5.2 | two steps forward.

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Taehyung combinara um encontro com Jeongguk e Junseo do outro lado da reserva, próximo ao píer e às balsas locais. Estava a vários longos metros de distância de onde ocorria a festa, onde a música era abafada e reinava apenas o silêncio da noite, iluminada pela fraca luz dos postes distantes. Sozinho em toda aquela imensidão que separava um ponto do outro, a mensagem já havia sido enviada para Junseo, que respondeu prontamente, assegurando-lhe estar nas proximidades. A adrenalina fervilhava dentro dele. Em sua mente, a expectativa criava várias cenas dramáticas de um filme em que Jeongguk era surpreendido, algemado e levado até a viatura. Conseguia visualizá-lo lançando aquele olhar, o olhar de raiva, o olhar tempestuoso que apenas seus olhos possuíam. Imaginou-se ligando para Donghyun e relatando que a justiça fora feita, que o agressor de seu irmão pagaria pelo que fez e, embora isso não apagasse as consequências na vida de Namjoon, ao menos traria certo alívio.

Minutos depois, ele escutou alguém se aproximar. Tentou não parecer ansioso e vestiu sua melhor máscara. Jeongguk vinha em sua direção pelo caminho de pedras que levava ao píer, afrouxando tranquilamente os botões do colarinho de sua camisa social cinza-escura.

O desgraçado estava mais bonito do que o normal naquela noite.

— Kim — ele cumprimentou.

— Jeon.

Ele o avaliou quando já estava muito perto. Seus olhos percorreram a blusa justa de Taehyung, desceram pela calça preta e os coturnos, e então voltaram ao rosto dele.

— Pensei que você não pudesse ficar ainda mais bonito, mas acho que me enganei.

Taehyung revirou os olhos.

— Estou esperando por você há um bom tempo naquele matagal.

— Não gostou da festa da reserva? — questionou com ironia.

Os lábios dele se abriram para uma resposta; no entanto, os olhos dele fugiram para o movimento sutil da viatura que apontava um pouco distante deles. Sua boca se fechou. Seus ombros ficaram mais leves. Taehyung estava a poucos minutos de arrancar o maldito sorriso bonito de seus lábios.

— Não vim para curtir festa nenhuma. — Ele retirou a mochila dos ombros e observou novamente a viatura. Junseo também o viu e, ao caminhar em sua direção, o peito deste parecia pequeno demais para suportar o coração que batia freneticamente.

— Precisa relaxar, Taehyung. Esfriar um pouco a cabeça. Relaxar faz bem, faz a gente pensar direito, deixa a mente limpa, evita fazer algo de que possa se arrepender.

Ele estreitou os olhos na direção dele.

— Obrigado pelo conselho. Vindo de você, eu vou considerar muito sim. — Esticou a mochila na direção dele. — É toda sua.

— Está com tudo aí? As drogas e o dinheiro?

— Claro, nada disso aqui me interessa, ainda tem o sangue do meu irmão nessa coisa. — Ele se aproximou de Jeon, ganhando tempo, percebendo que Junseo já estava perto o suficiente.

Jeongguk não tomou a bolsa das mãos de Taehyung, mas seus olhos permaneceram fixos nele. Seu maxilar se moveu lentamente, como se ele estivesse ficando nervoso.

— O que quer de mim não é uma resposta sincera, Taehyung. Não importa o que eu diga, não importa quem eu acuse em meu lugar, você continuará tendo certeza de que eu sou o culpado, porque a sua certeza é a que vale. Você me pede a verdade, mas não me escuta.

— Eu te peço a verdade e você mente — corrigiu-o.

— Não. Eu já te dei a verdade. Já estou cansado de dizer que não tive nada a ver com isso. O que você quer é que eu te prove.

Nebbioso (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora