– alguns meses antes –
— Então você precisa escrever poemas sobre alguém que te inspira? — Chunhee apoiou o caderno de Jeongguk sobre as coxas e o encarou com seus olhos interesseiros.
— Basicamente — respondeu, sem tirar os olhos da TV.
— Hmmm, e eu sou sua musa inspiradora, não sou?
Ela se ergueu da poltrona trajando somente o sutiã e uma saia curta e justa em tom preto. Caminhou em direção a Jeongguk ajustando a saia até a altura dos quadris, e ajoelhou-se na cama, sentando-se em seu colo. Seus cabelos lisos e compridos atingiam a cintura, e seus lábios cheios estavam adornados por um batom vermelho vibrante.
Lee Chunhee era verdadeiramente inspiradora. No entanto, não para aquele tipo de situação.
— Vou escrever sobre Bukowski.
— E quem é esse? — perguntou, prendendo seus cabelos em um coque.
— “Existem coisas piores do que estar sozinho. Mas, geralmente, levam-se décadas para entender isso e, quase sempre, quando se entende, é tarde demais. E não há nada pior do que ser tarde demais”.
Era o seu preferido.
— Um pouco dramático, não acha? — Ela ergueu uma sobrancelha.
— É bom que não faça sentido, princesinha. — Ela revirou os olhos e prendeu um sorriso quando ele enfiou as mãos por baixo de sua saia. — Alguns poemas são como mensagens codificadas, só os entendem quem já viveu aquilo.
Ela suspirou, dando de ombros, totalmente desinteressada.
— Poxa, Jeongguk, a apresentação dos projetos é só daqui a alguns meses. Você ainda pode mudar. Surpreender. Fazer algo romântico, sei lá. Eu acho que todo mundo adoraria ver alguém fazendo poemas para a pessoa que ama. — Seu tom sugestivo o fez querer rir. — E eu não sei quem é esse cara, Bukowski, mas garanto que eu posso ser muito mais interessante do que ele.
Ela ergueu seu corpo e levou seus dedos até o fecho do sutiã, arrancando-o e jogando-o em um canto qualquer do quarto, antes de debruçar-se para beijá-lo. Ele tomou sua boca, apertou suas pernas, quadris, bunda, coxas e desceu suas mãos até a calcinha dela. Ela riu, maliciosa, Jeongguk quando percebeu que não usava nada por baixo da saia.
— Safada — sussurrou.
— Eu sei que você gosta — sussurrou de volta, mordendo o lábio inferior.
Ele deslizou a mão entre os cabelos dela e a trouxe de volta para si. Contudo, antes que pudessem prosseguir, o celular dele vibrou na cômoda ao lado. Uma, duas, três, quatro vezes.
Chunhee bufou quando ele esticou o braço e pegou o aparelho, colocando-o no viva-voz.
— Fala, Yoongi.
— Temos um problema — ele disse do outro lado da linha. — Jaewon acabou de me ligar dizendo que encontrou Namjoon no depósito. O idiota pegou mercadoria e disse para ele que estava indo encontrar o Hanseok no ponto da reserva.
— E por que motivo o Jaewon não impediu essa porra?
Lee parou de beijá-lo e sentou-se em seu colo de braços cruzados.
— Kim Namjoon estava completamente drogado, mano. Jaewon não conseguiu pará-lo e a essa altura ele já deve estar chegando lá. Estou ligando para saber o que fazer, porque aqueles filhos da puta vão pegar a mercadoria toda e ainda dar uma surra nele.
Os novatos geralmente se tornavam um desafio; poucos deles perseveravam o bastante para serem aceitos nos Nebbioso. O dinheiro fácil, as oportunidades, o prestígio e as regalias dentro da fraternidade eram irresistíveis demais para aqueles caras. Ficou claro para ele, desde o primeiro momento em que cruzou a porta, que Namjoon seria um caso à parte. Infelizmente, não era possível vetar sua entrada, pois os rituais de iniciação haviam sido cumpridos. No entanto, a intensidade em seu olhar denunciava uma vulnerabilidade profunda, um sinal claríssimo para intervir. Sua ansiedade e entusiasmo o dominavam, ao invés do contrário.
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Nebbioso (taekook)
Fanfic[taekook | gangster] Em busca de vingança pelo irmão espancado, Taehyung confronta Jeongguk, líder da fraternidade da universidade, e ambos se envolvem em um perigoso jogo de segredos e desejos, sem perceber o risco de se apaixonarem.