Nebbioso (taekook)

7.1 | tragedies.

Ao acordar na sexta-feira pela manhã, duas excelentes notícias surpreenderam Taehyung.

Posteriormente, as portas do inferno se abriram, arrastando-o diretamente para seu dono.

El Dorado era um restaurante de gastronomia mexicana localizado no centro de Seul, sendo excessivamente caro para que ele compreendesse precisamente seu funcionamento. Não se recordava de ter deixado seu currículo lá; contudo, tal ação poderia ter sido realizada por Minnah ou Hoseok. Independentemente disso, o e-mail recebido pela manhã, enquanto se dirigia ao hospital, foi o pequeno impulso que fortaleceu ainda mais seu desejo de permanecer naquele local. O salário não seria substancial; porém, representava um modesto começo.

Ele pegou o elevador direto para o CTI, onde foi informado que Namjoon pôde ser trocado de leito e levado para a ala de internação comum do hospital. Precisou descer apenas um andar, encontrando um movimento maior de pessoas, provavelmente por ter horários de visitas mais flexíveis do que a ala em que estavam.

— ...Em dois dias, se tudo estiver certo, vamos transferi-lo. Só são precisas algumas assinaturas finais para que o procedimento ocorra.

Donghyun conversava com o médico ao lado da sala onde Namjoon fora internado. Ele simplesmente concordava, com os braços dobrados e a postura rígida. Taehyung esperou que terminassem e, assim que notou sua presença, assentiu ao médico para que preparasse tudo e seguiu em sua direção.

— Como ele está? — perguntou.

— Na medida do possível, bem — respondeu Donghyun. — O médico disse que assim que chegarmos em Suwon, vão tirar a sedação para que ele acorde.

— Mas já? Não é perigoso?

— Os médicos de lá vão avaliar o estado dele depois da transferência e ver se podem realmente parar a sedação. O problema é que só vamos saber das sequelas neurológicas depois de vários dias da suspensão desses sedativos — lamentou com um suspiro pesado. — O médico avisou que temos que nos preparar para o pior.

Ele já estava preparado para o pior. Com a cabeça aberta e o rosto banhado em sangue, o irmão dele praticamente morrera naquela noite. E precisaria de muita força e um pouco de misericórdia para voltar a viver.

— Posso vê-lo?

Quando Donghyun assentiu, ele abriu a porta ao lado e se aproximou de Namjoon. O aperto no peito foi inevitável ao vê-lo com todos aqueles hematomas que pareciam bem piores de perto. Os olhos de Namjoon ainda estavam inchados e o violeta se estendia em degradê até suas maçãs do rosto. Ele enfiou os dedos cuidadosamente por entre os cabelos ralos e parcialmente raspados do irmão, devido à cirurgia, questionando-se se Namjoon era capaz de ouvi-lo enquanto ele lhe sussurrava que lamentava profundamente e que o amava demais. Ele desejou que o irmão pudesse abrir os olhos e revelar quem era o desgraçado responsável por aquilo, o motivo ou o que havia acontecido, porque a cada segundo observando-o naquele estado, o desejo de vingança aumentava ainda mais.

— Taehyung — Donghyun se manifestou após longos minutos. — O médico também informou que ele poderá ser transferido em dois dias. Vou comprar as passagens hoje à noite e é melhor terminar de empacotar suas coisas. Precisamos esvaziar a casa até amanhã para os novos moradores. O caminhão da mudança chega hoje à tarde.

Ele ergueu a cabeça para encará-lo. Sua voz estava mais grave, as olheiras haviam voltado e seus olhos pequenos estavam pesados, fazendo-o perceber que não era o único sem conseguir dormir direito.

— Consegui uma entrevista de emprego em um restaurante no centro.

Seu pai soltou um riso sem humor que não o agradou.