7.2 | lets' go home.

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Quando Hoseok partiu levando o coração de Taehyung na mão, já era noite. Ele permaneceu na biblioteca, no lugar que o outro ocupava antes, refletindo sobre tudo o que havia ocorrido nos últimos dias e, especialmente, naquele dia. Possíveis soluções foram listadas, assim como possíveis saídas, mas todas o levavam a um único destino. Seu irmão necessitava de tratamentos caros. Donghyun precisava de ajuda financeira. Nayeon precisava de apoio familiar. Seu melhor amigo também. De uma maneira ou de outra, Taehyung sentia-se como um fardo em suas vidas.

Em um último esforço, como evidência de ter tentado tudo antes de desistir, ele pegou o celular no bolso e ligou para Seokjin. Ainda o surpreendia o fato de lembrar o número dele de cor. Recordava-se das tardes em que passavam horas pendurados no telefone conversando; uma época em que era inimaginável que um dia não seriam capazes de trocar nem sequer meia dúzia de palavras. Mesmo com a distância, Taehyung ainda achava inacreditável que Seokjin não se sentisse como ele se sentia, que não houvesse o desejo de reviver algo tão belo, que não restasse um pouquinho sequer daquele sentimento tão genuíno.

Mas tudo o que Seokjin lhe disse depois que ele contou sobre não ter onde ficar foi:

“Entendi, mas não vai dar... Minha mãe casou-se de novo, então eu não acho uma boa ideia você ficar por lá. Desculpa mesmo.”

“Tudo bem, Seokjin.” Foi tudo o que respondeu.

Taehyung já esperava não poder contar com ele. Seokjin decidiu tirá-lo de sua vida por um erro do irmão dele e não voltou atrás. Ele estava sozinho. Ponto final. E quanto antes ele entendesse isso, menos tempo perderia.

Taehyung saiu da biblioteca e caminhou pela universidade. Os postes iluminavam a escuridão da noite, e alguns estudantes ainda se deslocavam por ali. Em poucos minutos, já estava na passagem que o levaria de volta a eles. Ou melhor, a ele.

Quando ele chegou aos Nebbioso, bateu na porta até captar o som fraco da música que vinha da área da piscina. Ele deu a volta pelo casarão — que de longe era o mais bonito do campus. No quintal rolava uma festinha privada do tipo muitas garotas, poucas roupas. Aparentemente, havia duas garotas para cada atleta. Min Yoongi, um dos cachorros de Jeongguk, logo notou sua presença e estreitou os olhos, desconfiado, provavelmente lembrando-se da última vez que ele esteve ali, mas não se deu ao trabalho de se mover para impedi-lo de entrar na casa pela porta dos fundos.

Taehyung caminhou pela cozinha, a sala de jantar e então subiu as escadas para o segundo andar da fraternidade. Bastou apenas alguns pequenos passos antes de dobrar o primeiro corredor para encontrá-lo. O maldito...

No instante em que os olhos dele o avistaram, Jeongguk pressionava uma garota contra a parede de forma brusca enquanto se enfiava entre as pernas dela. A garota arranhava seus braços e murmurava algo que o fazia abrir um sorriso cafajeste como resposta, e então ele espalmou sua bunda colada ao vestido. A garota mordia os lábios quando ele distribuía beijos por seu pescoço e afundava o rosto entre seus seios fartos.

E Taehyung continuava parado ali, assistindo àquela cena ridícula.

Deu um passo para trás tão lentamente quanto uma criança que tenta sair de um castigo, mas Jeon parecia ter um maldito sensor para a sua presença. Seus olhos encontraram os dele no momento em que a garota o mordeu no queixo, enfiou as mãos dentro de sua bermuda e pediu, com todas as letras, para que ele a fodesse com força. De novo.

— Taehyung? — Ele não riu, mas Taehyung presumiu que ele tenha desejado fazê-lo.

Permaneceu imóvel enquanto sua mente trabalhava em centenas de palavrões. Que constrangimento! Desejava ardentemente ser capaz de desviar o olhar dos volumosos seios da moça roçando em sua camisa enquanto ambos o encaravam.

Nebbioso (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora