Capítulo 23

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Ray Harold

Um cheiro diferente me atinge quando abro os olhos. Esse perfume eu conheço, é Sophie. De algum modo durante a noite acabei abraçando ela por trás, agora estou agarrado a ela e ela está agarrada ao meu braço. Sophie mexe seu corpo contra o meu, se aconchegando, e consequentemente roçando sua bunda contra meu membro, deixando meu pau meio rígido. Tento me soltar de seu aperto, porém Sophie é mais forte do que eu penso, ela agarra meu braço, se aninhado mais e mais a mim.

- Sophie - Chamo, erguendo um pouco a cabeça. Ela deve estar bastante cansada depois de tudo que aconteceu na noite passada, eu não quero nem pensar na possibilidade de não estar lá para ela. Eu teria quebrado aquele cara na porrada, contudo me contive e apenas ameacei ele - Linda - Sophie murmura alguma coisa inaudível e não abre os olhos.

Olho para o relógio, são 10:00 da manhã, acho que a gente dormiu demais. Noto que estou mais tranquilo que o normal, meu corpo parece mais leve, meu humor está mediano, talvez pelo fato de que não seja tão cedo. Não quero acordar Sophie, mas também não sei se consigo ficar nessa posição por mais tempo. Quando ela me pediu para dormir com ela ontem, eu não acreditei, a princípio achei que tinha escutado errado, mas depois, quando eu estava no banheiro, eu fiquei feliz pra caralho. Eu tomei banho com a porra de um sorriso no rosto, estava parecendo um adolescente alegre porque a namorada o chamou para dormir em sua casa sem os pais estarem lá, só que nesse caso, Sophie não é minha namorada.

E o fato dela querer ficar comigo ontem significa alguma coisa, né?

Essa mulher está me confundindo demais. Tenho vontade de gritar e dizer que a quero e ao mesmo tempo fico temeroso com o que pode ocorrer. Assim como falei para Salles, tenho receio pelo o que aconteceu com Kate.

E se eu não tiver tempo para Sophie? Se eu estiver tão ocupado ao ponto de esquecer nosso aniversário? Ou pior, se eu esquecer o aniversário das minhas filhas, eu nunca me perdoaria por isso.

Esses pensamentos caem como um balde de água fria em mim, isso não daria certo.

Contra todos os alertas que aparecem na minha cabeça, aproximo meu rosto de seu pescoço, sentindo de perto o aroma de seu perfume. Eu e ela, seria quase impossível. Quase. Não significa que seja improvável de acontecer. É nisso que vou me agarrar, a possibilidade, mesmo que pequena, disso entre nós dar certo. Não sei ao certo como dar o primeiro passo com ela, porém vou tentar.

- Ray - Sua voz rouca me chamou, arrancando-me de meu raciocínio particular.

- Oi, linda - Acho que Sophie sentiu minha bomba matinal, pois logo deu um jeito de sair dos meus braços. Ela senta na cama, me observando com cautela.

- Oi - Ela parece sem graça.

- Bom dia, Sophie - Sophie passa a mão no cabelo, provavelmente tentando conter alguns fios rebeldes, o que ela não sabe é que está incrivelmente sexy com esse visual matinal. Eu meio que daria alguns milhões para acordar do lado dela, apenas para vê-la com essa aparência.

- Eu daria uma péssima impressão se dissesse que estou com fome? - Solto uma gargalhada.

- Não, linda. Vou ficar muito feliz em te alimentar - Ela arregala os olhos e eu ergo uma sobrancelha - O que você pensou, Sophie Brown? - Questiono, cruzando os braços, com certa curiosidade.

- Nada - O rubor familiar que tanto gosto de suas bochechas a entrega, certamente Sophie pensou algo bem depravado. Estreito os olhos para ela - Não faça isso - Manda - Não me olhe assim, Harold. Você que falou de uma maneira com duplo sentido - Culpa ela.

- Você que tem uma mente muito poluída - Acuso.

Ela passa a mão no rosto, envergonhada. Sophie faz menção em sair da cama, mas a surpreendo, puxando-a de volta. Sophie cai no meus braços, do mesmo modo que caiu quando me tirou da cama quando fomos pra Leeds, porém agora ela não está irritada, ela está sorrindo. Apesar de tudo, ela está sorrindo. Uma onda de alívio ecoa pelo meu corpo.

A "Pior" Temporada da Minha Vida: Linha entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora