços.
Sophie aperta a barra de ferro do camarote, fingindo neutralidade, virando-se ao ouvir os primeiros acordes do piano ecoarem pelo teatro, numa fração de segundo as luzes se apagam e o salão fica iluminado apenas pelas luzes de emergência do palco.
— Quer sentar? — Ofereço, posicionando-me atrás dela.
Ela olha por cima do ombro, captando as poltronas disponíveis.
— Não, acho que prefiro aproveitar isso.
— Nós? — Ela confirma com a cabeça.
Meu coração se contrai com a declaração silenciosa, essa noite deixei minhas entrelinhas marcadas com um 'eu te amo' duas vezes, a frase quase saiu de minha boca, mas não consigo.
— Isso é tão estranho — Pouso o queixo no meu ombro, suspirando melancolicamente.
— O que? — Indaga, intrigada.
— Sentir isso de novo.
Minha namorada pressiona os lábios em linha reta, focando nas cortinas vermelhas sendo abertas, revelando a grande orquestra sinfônica Giuseppe Verdi, ao som de "La forza del destino", a melodía dos violinos tocados pelos jovens misturam-se ao piano.
Porra.
Capto cada detalhe de seu rosto, avaliando-a com cuidado. Acabei de levar um vácuo da minha própria namorada, não espero que ela diga que me ame quando eu falar isso para ela, mas é estranho Sophie não continuar a conversa.
— Estou te pressionando, não estou?
— Hã? — Sophie inclina a cabeça para o lado, fitando-me com as sobrancelhas franzidas.
Ela estava distraída.
— Perguntei se estou te pressionando — Repito, segurando a barra de ferro na frente dela, acolhendo-a.
— Não. Jesus — Ela deixa a cabeça cair para o lado, apoiando-a no meu braço — Eu gosto de ouvir você falando sobre seus sentimentos por mim, me sinto segura com o que temos.
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A "Pior" Temporada da Minha Vida: Linha entre amor e ódio
RomanceSempre terá uma linha tênue entre ódio e amor Ninguém supera o trabalho que Ray Harold vem dando Sophie Brown desde que ela o conheceu. Além de ter uma carreira brilhante como o camisa 10 do time dos Cleys, Ray Harold também tem o dom de tirar toda...