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Estou cansada de perder jovens todos os anos.

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Não é como se Helen conseguisse sorrir em um momento como esse. Aquelas pessoas desconhecidas que sorriam, aplaudiam sem motivo nenhum aparente, ou pelo menos tinha, mas a Jones ainda não sabia.

Ela se sentiu observada, e não era a plateia, e sim Nate, que a encarava quase que descaradamente. Ele intercalava seu olhar entre Helen e o público. Dava para ver claramente que a atenção estava toda na moça, sem ela ao menos soltar um sorriso.

Ela olhava tudo muito curiosa, se observava no grande telão a sua frente, vendo o quão exposta estava, e o quão isso a incomodava. O clima ficou ainda pior quando o jovem ao seu lado passou seu braço pela cintura da loira, fazendo com que ela ficasse ainda mais perto dele.

— Finnick não irá te falar isso, por que ele acha que você não deve ter consciência. Mas como eu descordo, irei te contar. — Disse Nate ainda sorrindo para todos. — Sabe o quanto você vai valer daqui a alguns dias?

— Como assim o que eu irei valer? — Perguntou Helen vendo que eles já estavam dando a volta.

Por alguns segundos, ela sentiu o olhar do presidente Snow na mesma, até mesmo quando ela virou e dava para ver apenas as suas costas.

— Quando você morrer daqui a alguns dias. — Falou Nate mandado beijo para a arquibancada. — Já estão se programando para leiloar seu corpo.

A carroça parou de frente para o palco onde Snow e seus subordinados estavam, dali já não dava para ver muito os rostos dos tributos, inclusive a cara de choque que Helen fez.

— Você é tipo um Finnick 2.0, só que a diferença é que você não vai sobreviver. Você não tem força, nenhuma habilidade e nenhum aliado. — Falou o jovem sorrindo. — Será morta nos três primeiros segundos de jogo, e quando isso acontecer, será pega pela capital e seu corpo leiloado para quem quiser transar com um cadáver.

Os próximos minutos foram de puro silêncio. Helen não ouviu mais nada, nem as palavras de Snow e muito menos quando ela voltou para seu apartamento. Era como se sua mente tivesse desligado.

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  Helen acordou de seu cochilo sentada quase que pulando em pé, sendo acordada por Aine.

— Vamos! Você precisa treinar agora. — Diz Aine fazendo a loira ficar de pé. — Prometi para mim mesma que farei você ficar em forma em relação ao treino.

— Agora? São duas horas da manhã.

— Ótima hora para treinar. Vamos logo Helen!

  A loira vestiu uma calça moletom é uma blusa preta, encontrando Aine no andar debaixo, que era uma ala de treinamento particular para os tributos.

— Podemos está aqui a essa hora?

— Você é muito certinha. Já te falaram isso? — Disse Aine se equipando. — Primeiro, precisamos saber no que você é boa. Finnick me disse que é espada, mas você sabe lutar corpo a corpo?

— Mais ou menos, já assistir Finnick treinar, mas nunca tentei. — Diz Helen observando Aine jogar uma espada afiada para a loira.

— Então esse negócio de luta corpo a corpo, quem vai te ensinar e o Finnick, por que eu sou péssima nisso.

  Helen quase que perdeu a cabeça quando Aine avançou em cima da loira com a espada, fazendo a mesma bloquear com a sua espada, para que não perdesse a cabeça.

— Você é louca?! Se eu estivesse brincando com esse negócio de espada? Você teria me matado! — Disse Helen desviando a espada de Aine e a empurrando para longe.

— Você tem força! — Diz Aine animada.

  Foi aí que o bater do ferro não parou. Aine de início foi leve, apenas estudando até onde Helen aguentava, mas depois de ver que a loira só tinha a cara de fraca, começou com o treino de verdade.

— Quem te ensinou?

— Eu mesma me ensinei. Como eu falei, gostava de ver Finnick treinando com os outros carreirista, acabou que eu me interessei por ela. — Disse Helen tentando acertar a perna de Aine, porém a mesma desviou.

— Por que nunca treinou para ser uma carreirista? — Perguntou Aine empurrando Helen para longe.

— Meus tios falavam que era perca de tempo, que eles nunca iriam me sortear por ser fraca demais. — Falou Helen ofegante. — Para ser carreirista, precisa ter o mínimo das exigências apresentadas.  Ter o perfil de quem pode ganhar os jogos, e que os treinos não vão ser em vão.

  Aine sorriu quando sentiu seu braço ser rasgado pela espada da loira, que a atingiu com sutileza, tanto que só fez um pequeno corte.

— Por que?

— Por que, o que? — Perguntou Aine arqueando a sobrancelha.

— Por que está me ajudando tanto assim? Não nos conhecemos, nem nunca nos vimos. Você tem o dobro da minha idade. Por que?

  Helen abaixou a espada, assim como Aine.

— Estou cansada de perde jovens todos os anos.

  Aine perdia jovens todos os anos, conhecia, se apegava e ensinava, para depois ter que vê-los mortos em um saco preto, como se eles fossem nada.

— Prometi a mim mesma que faria o possível para que meus tributos vencerem. Além disso, você é importante para Finnick. — Disse Aine tirando seus cabelos do rosto.

— Obrigado.

  Aine sorriu sem graça, logo suspirando e ajeitando sua postura.

— Você disse que tem tios, certo? Quer que eu envie alguma mensagem para eles?

— Não precisa.

— Imagino que eles devem esta preocupados.

— Acredite, não estão. — Falou a loira fazendo um rabo de cavalo em seus cabelos loiros. — Na verdade, nem um pouco. Pra eles eu sou um peso morto, eles não tem obrigação nenhuma comigo, cuidaram de mim por dó, se é que eu posso usar a palavra cuidar.

— Você é orfã.

— De mãe e pai. A única coisa que eu sei sobre os dois, e que não eram namorados  e nem casados. Eles foram assassinados. — Disse Helen empurrando Aine para trás.

— Sabe o por que?

— Não. Bom, eles não tem nem registro, receio eu que não eram importantes. — Diz Helen suspirando.

— Sente falta?

— As vezes, eu me pegava pensando e chorando por não ter, ver os outros desfrutando do amor materno e paterno, e eu sozinha. — Falou a loira limpando uma gota de suor de sua testa. — Mas, um dia eu levantei da cama e vi que chorar não traria eles de volta, então parei.

BIRDS CAGE - Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora