11 | why do you care?

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— Então, ele é bonito?

Nayeon estava voltada para ele, de costas para o professor que concluía a aula de psicologia aplicada ao direito. Ele estava surpreso com o bom humor dela, que há tempos não aparecia e, sobretudo, feliz por ver seu sorriso novamente, pois o estado físico e mental dela preocupava cada vez mais. Naquela manhã, excepcionalmente, ela estava radiante como o sol. Seus cabelos castanhos caíam vivos e brilhantes em torno de seu rosto, e seus olhos chocolates brilhavam de alegria. Eles conversaram o tempo todo, e ele pôde atualizá-la das loucuras dos últimos dias e principalmente da noite anterior — omitindo o pequeno detalhe da venda de drogas —, além de comunicar onde ele morava agora, recebendo uma reação positiva totalmente oposta à de Hoseok.

— Ele é bonito, sim. — Ela queria saber sobre Park Bogum, o cara que estava fazendo-o vestir uma blusa que subia por seu pescoço para cobrir um maldito chupão em sua clavícula. — E acho que ele pode me ajudar um pouco com o lance do Hanseok. Ainda não sei como, mas ele estuda lá na Yonsei, então a conexão pode ser fácil. Só não quero parecer desesperado com isso porque sinto que ele é um cara legal, sabe? E não posso dar a impressão de que estou tentando usá-lo.

— Taehyung, não! Primeiro, aproveite o cara sem essa loucura toda de vingança.
Tudo bem, ele pode te ajudar nisso, mas primeiro beije muito na boca e faça tudo o que tem direito, porque se der merda você aproveitou o que tinha que aproveitar. — Ela adotou uma expressão maliciosa que o fez rir. — Seja como for, você merece se divertir um pouco, e convenhamos que tirar o atraso vai aliviar esse estresse crônico.

Ele a encarou com uma expressão de desaprovação.

— E você parece estar muito bem, não é mesmo? Engraçadinha — Ele a empurrou levemente nos ombros. — Você vai me dizer que também aliviou o estresse?

Nayeon negou.

— Meus pais viajaram e só voltam no final de semana, o que me deixa bem feliz. Um pouco de paz, finalmente! Você não sabe o quanto eu me sinto aliviada quando tô sozinha em casa, Tete. É como se o céu descesse até mim e substituísse todo o inferno que eu vivo diariamente.

— E o Jihoon?

— Provavelmente vai ficar na fraternidade até a próxima semana. — Seu sorriso logo se foi. — E Taehyung, desculpa muito pelo dia que meu pai gritou com você. De verdade.

— Não precisa, Nayeon. E eu te garanto que não vou mais te encher o saco com isso. Só quero que você me prometa de coração que sabe que pode contar comigo pra qualquer coisa, que pode confiar em mim e que sabe que eu largo tudo pra ir te socorrer na hora.

— Eu sei.

Seu sorriso se estendeu em uma expressão de gratidão.

— Você falou com o Hoseok hoje? — perguntou.

— Ainda não, mas conversei com Seokjin no intervalo e ele mencionou que o vê frequentemente com Jeongguk, e que está preocupado. Bom, acidentalmente mencionei que você está morando no apartamento dele e ele não pareceu satisfeito.

— Seokjin jogou nossa amizade no lixo por uma coisa que não tinha nada a ver comigo. Ele me ignora há muito tempo, mas quer dar palpite no que eu faço? Faça-me o favor.

— Também discordo disso, Taehyung. Sempre achei que ele confundiu muito as coisas com a história da traição de Namjoon. Acabar com uma amizade como a de vocês assim por tão pouco é bem triste. —  Ela levantou-se e ele a acompanhou. — Mas, sobre Jeongguk, como estão as coisas? Achei que o odiasse demais para conviver com ele.

— E eu o detesto. Estou aprendendo a lidar com isso aos poucos. É difícil, torturante e está afetando minha mente de uma forma perturbadora. Parece um espírito maligno, sei lá.

Nebbioso (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora