Jeongguk estava fodido.
Este era o único pensamento que ecoava em sua mente, a par dos olhos de Taehyung, da boca dele, do rosto dele, do corpo dele e até do seu perfume envolvente. Aquele jeito inquietante que ele tinha, e como ele parecia ainda mais belo quando irritado consigo ou então quando o olhava repleto de desejo. Estava evidente que Taehyung batalhava contra seus próprios sentimentos, assim como Jeon tentava, sem sucesso, resistir de uma maneira que parecia impossível.
Pela primeira vez, em muitos anos, ele se sentia dominado. Seus pensamentos estavam domados de tal forma que ignorou a razão e se deixou levar pela vontade de tê-lo para si, mesmo prometendo que se manteria longe desde a primeira vez que o viu, com seus olhos irritados pelas lágrimas salgadas, seu pequeno nariz ruborizado e aquele olhar embebido de uma fúria genuína que, por mais irritado que estivesse naquela tarde quando seu carro foi completamente destruído, não pôde deixar de notar o quanto ele era bonito dentro daquele conjunto indomável. Um conjunto que agora o desarmava facilmente. Que o obrigava a agir como um babaca e enviar mensagens que nunca deveriam ser enviadas. Que o deixava louco. Que o fazia colocar tudo a perder.
Quando um dos novatos da fraternidade avisou que tinha uma visita, ele pensou, por um único segundo, em Taehyung; mas, quando os saltos pesados martelaram o chão e Chunhee empurrou a porta violentamente — esfregando mais uma vez em sua cara o quanto ele não parava de pensar em Taehyung, que estava passando a noite com um otário qualquer —, ele respirou fundo, buscando algum resto de paciência dentro de si. Lidar com uma Chunhee divertida e cheia de tesão era fácil. Lidar com uma Chunhee cega de ciúmes era um inferno.
— Não precisa me anunciar, seu imbecil! Se não sabe quem eu sou, nem deveria estar aqui! — Ela cuspiu contra o garoto que apenas concordou rapidamente. Depois, o empurrou para fora, como alguém que chuta um cachorro medroso. Em seguida, bateu a porta com força e o encarou, cruzou os braços e soltou um longo suspiro, relaxando sua feição emburrada. — É, pelo seu olhar, não queria que fosse eu. De novo.
— Estou exausto, Chunhee. — E ele realmente estava. Não tinha mais paciência para seu drama, não tinha mais paciência para discutir. Não eram a porra de um casal e Jeongguk já estava farto de deixar isso claro.
— Pensei que você fosse correr atrás do selvagem, já que claramente o prefere. Estou surpresa por encontrá-lo aqui na fraternidade.
— E você voltou para continuar discutindo isso?
— Não, voltei porque não gostei da forma como terminamos — respondeu aborrecida, fazendo um biquinho enquanto largava a bolsa e atravessava o quarto. Subiu na cama e engatinhou lentamente por cima dele. — Poxa, você sabe que não funciona assim com a gente, não sabe? Nós nunca terminamos brigados e você nunca me deixa ir embora sem fazer as pazes. — Seus cabelos deslizaram para o lado e suas pernas se abriram, uma de cada lado do quadril dele. — Mas desde que passou a brincar de casinha com aquele selvagem, você está diferente. Parece que ele tomou sua vida e agora não sai da sua cabeça.
— Não tem como ele sair da minha cabeça se você não parar de falar dele.
— Não finja que não sabe do que estou falando! Você ficou estranho quando viu que ele estava lá, se incomodou por ele ter nos visto juntos e praticamente me expulsou do seu apartamento!
— Não seja dramática. Você foi embora porque quis.
— Fui embora porque vi na sua cara como você queria falar com ele, e eu estava te atrapalhando, não é? Não sou cega, Jeongguk, muito menos inocente para não notar a forma como você vem olhando para ele, falando sobre ele, convivendo com ele! — Chunhee fez uma pausa, como se tentasse não se descontrolar, e então respirou fundo, mordendo o lábio inferior e deixando um sorrisinho maldoso deslizar em seus lábios vermelhos.
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Nebbioso (taekook)
Fanfiction[taekook | gangster] Em busca de vingança pelo irmão espancado, Taehyung confronta Jeongguk, líder da fraternidade da universidade, e ambos se envolvem em um perigoso jogo de segredos e desejos, sem perceber o risco de se apaixonarem.