|Prólogo|

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P.O.V Narradora

Inglaterra, 1919

Na tranquila manhã londrina, as ruas ganhavam vida com o movimento cotidiano: pessoas indo e vindo, entregando-se às suas rotinas diárias. Enquanto isso, em uma elegante mansão nos arredores da cidade, os preparativos para um baile estavam em pleno andamento. Na sacada, uma figura solitária contemplava o céu azul sereno. Seus cabelos negros e pele pálida destacavam-se contra a paisagem. Seu nome era Sophia, uma jovem cuja beleza rivalizava com a própria aurora. Batizada em homenagem à sabedoria, ela era conhecida por sua gentileza e encanto, um raio de luz em um mundo muitas vezes sombrio.

Entretanto, por trás daquela aura de inocência, residia uma história de perda e desafios. Aos cinco anos, Sophia perdeu sua mãe, uma dor que ainda reverberava em seu coração anos depois. E aos dez anos, viu-se confrontada com a presença de uma madrasta que nutria por ela um ódio irracional, alimentado apenas pela inveja da sua beleza.

Enquanto o mundo ao seu redor parecia finalmente se encaixar em algum tipo de ordem, o destino reservava um golpe devastador para Sophia. Seu pai, a âncora da sua vida, foi brutalmente tirado dela, vítima de um assassinato cruel. De repente, Sophia viu-se mergulhada em um abismo de solidão, sua única companhia sendo a presença gélida e hostil da madrasta.

Apesar de sua pouca idade, Sophia foi forçada a assumir responsabilidades muito além de suas capacidades infantis. Sob o olhar exigente da madrasta, ela foi obrigada a trabalhar incansavelmente na própria casa, uma obrigação justificada sob o pretexto de "ajudar". Sua natureza gentil e ingênua, porém, a levou a ceder às demandas cruéis impostas pela madrasta, em um ciclo de exploração e submissão que parecia não ter fim.

Sophia foi tirada de seus devaneios pelo chamado estridente da madrasta. Um suspiro resignado escapou de seus lábios, e ela se afastou da janela, onde seu olhar outrora perdido se fixava no azul do céu. Seu vestido, uma exibição de delicadeza em meio à opressão daquela casa, destacava-se em tons de rosa suave, fluindo em torno dela como uma aura frágil de beleza em meio ao caos.

Descendo as escadas apressadamente, Sophia dirigiu-se ao grande salão, onde os preparativos para o baile estavam em pleno andamento. Seu olhar encontrou o da madrasta, e ela se aproximou com uma mistura de temor e obediência.

-Me chamou?-perguntou Sophia, sua voz um sussurro de inocência em contraste com a frieza no olhar da mulher diante dela.A madrasta lançou-lhe um olhar carregado de desdém.

-Vá à costureira e pegue meu vestido- ordenou, suas palavras cortantes como facas afiadas.

-Claro.-respondeu Sophia, sua gentileza inabalável mesmo diante da crueldade que emanava da madrasta. Sem esperar por mais uma palavra, ela se afastou, deixando a mulher para trás, imersa em suas próprias conspirações.

(...)

Sophia havia escolhido um amplo capuz amarelo para cobrir sua cabeça, uma escolha que não passava despercebida enquanto ela saía de casa. Seu vestido, um deslumbre de elegância e simplicidade, atraía olhares curiosos pelo caminho. Enquanto caminhava, uma bola desgarrada acertou seu vestido, fazendo com que seu olhar se abaixasse em direção aos pequenos responsáveis pela brincadeira.

My Snow White | Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora