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   E novamente Helen estava jogada em sua cama. Era esquisito como seu corpo doía, a falta de vitamina e de movimentar ele era evidente, dava dores absurdas em seu corpo. Helen desconfiava de que a dor era mais psicológica que agora tinha evoluída para a Física.

  A loira desceu as escadas cuidadosamente, indo até onde Finnick preparava uma sopa na cozinha.

— A dor já esta melhor? — Perguntou Odair se virando para observar a melhor amiga.

— Não, parece que estão quebrando meus ossos aos poucos.

— Será que você não pegou alguma gripe. — Disse o loiro para si mesmo, tocando na testa da mesma, verificando a temperatura. — Tá normal.

— Eu sempre tive dores nos ossos desde pequena, devo ter feito esforço demais. — Diz a loira coçando sua cabeça.

— Volta para sua cama, quando terminar eu levo lá em cima pra você.

Helen apenas acenou e voltou para o corredor de seu quarto, parando na frente da porta encostada do quarto de Adeline, ela estava cantarolando a mesma música desde do dia anterior.

— Senhora Odair?

— Helen! Que bom que veio, estava esperando por sua companhia. Finnick me disse que está com dor. — Diz a mulher parando de pintar seu quadro.

— Não é nada. Ainda está pintando aquele quadro complexo? — Perguntou Helen se sentando no banco ao lado do quadro e encostado na parede.

— Sim! Devo dizer que as tintas ja estão acabando, mas está cada vez mais lindo! — Falou a senhora sorrindo de orelha a orelha. — E um presente.

— Um presente? Para quem?

— Para a futura esposa de Finnick. — Diz a mulher desviando seu olhar para Helen que arregalou os olhos em surpresa. — Sempre fico animada com a ideia.

— Sua futura nora terá uma grande sorte em te você como sogra. — Falou Helen dando um sorriso pequena para Adeline que sorriu ainda mais. — Prometo que ajudarei a senhora a entregar para ela.

— Claro... — Diz Adeline voltando a pintar seu quadro. — Quer pinta comigo?

— Eu não sei pintar, senhora Odair.

— Eu também não sabia até praticar.

Adeline se levantou de sua cadeira e foi até sua instante de quadros brancos e deu um médio para Helen, junto com um pincel e uma mini caixinha de tinta.

— Perdoe-me, mas eu não faço ideia do que posso pintar.

— Você só precisa relaxar, as ideias viram como um vento suave e aconchegante. Você geralmente o que sente, o que quer expressar. — Falou Adeline sorrindo encantada. — A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível.

Que linda frase, senhora Odair.

— Pratique agora, saia um pouco e veja o que ainda não viu, ou se viu ainda não compreendeu.

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   Helen se sentou nas escadinhas da entrada da mansão, era fim de tarde, a visão era privilegiada com o por do céu extremamente visível. A mesma tinha seu coberto enrolado em seu corpo. Ela apenas observava outros vitoriosos já velhos cuidar das plantas, ou até mesmo dormir na cadeira de balança na área da frente.

   A Jones tentava entender como eles lidavam com os pesadelos, ou até mesmo se tinham eles. Helen não conseguia fechar seus olhos nem para piscar, quem dirá para ter um sono descente.

— Um simples coberto não irá te esconder do frio. — Disse Finnick oferecendo uma xícara de chá. — Sem contar que o frio só vai piorar sua dor nos ossos.

— Obrigado. — Diz Helen pegando a xícara e continuando na mesma posição.

  Finnick enrolado em seu casaco grande se sentou ao lado da melhor amiga, com sua xícara de chá também, observando a mesma coisa que ela.

— Não lembrava que eles eram tão velhos assim. — Disse a Jones acenando para os vitoriosos que se cumprimentavam.

— Algumas vezes já não é nem mais o vitorioso que mora aí dentro, e sim os filhos deles ou até mesmo os netos. — Falou o loiro dando um gole em seu chá. — E por causa deles que você não tem sua própria casa.

— Não sei se eu saberia lidar com a solidão tão facilmente, essa casa é muito grande para uma pessoa só.

— Se quer tanto continuar morando aqui, é só pedir. — Disse Finnick risonho, fazendo a loira revirar os olhos e dar um soquinho em seu braço.

— Desculpa por ter tratado você daquele jeito no trem. — Diz Helen sem encarar o loiro que já fazia isso com a mesma. — Eu estava nervosa, com raiva e preocupada... Aine não me falou onde você estava ou como estava.

— Eu que pedir para que ela não falasse. Não queria que ninguém me visse daquele jeito.

   Foi aí que Helen percebeu que Finnick passava exatamente a mesma coisa que ela, a diferença era que ele já havia se acostumado e sabia disfarça muito bem sua frustrações.

— Se escondêssemos a sua mãe, não teria ameaça nenhuma contra nós.

— Teríamos um ao outro, é isso já é mais que uma ameaça. — Diz Finnick tirando seus olhos da loira ao seu lado e focando no sol. — E eu não saberia para onde ou com quem deixar a minha mãe. Ela precisa dos quadros dela para se distrair, odiaria ter que voltar com ela do começo.

   Helen lembrava como era o começo. Adeline gritava e chorava em todos os cantos da casa atrás do marido, e Finnick não podia fazer nada, até que Helen deu a ideia dos quadros para o loiro.

— Então teremos que aguentar isso tudo.

— Juntos? — Disse Finnick erguendo sua mão para a loira.

— Juntos.

BIRDS CAGE - Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora